Uma
equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da
Universidade de Coimbra (FCTUC), coordenada por Pedro Neto,
desenvolveu um sistema
de geração automática de programas de robô para a fabricação de
peças de metal de geometria complexa
pelos
processos de manufatura aditiva
(vulgarmente designada impressão 3D).
Pedro Neto, Investigador |
Este
sistema foi criado no âmbito do INTEGRADDE (Intelligent data-driven
pipeline for the manufacturing of certified metal parts through
Direct Energy Deposition process), um mega projeto europeu que
recebeu um financiamento de 16 milhões de euros do programa
Horizonte 2020 da União Europeia.
Liderado
pela Asociación de Investigación Metalúrgica del Noroeste - Centro
Tecnológico AIMEN, de Espanha, o projeto INTEGRADDE foca-se
precisamente na incorporação da manufatura aditiva de componentes
metálicos de médio e grande porte no ambiente industrial europeu,
especialmente nas indústrias aeronáutica, aeroespacial,
metalomecânica e metalúrgica. Para atingir este ambicioso desígnio
do novo paradigma da Indústria 4.0, o projeto junta em consórcio 26
parceiros de 11 países (Alemanha, Eslovénia, Espanha, França,
Grécia, Holanda, Itália, Polónia, Portugal, Reino Unido e Suécia).
Pedro
Neto explica que, ao contrário do que acontece na manufatura aditiva
de plástico, «que
está hoje relativamente bem estabelecida, por exemplo na fabricação
de protótipos, a manufatura aditiva de metal ainda está numa fase
de desenvolvimento. As soluções existentes apresentam custos
elevados (mão de obra especializada e equipamentos)».
Por
isso, «é
grande a necessidade de robotização do processo para que este seja
mais eficiente, quer em termos de custo, quer na qualidade dos
componentes produzidos. A manufatura aditiva de metais possibilita o
fabrico de componentes estruturais (em diversos tipos de metais) com
geometrias complexas e impossíveis de realizar por outro processo. A
título de exemplo, podemos fabricar componentes com cavidades
internas e com menor massa»,
destaca o docente e investigador do Departamento de Engenharia
Mecânica da FCTUC.
O
sistema agora criado pela equipa de Coimbra, e que será integrado na
estratégia global das tecnologias que resultarão do INTEGRADDE,
«fornece
as trajetórias que o robô deve executar, extraídas a partir de
modelos 3D dos componentes a produzir. O método desenvolvido permite
a fabricação de componentes com geometrias complexas de forma
automática, reduzindo drasticamente os tempos de programação dos
robôs e parametrização do processo. Além disso, este novo sistema
apresenta um carácter genérico que pode ser aplicado em qualquer
robô e nos diversos processos de manufatura aditiva de metal»
detalha Pedro Neto.
Prevê-se
que a robotização da impressão 3D de metais «conduza
a grandes vantagens competitivas para a indústria reduzindo custos
de produção, aumentado a flexibilidade dos sistemas produtivos e
permitindo a fabricação de componentes com geometrias complexas.
Para se ter uma ideia, prevê-se um aumento de 25 por cento na
velocidade de produção de componentes complexos em pequenos lotes»,
conclui.
Os
resultados do projeto INTEGRADDE vão ser demonstrados em cinco
empresas parceiras do consórcio, dos setores aeroespacial,
metalomecânico, moldes, metalúrgico e de construção civil. Mais
informação sobre o projeto INTEGRADDE está disponível em:
Cristina Pinto
Nenhum comentário:
Postar um comentário