Os 880 milhões de dólares que as multinacionais Occidental Petroleum e Total poderão pagar como imposto sobre as mais-valias pelos investimentos da Anadarko na Área 1 da Bacia do Rovuma estão aquém do valor de mercado. Ainda assim o Presidente Filipe Nyusi anunciou que vai usar esse dinheiro para impulsionar a sua campanha eleitoral e não iniciar o Fundo Soberano de Moçambique.
A Anadarko Petroleum foi adquirida recentemente pela multinacional Occidental Petroleum Corporation num negócio avaliado em 32 biliões de dólares do qual onde está incluída uma participação de 26,5 por cento no Consórcio que vai explorar o gás natural existente nos campos Golfinho & Atum na Área 1 da Bacia do Rovuma, na Província de Cabo Delgado.
Contudo a norte-americana Occidental Petroleum, não tendo interesse nos activos em Moçambique, Argélia, Gana e na África do Sul, decidiu vende-los à francesa Total, SA., por 8,8 biliões de dólares.
Na passada sexta-feira (27) dois executivos seniores da Occidental e da Total, Vicki Hollub e Patrick Pouyaanné, respectivamente, reuniram-se com o Presidente da República na Cidade de Chimoio e no encontro Filipe Nyusi terá sido informado que da transação Moçambique irá encaixar 880 milhões de dólares americanos em mais-valias.
Embora seja muito dinheiro, cobre grande parte do défice financeiro do Orçamento de Estado de 2019 que ronda os 90 biliões de Meticais, o @Verdade apurou que este montante poderá estar subvalorizado tendo em conta potencial da Área 1 e os investimentos feitos pela Anadarko desde que está em Moçambique.
Sendo o imposto de mais-valias no nosso país taxado em 32 por cento contas feitas pelo @Verdade indicam a participação da Anadarko na Área 1 foi avaliada em cerca de 2,5 biliões de dólares.
Contudo o @Verdade contabilizou, através do Relatório do Tribunal Administrativo à Conta Geral do Estado de 2017 e Relatórios e Contas da Anadarko Petroleum, que a multinacional norte-americana investiu em pesquisa e desenvolvimento no nosso país pelo menos 6 biliões de dólares norte-americanos.
Entretanto, tendo em conta que os 880 milhões de dólares poderão entrar nos cofres ainda em 2019, o Presidente Nyusi já antecipou o seu uso para impulsionar a sua campanha eleitoral. “(...) São aproximadamente 62 biliões na nossa moeda nacional o que significa que uma parte vamos usar, por exemplo 16 biliões (de Meticais) poderemos usar para a reposição do défice fiscal devido ao (ciclone) Idai”.
“E vamos também usar por volta de 6 biliões (de Meticais) para fechar o défice do processo eleitoral”, disse Nyusi durante mais um showmício da campanha para a sua reeleição tendo indicado que outro montante será usado para continuar a pagar as dívidas do Estado aos empresários nacionais e “a restante parte, que é significativa, vai para a reserva do Estado e sobretudo no momento em que estamos a pensar no Fundo Soberano ou no reinvestimento na actividade produtiva”.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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