Desporto
Por Bruno Roseiro, Editor de Desporto
A notícia caiu como uma bomba. Nua, crua, abrupta. O desaparecimento do avião que transportava Emiliano Sala para a sua nova aventura na Premier League pelo Cardiff, depois de ter brilhado na primeira metade da época no Nantes, prendeu meio mundo a partir da manhã de terça-feira. Levantaram-se quatro possíveis cenários, lançaram-se hipóteses como a possibilidade de ter sido usado o bote salva-vidas, ouviram-se as últimas palavras do avançado para amigos já dentro do aparelho, fizeram-se vigílias com esperança num milagre. Na tarde de quinta-feira, as buscas pelo argentino terminaram. Outra bomba. Nua, crua, abrupta. Mais uma vez, o futebol ficou resumido ao que deve sempre ser: a coisa mais importante dentro das coisas menos importantes. Por casos como o de Sala ou de Miki Fehér, antigo avançado do Benfica que morreu há exatamente 15 anos, entre tantos outros.
Este sábado, FC Porto e Sporting defrontam-se pela primeira vez numa final da Taça da Liga para decidir o título de 2019 mas fala-se de quase tudo menos disso. Com a devida distância temporal, mesmo entre algumas farpas aqui e ali, o futebol nacional andava (aparentemente) mais calmo mas tudo mudou em apenas 48 horas: depois do triunfo dos dragões frente ao Benfica por 3-1, num jogo com muitos casos, Luís Filipe Vieira criticou de forma aberta o VAR Fábio Veríssimo (que fica de fora por tempo indeterminado), as águias pediram o áudio das comunicações dos árbitros entre ataques ao FC Porto, os azuis e brancos avançaram com uma queixa contra o rival e um jornalista da BTV por aquilo que é considerado como “incitamento ao ódio inaceitável” e até Bernardo Silva e Francisco J. Marques trocaram mensagens no Twitter (com um posterior esclarecimento do jogador); a seguir à vitória do Sporting diante do Sp. Braga nas grandes penalidades (1-1, 4-3), que também não ficou isenta de casos, Abel Ferreira exaltou-se na conferência de imprensa com o VAR, António Salvador atirou-se à atuação do árbitro e Frederico Varandas não deixou também passar essa onda de protestos ao lado. Mais uma vez, tudo em 48 horas…
No futebol internacional, Cristiano Ronaldo, que na véspera falhara uma grande penalidade no triunfo da Juventus com o Chievo, voltou na segunda-feira a Madrid sem direito a entrada especial na Audiência Provincial da capital espanhola e, em menos de uma hora, declarou-se culpado por quatro crimes de fraude fiscal, teve de pagar 18,8 milhões de euros, acabou condenado a pena suspensa de 23 meses e desembolsou ainda 360 mil euros para que nada fique registado no seu cadastro. Mas foi de outra cidade do mesmo país que vieram duas surpresas: o Barcelona apostou no polémico Kevin-Prince Boateng para ser aquele ‘9’ que Ernesto Valverde tanto ansiava e assegurou ainda a contratação do holandês Frenkie de Jong para a próxima temporada.
(e aqui um parênteses para recordar que é já na próxima quinta-feira, dia 31, que encerra o mercado de inverno, que será como sempre acompanhado com especial atenção aqui no Observador com todas as últimas transferências nas ligas europeias; antes, entre terça e quarta-feira, teremos mais uma jornada do Campeonato com duelos com muita história à mistura como o Benfica-Boavista, o V. Setúbal-Sporting e o FC Porto-Belenenses – o calendário na íntegra pode ser visto aqui)
É também na Catalunha que estão os pontos altos do fim de semana,com o Girona a receber o Barça (domingo, 15h15) e o Real Madrid a ter pela frente o Espanyol (domingo, 19h45); já Ronaldo e companhia têm uma difícil deslocação a Roma para defrontar a Lazio (domingo, 19h30), na ronda em que Ancelotti regressa a Milão com o seu Nápoles (sábado, 19h30). Antes, no grande jogo da Taça de Inglaterra, o Arsenal vai testar a invencibilidade do Manchester United de Solskjaer (esta noite, 19h55).
Quando conseguiu anular o primeiro match point, quebrou o serviço adversário e levou o segundo set para o tie break, renasceu a esperança de que João Sousa, a fazer dupla com Leonardo Mayer, pudesse ainda ter uma palavra a dizer sobre a qualificação para a final do Open da Austrália. Não aconteceu, Henri Kontinen e John Peers ganharam mesmo por 6-1 e 7-6, mas ficou (e ficará) o registo de uma extraordinária participação do português no primeiro Grand Slam do ano, onde igualou a melhor presença nos singulares em Melbourne e superou a melhor marca nacional de sempre em Majors, aqui na variante de pares. Sábado e domingo, a partir das 8h30, chegam as grandes decisões com os quatro protagonistas que foram realmente mais fortes ao longo das últimas duas semanas (apesar das surpresas, com destaque para Tsitsipas): Petra Kvitova vai defrontar Naomi Osaka na final feminina, Novak Djokovic e Rafa Nadal vão protagonizar o 53.º duelo entre ambos (25.ª final, oitava em Grand Slams).
Nas modalidades, nota ainda para o clássico entre FC Porto e Benfica no basquetebol (sábado, 16h); para o dérbi entre Benfica e Sporting no hóquei em patins (domingo, 17h); para a final do Campeonato do Mundo de andebol(domingo às 16h30, antecedida pela discussão do terceiro e quarto lugares da competição); para o Rali de Monte Carlo, que abre a temporada do WRC; e para os Europeus de Patinagem Artística, que terminam este fim de semana em Minsk.
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