Foi em pleno Dia Nacional da Água que a Câmara Municipal de Torres Vedras formalizou a parceria em torno do projeto “Peixes Nativos – Monitorização e Educação Ambiental”, no Parque do Choupal. O protocolo, que pretende promover a sensibilização da comunidade escolar para a importância das espécies ameaçadas de peixes de água doce autóctones, envolve a Câmara Municipal, a Águas do Tejo Atlântico e o ISPA – Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida.
“Qual é a espécie que não existe em mais lado nenhum?” perguntou Carlos Bernardes, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, para obter uma resposta em uníssono: um grupo de alunos dos 3º e 4º anos da EB1 de Runa não hesitou em responder que se trata do Ruivaco-do-Oeste, uma vez que a espécie se encontra apenas nos rios Sizandro, Alcabrichel e Safarujo (Ribeiras do Oeste).
Torres Vedras é o município pioneiro do “Peixes Nativos” desde que o projeto foi lançado, em 2017, e Carlos Bernardes destacou que “ano após ano, a sua concretização tem dado resultados extremamente interessantes”. O autarca acrescentou que se trata de um “contributo para a biodiversidade do território e para o combate às alterações climáticas”, aliado a ações como a requalificação biofísica e paisagística de sete troços dos rios Alcabrichel e Sizandro.
António Frazão, presidente da Águas do Tejo Atlântico, sublinhou que o projeto se insere amplamente nos desígnios daquela empresa, que conta com 360 trabalhadores. “O resultado do seu trabalho são ribeiras limpas onde podem novamente viver estas espécies”, desenvolveu António Frazão. Já Carla Sousa Santos, coordenadora científica do projeto e representante do ISPA, afirmou que “a Autarquia de Torres Vedras tem sido, nos últimos anos, um exemplo a seguir”, para depois concluir que “não é utópico, é realmente exequível reabilitar os nossos rios.”
O protocolo compreende a execução de uma vertente pedagógica dirigida a alunos do 4º ano do Ensino Básico de escolas do Concelho, que contempla atividades de sensibilização e educação ambiental, tanto em sala de aula como em saídas de campo a cursos de água com a equipa técnica de monitorização da ictiofauna [conjunto de peixes de uma região] do ISPA. Além da promoção conjunta de atividades, a cooperação entre as instituições visa ainda a troca de informação e comunicação de documentos que sejam relevantes.
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