História do jornalista se confunde com a do GLOBO; chefe rígido e gentil, fanático pelo Fluminense e profundo conhecedor do carnaval carioca.
Argeu foi fundador ex-secretário de redação do GLOBO e presidente de honra do prêmio Estandarte de Ouro Foto: Maria Isabel Oliveira |
O Globo - 02/04/2020 - 12:52 / Atualizado em 02/04/2020 - 13:37
RIO - Tricolor fanático, jornalista apaixonado pela profissão, chefe rigoroso e gentil e uma enciclopédia ambulante. Estas são algumas das características que definiam o jornalista Argeu Affonso, de 89 anos, fundador e presidente de honra do prêmio Estandarte de Ouro e ex-secretário de redação do GLOBO. Argeu faleceu na manhã desta quinta-feira, no Hospital Silvestre, em Santa Teresa.
A notícia pegou os que trabalharam com o jornalista na redação do jornal de surpresa. Nas redes sociais, as pessoas que conviveram com o "Mestre Argeu" prestam homenagens e recordam histórias sobre com era ser chefiado por um dos maiores apaixonados pelo carnaval carioca.
— Era uma memória intensa do GLOBO. Um jornalista brilhante, que adorava a profissão e se entregou com muita paixão ao jornal. Conhecia mil histórias do jornal e, quando as contava para nós, mais jovens, seus olhos brilhavam de felicidade. De uma integridade e responsabilidade totais. Na presidência do Estandarte de Ouro, era um defensor das tradições, ao mesmo tempo que alimentava nossa atenção para as inovações das escolas. Uma perda enorme para a memória do jornalismo no Brasil — disse o jornalista Aloy Jupiara, que é membro do júri do prêmio e trabalhou como coordenador executivo do site do GLOBO.
Na última quinta-feira, Argeu sofreu uma queda no apart hotel onde morava sozinho. Ele foi encontrado deitado no chão pela camareira do local e foi levado para o hospital em situação grave. A causa da morte ainda não foi divulgada.
— Argeu era uma pessoa firme nas broncas, mas extremamente educado e generoso nos ensinamentos. Uma pessoa que, além de uma enciclopédia ambulante, com quem muito aprendi ao longo de mais de trinta anos de convivência, era um primor de gentileza. Ficam as histórias, ficam as lembranças, ficam o exemplo e a saudade — disse a jornalista Maria Cristina Valente, que trabalhou 31 anos na redação do GLOBO.
Fonte: O GLOBO
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