Os 18 portugueses e as duas brasileiras que estavam em quarentena no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, abandonaram este sábado à tarde a unidade hospitalar. Estiveram 14 dias isolados.
"A ministra da Saúde agradeceu-nos por termos ficado esse tempo todo aqui, fizemos tudo o que nos pediram, e não é fácil estar preso sem estar doente, é complicado, mas tivemos calma, e só temos de agradecer a parte deles também", disse a brasileira Milene, em declarações aos jornalistas à saída do hospital.
"A família já pode comemorar que saímos do hospital", acrescentou, antes de agradecer às autoridades portuguesas: "O coração hoje é totalmente português, Portugal vai ficar eternamente nos nossos corações, temos uma enorme gratidão pela humanidade e por tudo o que fizeram por nós", disse a futebolista que joga no clube de futebol de Wuhan, a cidade da China onde foi detetado o novo coronavírus (Covid-19).
Os 18 portugueses e as duas brasileiras que estavam voluntariamente em quarentena no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, começaram a sair pelas 15:30, de carro, e na maioria não falaram aos jornalistas, já depois de a ministra da Saúde, Marta Temido, ter saído do local, alguns minutos antes.
"Damos por encerrado este isolamento profilático voluntário em que tudo, felizmente, correu bem", disse, em conferência de imprensa, esta tarde, Graça Freitas. A diretora geral de saúde garantiu ainda que, a partir de agora, "estes cidadãos voltam à sua vida normal" sem "nenhuma restrição".
Num comunicado divulgado na noite desta sexta-feira, a DGS referiu que "os cidadãos repatriados na sequência do surto de doença respiratória aguda por novo coronavírus (COVID-19) foram hoje testados pela segunda vez, durante a manhã", sendo que as "análises laboratoriais, que foram realizadas pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), com duas amostras biológicas, foram todas negativas".
Desde 2 de fevereiro que os 20 cidadãos, que vieram da China, estavam instalados no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte), num isolamento voluntário que tinha, essencialmente, caráter preventivo.
A China anunciou hoje a morte de 143 pessoas nas últimas 24 horas no país devido ao coronavírus Codiv-19, elevando para 1.523 o número de vítimas mortais da epidemia na China continental.
De acordo com a Comissão Nacional de Saúde, o número de infetados no interior da China (que exclui Macau e Hong Kong) cresceu 2.641, para 66.492.
No mesmo período em análise, 1.373 pessoas receberam alta hospitalar.
Por outro lado, só na província chinesa Hubei, epicentro do novo coronavírus, designado Covid-19, foram reportadas mais 139 mortos nas últimas 24 horas, elevando para 1.457 o número de pessoas mortas na província, segundo os dados da Comissão de Saúde de Hubei.
As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província de Hubei, no centro do país, para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
O coronavírus Covid-19 provocou agora 1.527 mortos e infetou cerca de 65 mil pessoas a nível mundial.
A esmagadora maioria dos casos ocorreu na China, onde a epidemia foi detetada no final do ano.
Além de 1.523 mortos na China continental, há a registar um morto na região chinesa de Hong Kong, um nas Filipinas e um no Japão e, hoje, em França.
Madremedia
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