Para minimizar o impacto da Depressão Tropical que desalojou mais de 78 mil pessoas, matou pelo menos sete pessoas e deixou intransitáveis 17 troços nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa são necessários 307 milhões de meticais, contudo o Governo de Filipe Nyusi só alocou no Orçamento de Estado 162 milhões para toda época chuvosa e está a “pidir” aos Parceiros de Cooperação Internacional, os tais que se tem propalado que podemos viver sem eles, pelo menos 900 milhões de meticais.
A Depressão Tropical que entre os dias 15 e 19 fustigou a Região Norte do nosso país afectou 78.569 cidadãos, de acordo com um balanço do Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades apresenta nesta segunda-feira(22) em Maputo. Pelo menos sete pessoas perderam a vida, 8.506 tiveram as suas casas parcialmente destruídas e 5.743 viram as suas habitações ficar completamente destruídas. O balanço, preliminar, indica ainda que 378 salas de aulas ficaram destruídas parcialmente assim como oito unidades sanitárias.
Nampula foi a província mais atingida onde, para além dos afectados e infra-estruturas destruídas , cerca de 200 hectares de culturas diversas ficaram arrasados e 135 postes de energia elétrica caíram.
A Depressão Tropical deixou ainda intransitáveis as estradas R689(entre Monapo-Quixaxe), R697(entre Nacaroa-Memba), R695 (entre Mecuburi- Muite), R687(entre Meconta-Corrane), R699(entre Naguema-Chocas Mar), R701(entre Mossuril-Matibane), N104(entre Nametil-Angoche), R698(entre Quixaxe-Liupo) e também a R687(entre Namige-Liupo).
“De forma geral, da avaliação preliminar dos danos por sector, nos Distritos afectados, na província de Nampula, pela passagem da Depressão Tropical, existe a necessidade de mobilização imediata de 120.595.618,75 meticais para a reposição das infra-estuturas danificadas” afirmou o ministro Carlos Bonete na apresentação que efectou ao órgão que é presidido pelo primeiro-ministro de Moçambique acrescentando que foram criados dois centro de trânsito nas localidades de Intente e Naguem a para albergar 1900 pessoas mais vulneráveis.
Reposição das infraestruturas danificadas no Norte custa 307 milhões
Já na província de Cabo Delgado 2.451 hectares cultivados são dados como perdidos, 15 postes de electricidade ficaram danificados e estão intransitáveis as estradas R767(ligando aldeia 19 de Out. em Quissanga – Mahate), R698(ligando Montepuêz-Namuno), R698(ligando Montepuêz- Nairoto), R762(ligando Metuge -Quissanga) e também a R760(ligando Mecufi-Mazeze).
Mais a Norte, no Niassa, nove salas de aulas ficaram totalmente destruídas e ficaram interrompidas as ligações rodoviárias entre entre Lichinga e Meponda, Unangoa e Madjedje e Mavago e Matondovela.
Carlos Bonete, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, revelou que “o valor estimado para a reposição imediata das infraestruturas danificadas nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, está orçado em 307.268.459 meticais” mas o Executivo apenas tem 162 milhões de meticais alocados pelo Orçamento de Estado, como aliás o @Verdade revelou.
A solução, de acordo com o governante, é “pidir” aos Parceiros de Cooperação Internacional não só o montante para esta situação de emergência concreta mas os mais de 900 milhões de meticais necessários para cobrir o défice do plano de contingências para toda época chuvosa, que está orçamentado em pouco mais de 1 bilião de meticais.
E mesmo a propósito para “pidir” o Presidente da República, Filipe Nyusi, recebeu nesta segunda-feira(22) os membros do corpo diplomático acreditado em Moçambique onde destacou o drama que os seus “patrões” estão a viver.
Entretanto a época chuvosa, que já afectou mais de 100 mil moçambicanos e causou a morte de pelo menos 21 pessoas, ainda está longe de terminar, oficialmente acontece até Março, e há previsão de mais chuvas fortes para o Centro e Norte do nosso país.
Se por um lado o INGC tem feito um positivo trabalho de prevenção e minimização do sofrimento do povo é lamentável que tenha de “voar” à boleia de meios aéreos de Organizações Não Governamentais quando o Governo a que pertence gastou 560 milhões de meticais na aquisição recente de um jacto de luxo para o Presidente da República.
Montante que diga-se seria bem mais útil para a resposta de emergência nesta época chuvosa afinal o Chefe de Estado tem outro jatinho de luxo ao seu dispor.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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