terça-feira, 28 de maio de 2019

Proença-a-Nova | Colocar a biodiversidade no centro das políticas públicas



Chamar a atenção para a importância da preservação e potenciação da biodiversidade foi um dos objetivos centrais do Biodiv Summit, conferência que trouxe ao Centro Ciência Viva da Floresta mais de 30 oradores e mais de 150 participantes nos dias 22 e 23 de maio. “Nesta onda de choques que estamos a viver - o choque ecológico, o choque tecnológico, o choque cognitivo e o choque organizacional - aquilo que percebo é que a biodiversidade é o parente pobre de tudo isto que estamos a conversar”, referiu, na sessão de encerramento, o Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas. “Isto é, nós olhamos para estas coisas e o que dizemos é que temos alterações climáticas, temos descarbonização, temos transição energética, temos robótica, temos transformação digital, temos tudo, mas normalmente não nos referimos à biodiversidade. E é isso que devemos começar a questionarmo-nos: se de facto estamos todos a fazer aquilo que é necessário pela biodiversidade”, acrescentou Miguel João de Freitas.

Na perspetiva do governante há um importante jogo de equilíbrios que é preciso realizar, analisando a velocidade e a complexidade dos assuntos e aliando as políticas de conservação às políticas de desenvolvimento, no sentido de “melhorar as políticas públicas para que possam olhar devidamente para a biodiversidade”. Para gerir os conflitos de interesse será necessário mais conhecimento e mais informação. Nesse sentido, o Secretário de Estado revelou que em junho será apresentado um Observatório Nacional que junta três importantes eixos: “o eixo da luta contra a desertificação, o eixo das questões relacionadas com alterações climáticas e o eixo associado aos modos de produção sustentável e aos modos de alimentação sustentável. Estamos a construir essa infraestrutura de dados para que, acima de tudo, o futuro não seja um futuro de exclusões”. Miguel João de Freitas relembrou igualmente a importante atividade dos Laboratórios Colaborativos e dos 20 Centros de Competências que existem a nível nacional, que podem ser usados nessa partilha de informação e de conhecimento e, em última análise, colocar a biodiversidade no centro das políticas públicas.

No final do Biodiv Summit, o presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova fez um balanço muito positivo da conferência. “É inevitável que as temáticas que abordámos ao longo destes dois dias sejam tidas em consideração nas políticas públicas pois os números são efetivamente preocupantes. Mas também somos todos nós, como já referi, que temos que potenciar comportamentos mais em linha com a preservação do meio ambiente. Não há, de facto, planeta «b», como alguém referiu”. João Lobo agradeceu aos oradores que contribuíram para a riqueza da informação e experiências partilhadas e às empresas patrocinadoras do evento: Ambienti d’Interni, Proentia e Symaplant, Caixa de Crédito Agrícola e Pirotecnia Oleirense, bem como à Valnor que disponibilizou ecopontos aos participantes. “É com a construção de parcerias desta natureza que conseguimos apresentar eventos como o BiodivSummit que será para repetir no Dia Internacional da Biodiversidade em 2020”.

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