O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Resipinus – Associação dos Destiladores e Exploradores de Resina assinaram em Proença-a-Nova um protocolo que permite que cerca de uma centena de resineiros possam acumular a atividade de resinagem com a vigilância da floresta contra os incêndios florestais. A assinatura do protocolo, entre Teresa Fidelis, Diretora Regional do Centro do ICNF, e Hilário Costa, presidente da direção da Resipinus, coincidiu com o encerramento da reunião de trabalho das Jornadas Internacionais “O Aproveitamento Resineiro: Florestas com Futuro” que reuniu os sócios do projeto europeu SustForest Plus nos Paços do Concelho de Proença-a-Nova no dia 29 de maio.
“Fiz questão de aproveitar este ambiente de trabalho para, como forma de reconhecimento ao trabalho dos resineiros, assinar hoje um protocolo entre o ICNF e a Resipinus naquilo que julgo que, do ponto de vista simbólico, é muito importante para Portugal que é a ideia que queremos proteger melhor a nossa floresta contra os incêndios florestais e que os resineiros têm um papel essencial a desempenhar nessa proteção porque os resineiros são eles próprios os guardiões dessa floresta”, afirmou o Secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural na sua intervenção. Miguel João de Freitas adiantou ainda que as áreas públicas onde existe resinagem e que estão disponíveis para receber esta atividade, na ordem dos 8.700 hectares, serão aumentadas sucessivamente nos próximos anos, numa média de 10%/ano. Na perspetiva do Secretário de Estado, são estes pequenos passos que podem contribuir para a revitalização da resinagem em Portugal, sendo que o grande passo pode ser dado na negociação da Política Agrícola Comum. “Aí sim podemos fazer um grande avanço”, considerou.
As jornadas de trabalho do projeto SustForest Plus, cofinanciado pelo programa Interreg Sudoe através do FEDER da União Europeia, reuniram os sócios do projeto de Portugal, Espanha e França com o objetivo de fazer um balanço dos distintos grupos de trabalho criados e que incidem em três componentes: o estudo das florestas resineiras com o objetivo de criar a Rede Europeia dos Territórios Resineiros, materializando a Estratégia para a Resina Natural Europeia e as ferramentas estratégicas e de soluções técnicas e inovadoras a ela associadas; o apoio ao coletivo resineiro com a criação de um plano para a melhoria da qualidade laboral e da sustentabilidade desta atividade e o reconhecimento das externalidades positivas geradas pela resinagem, com o respetivo apoio na Política Agrícola Comum, e a integração da resinagem no sistema de defesa da floresta contra os incêndios florestais; o terceiro grupo de tarefas desenvolve um plano para a promoção da resina natural europeia como um produto sustentável.
“Creio que o projeto em si é de grande importância para Portugal, mas também para todos os países que se associaram para pensar esta questão dos territórios resineiros na Europa. Devo dizer que aquilo que me estimulou mais na primeira leitura que fiz do projeto foi a partilha de uma ideia de futuro para um sector, mas também uma ideia de futuro para a floresta, a ideia de que precisamos de uma floresta viva, com vida, gerida com presença humana”, afirmou Miguel João de Freitas, incentivando também a que o conhecimento gerado possa impactar positivamente a atividade, sendo importante valorizar o capital natural e o capital produzido ao nível das políticas públicas para o sector resineiro, as externalidades naturais e as pessoas.
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