terça-feira, 16 de outubro de 2018

360º - Orçamento: os impostos que sobem e descem; 46 simulações de IRS; défice perto do zero mas com menos prudência nas previsões. Galamba no governo

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360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
Mário Centeno entregou o Orçamento a 8 minutos do fim do prazo, que seria à meia-noite. E recorreu a um expediente raro na política portuguesa: adiou a conferência de imprensa em que dá explicações sobre o documento. O ministro das Finanças já está a falar e estamos a seguir tudo aqui.

Como se traduz o documento? Com as cedências à esquerda a pagarem-se com dividendos da Caixa e do Banco de Portugal e com o défice perto do zero tendo em conta um cenário macroecónomico sobre o qual o Conselho das Finanças Públicas expressa reservas. Se quiser fazer a sua própria leitura, pode consultar o Orçamento na íntegra aqui.

Nos impostos, o que sobe e o que baixa em 2019? Há muitas mexidas, mas com impacto limitado: temos alterações cirúrgicas em impostos como o IVA, que desce na energia (em parte), espetáculos e bebidas; já os carros de empresa, açúcar e sacos de plástico ficam mais caros.

E no IRS? Consulte as 46 simulações para 2019 e descubra quanto vai pagar. Quanto a novidades, o prazo de entrega foi alargado para junho, a tributação das horas extraordinárias mudou para evitar que o trabalhador suba de escalão, há um desconto para alguns emigrantes que regressem ao país e criou-se um benefício para os estudantes que frequentem estabelecimentos de ensino superior no interior. 

Eleitoralismo? O passe único em Lisboa e Porto chega exactamente um mês antes das eleições europeias. Não custará mais de 40 euros e será grátis até aos 12 anos.

A economia vai ser mais digital? Temos mais hubs, plataformas e apoios a startups. E a Consumers Digital Summit vai realizar-se pela primeira vez em Portugal com apoio do Governo.

Curiosidades? No Orçamento há pombos, touros, pedras e um museu a mudar de casa.


Mais informação importante

A tomada de posse dos novos ministros teve como música de fundo vários abraços sonoros. O maior foi de António Costa a Adalberto Campos Fernandes. O ministro da Saúde, aliás, estragou a narrativa do primeiro-ministro: Costa assegura que todos os que saíram do Governo pediram para serem aliviados desse fardo; mas o ex-ministro da Saúde afirmou: "Quem me conhece sabe que não saio de coisas difíceis".

Há uma entrada surpreendente para o Governo: João Galamba será o novo secretário de Estado da Energia.Houve várias reações a esta decisão:
  • No Facebook, David Justino, vice-presidente do PSD, escreveu uma frase apenas com maiúsculas: "ANDA TUDO DOIDO!";
  • Já Nuno Melo, vice do CDS, fez um apelo religioso: "Valha-nos a Santa…";
  • Rui Rio fala em "certa partidarização da pasta".

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos propõe uma subida de 0,1% no preço da eletricidade (numa factura média, seriam 5 cêntimos por mês) — mas os preços ainda podem baixar, tendo em conta eventuais medidas do Governo.

João Rendeiro foi ontem condenado a cinco anos de prisão por falsidade informática e falsificação. A pena pode ser suspensa se o fundador do BPP pagar 400 mil euros à associação Crescer.

João Monteiro foi escolhido por Lucília Gago para ser o novo vice-procurador-geral da República. O chefe de gabinete da sucessora de Joana Marques Vidal será Sérgio Pena, um especialista no combate ao crime económico.

Foi preciso um enorme sangue frio. O agente Carvalho, polícia há 18 anos, travou o camião descontrolado que seguia em contramão na Segunda Circular. O condutor do TIR foi detido mas diz que não se lembra de nada. A história está aqui.

O coordenador da Proteção Civil na Figueira da Foz é acusado de abandonar as operações de socorro na tempestade Leslie para ir "descansar". O presidente da Câmara vai investigar o caso.

Morreu Paul Allen, um dos co-fundadores da Microsoft. O parceiro de Bill Gates tinha 65 anos e sofria de cancro linfático. Ocupava a 44ª posição no ranking da Forbes de pessoas mais ricas do mundo.

As autoridades sauditas estão a preparar-se para admitir que o jornalista Jamal Khashoggi, crítico do regime, morreu num interrogatório que correu mal.As versões oficiais sobre o que se passou no consulado da Arábia Saudita em Istambul estão sempre a mudar.

A arquidiocese de Washington divulgou o nome de 28 padres acusados de abuso desde 1948. O objectivo é a "transparência total, responsabilização e caminho rumo à cura".


Os nossos Especiais

Os negócios, guerras e empresários que marcaram o governo de Marcello Caetano são explicados num novo livro. A euforia na banca e na bolsa e as negociações com a Coca-Cola ou a Alfa Romeo aparecem em “Os Empresários de Marcello Caetano”, de Filipe S. Fernandes, que o Observador pré-publica aqui.


A nossa Opinião

Rui Ramos escreve "Acreditam que desta vez vai ser diferente?": "Desde 2015, passamos mais uma vez pela fase em que um governo socialista multiplica os peixes do orçamento. Acreditam que desta vez vai ser diferente?"

Laurinda Alves escreve "Maus chefes, péssimos líderes":"Ninguém é mais produtivo por se desgastar diariamente no embate com chefes autoritários. Ninguém fica mais perfeito por ser diária e presunçosamente confrontado com as suas imperfeições".

Paulo de Almeida Sande escreve "Não há divórcios suaves": "O problema do Brexit é ser uma espécie de quadratura do círculo e dificilmente o divórcio será suave. Não há divórcios suaves. Sobretudo quando a data está marcada e o relógio continua a bater".


Notícias surpreendentes

Os portugueses são os europeus que mais tempo demoram a almoçar — em média, 58 minutos. Os polacos só precisam de 26 minutos. As conclusões são de um estudo internacional que envolveu nove países.

Num livro póstumo que será editado esta semana, Stephen Hawking defende que, num futuro próximo, os mais ricos vão modificar o ADN dos seus filhos para criarem uma raça superior de "super-humanos". O livro chama-se “Big Answers to the Big Questions”

“Já ganhei o Man Booker. Porque é que precisaria de o vencer novamente?” O vencedor do Man Booker é anunciado hoje e Alan Hollinghurst, que o ganhou em 2004, diz ao Gonçalo Correia que só está preocupado com o que lhe falta escrever.

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