Faleceu, vítima de doença prolongada na cidade de Nampula, Zena Bacar aos 68 anos de idade, na miséria. “A música é o dom de Deus. Não posso deixar de cantar só porque algumas pessoas não me valorizam. Tenho que valorizar essa enxada que Deus me deu” disse certa vez ao @Verdade a diva, que em nada se compara as meninas que vestem saias curtas, maquilham-se e vão ao palco abanar o traseiro!
Nascida no Lumbo, a 25 de Agosto de 1949, iniciou a sua relação com a música interpretando temas folclóricas e a dançar nos grupos maioritariamente compostos por homens da sua aldeia, com seis anos de idade, tendo posteriormente conquistado a fama com a qual levou o seu grupo Eyuphuro para a cidade de Lourenço Marques, actual Maputo.
A sua primeira música, intitulada Urera Krera, ou mesmo que “Vaidade sem Juízo” na língua de Camões, foi gravada em 1980.
Em entrevista ao @Verdade em 2015 confessou que a morte do seu único filho debilitou ainda mais a sua já difícil vida artística. “A morte do meu filho influenciou-me bastante! Não só a carreira mas também a minha parte espiritual, porque ele não deixou sequer netos e, ainda por cima, era filho único. Cheguei até a padecer de perturbações mentais”.
Na altura ganhava a vida cantando em festas familiares. “Eu sei que já não tenho condições para idealizar coisas maiores e melhores, mas ainda continuo a cantar com o meu conjunto – Eyuphuro. Nesses biscates, às vezes, senão sempre, ganha, em cada um, 100 a 200 meticais” disse ao @Verdade.
Do Estado ganhou apenas uma Medalha de Mérito Artes e Letras, atribuída em 2014 pelo então Presidente Armando Guebuza.
Doente há vários meses, Zena Bacar regressou a Nampula na passada semana já transportada em maca. De acordo com a irmã o estado de saúde da diva agravou-se no final do dia de sábado(23). A sua partida para o descanso eterno foi abençoada por uma intensa chuva, que caiu durante a madrugada de domingo(24) na chamada capital Norte de Moçambique.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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