A visita do Director Geral Adjunto do Fundo Monetário Internacional (FMI) a Moçambique prenuncia que o pedido de um novo Instrumento de Apoio à Política Económica (PSI) pelo Governo de Filipe Nyusi poderá ser bem acolhido pela instituição financeira que suspendeu o anterior em 2016 após a descoberta da extensão das dívidas ilegais. “Estou particularmente animado por ver que o desempenho da economia vai bem” disse Tao Zhang, o primeiro director do FMI a visitar Moçambique desde 2016.
As eleições terminaram, o Presidente da República tomou posse, um novo governo está em funções, Moçambique retomou o pagamento da dívidas ilegais da EMATUM, estão quase criadas todas as condições para um pedido de novo Programa Financeiro seja aceite pelo FMI.
“Tivemos muito boas discussões, cobrimos muito assuntos, estou particularmente animado por ver que o desempenho da economia vai bem e o país está a recuperar bem do impacto devastador dos ciclones Idai e Kenneth, no ano passado”, declarou Tao Zhang após reunir nesta segunda-feira (10) com o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, e o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela.
O primeiro director Fundo Monetário Internacional que visita o nosso país desde a descoberta das dívidas ilegais da Proindicus e MAM disse esperar “que as reformas nas políticas (fiscal) continuem nos próximos anos particularmente ao nível da estabilidade macro-económica e governação”.
Uma das principais consequências da descoberta das dívidas ilegais em 2016, e que precipitou a crise económica e financeira que até hoje se vive, foi a suspensão do Programa Financeiro que Moçambique tinha com o FMI por violação das obrigações previstas na Secção 5 do Artigo VIII do PSI rubricado em 2013.
Contudo mais importante do que o montante, na altura o nosso país esperava receber a segunda tranche da Linha de Crédito Stand-by de 283 milhões de dólares norte-americanos, a existência de um Programa Financeiro com o Fundo Monetário Internacional significa que o país é elegível para os investidores estrangeiros e pode ter acesso aos mercados internacionais.
Tao Zhang não se disponibilizou a esclarecer se um novo PSI foi objecto das discussões e o Executivo de Nyusi não revela se vão pedi-lo juntamente com uma nova Linha de Crédito Stand-by, que são empréstimos concedido pelo Fundo Monetário Internacional a países pobres com problemas de curto prazo na balança de pagamentos, como é o caso de Moçambique.
Por coincidência, ou não, nesta segunda-feira (10) a Procuradoria-Geral da República anunciou ter abdicado dos recursos judiciais na África do Sul referentes à extradição do ex-ministro das Finanças Manuel Chang para Moçambique.
Chang foi o ministro das Finanças que assinou as Garantias Soberanas que possibilitaram as dívidas ilegais e depois ocultou-os do Fundo Monetário Internacional quando em 2014 organizou uma inédita conferencia em Maputo, com a presença da então directora-geral, Christine Lagarde, quando “Moçambique estava em ascensão”.
O @Verdade sabe que é expectável que no próximo mês uma equipa da FMI visite Maputo, em mais uma missão de “Consulta do Artigo IV”, e é previsível que após essa missão o Governo de Filipe Nyusi formalize o pedido de um novo PSI acompanhado por uma nova linha de crédito.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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