quinta-feira, 2 de abril de 2020

Covid-19. A situação ao minuto do novo coronavírus no país e no mundo


Acompanhamos aqui os desenvolvimentos sobre a propagação da pandemia da Covid-19 à escala internacional. Em Portugal, a prorrogação do estado de emergência estará em vigor até dia 17 de abril.



8h10 - Pandemia só estancará com lavagem das mãos, um luxo para 40% da população

A presidente da parceria da ONU "Água e Saneamento para Todos", Catarina de Albuquerque, considera que a Covid-19 só será estancada quando todos tiverem acesso a água para lavar as mãos, "um luxo" para 40 por cento da população.

Em declarações à agência Lusa, a jurista portuguesa sublinhou a importância das medidas preventivas contra a infeção pelo novo coronavírus, mas recordou que nem todos têm acesso ao mais essencial dos bens: a água.

Catarina Albuquerque, que foi a primeira relatora especial das Nações Unidas para a defesa do direito humano à água potável e ao saneamento, referia-se, nomeadamente, aos mais vulneráveis, "os mais pobres, a viver em bairros informais, migrantes, sem-abrigo".

Resumindo, "a todos a quem temos fechado os olhos como sociedade, fingindo que estas pessoas não existem".

"Estas pessoas às quais temos negado atenção, são estas a quem temos de prestar atenção, nem que seja por egoísmo. Se queremos estancar o contágio temos de assegurar que estas pessoas têm acesso a água para poder lavar as mãos", frisou.

A este propósito, recordou que esta prática tão defendida como meio de prevenção pelo novo coronavírus - lavar as mãos - é "um luxo" para 40% da população mundial, ou seja, 3.000 milhões de pessoas.

8h03 - Três mil milhões sem água potável ou sabão

Três mil milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria na África Subsaariana, continuam sem acesso a água potável e sabão para lavar as mãos, de acordo com dados das Nações Unidas.

De acordo com estimativas da ONU, duas em cada cinco pessoas em todo o mundo, ou seja, três mil milhões, não têm água potável ou sabão em casa para lavar as mãos, uma medida considerada "crítica" na prevenção de várias doenças, desde logo a Covid-19.

Destas, 1,6 mil milhões têm acesso limitado a água e sabão e 1,4 mil milhões não têm simplesmente acesso.

Os mesmos dados referem que 900 milhões de crianças não têm água ou sabão nas escolas, ou seja, cinco em cada dez escolas não os diponibilizam.

Por outro lado, 40 por cento das infraestruturas de saúde não estão equipadas para permitir a lavagem frequente nem têm desinfetante para as mãos.

7h53- Brasil subsidia suspensão de contratos e cortes salariais

O Governo brasileiro anunciou nas últimas horas a intenção de subsidiar a suspensão de contratos e a redução de salários e horas de trabalho, como parte de um programa de resposta ao impacto económico da pandemia da Covid-19.

As medidas impedem que pelo menos 12 milhões de trabalhadores percam o emprego devido à paralisação das empresas afetadas pelas medidas restritivas impostas para combater a epidemia, de acordo com as contas do Executivo de Jair Bolsonaro.

O "Programa de Emergência de Manutenção do Emprego" permite que as empresas cortem os salários e as jornadas de trabalho em 25, 50 ou 70 por cento por três meses, bem como a suspensão do vínculo laboral por dois meses.

Em caso de suspensão provisória do contrato por dois meses, a empresa terá de se comprometer a garantir o vínculo laboral pelos dois meses seguintes, no mínimo.

Por seu turno, o Governo compromete-se a oferecer subsídios aos trabalhadores cujos salários forem reduzidos pelo mesmo período em que a restrição durar.

"Queremos manter os empregos e trazer paz de espírito às pessoas. Criamos um benefício que protege o funcionário e também as empresas", afirmou ontem, em conferência de imprensa, o secretário brasileiro da Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.

7h40 - Empresas com dificuldade no acesso a apoios

As empresas portuguesas estão a experimentar dificuldades no acesso aos apoios anunciados pelo Governo para enfrentar as ondas de choque económico da pandemia da Covid-19. É o que mostra um inquérito da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa.

"Para 66,1% das empresas que responderam ao inquérito promovido pela CCIP a maior dificuldade é a imprevisibilidade decorrente das sucessivas alterações às medidas. Por outro lado, a exigência da redução da faturação como critério de elegibilidade foi referida por 54,3% das empresas como um grande constrangimento", escreve a confederação em comunicado.

Por outro lado, 22,8 por cento das inquiridas dão conta de "dificuldades no que se refere à obrigatoriedade de resultados de exploração positivos" e 13,6 por cento na necessidade de "ter a situação regularizada face à Autoridade Tributária e Segurança Social".

No mesmo estudo, 52,2 por cento das empresas inquiridas manifestam a intenção de "pedir o fracionamento do pagamento de impostos" e 48,8 por cento indicam que querem diferir os pagamentos à Segurança Social, sendo que "40,1% considera vir a recorrer às linhas de crédito, e 38,3% indica que vai recorrer ao lay-off simplificado".

A CCIP apurou que a "análise individual das respostas revela também que 11% das empresas inquiridas não pretende aceder, de imediato, a uma ou mais destas medidas".

O inquérito mostra ainda que 73,5 por cento das empresas sentem o impacto negativo mais significativo nas vendas no mercado nacional. São também apontados "problemas de tesouraria" por 43,2 por cento.

7h00 - Ponto de situação

O estado de emergência em Portugal vai ser prolongado por mais 15 dias. O decreto do presidente da República é esta quinta-feira votado na Assembleia da República.

À tarde haverá novo Conselho de Ministros para finalizar a especificação das medidas estipuladas nesta declaração do estado de emergência.


01:56 Às 20h00 Marcelo Rebelo de Sousa fala ao país.

O prolongamento do estado de emergência estará em vigor até dia 17 de abril.

O que contém o decreto?

O decreto elaborado pelo Chefe de Estado comporta algumas novidades que permitem ao Governo avançar com mais restrições.
A suspensão da lei da greve, estabelecida no primeiro decreto do estado de emergência, continua em vigor.

As autoridades podem impor o confinamento compulsivo em outros locais que não a residência ou estabelecimento de saúde.

No que toca à educação, é dada a hipótese de alterar o calendário escolar, suspender exames e ajustar o modelo de acesso ao ensino superior.


00:59 O decreto admite ainda limitações aos despedimentos e possibilidade de controlar preços para combater a especulação.

O quadro em Portugal
A Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, já causou 187 vítimas mortais em Portugal

Há 8251 pessoas infetadas, das quais 230 em unidades de cuidados intensivos.

O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirma que o Governo está a trabalhar na duplicação das camas ventiladas.

No capítulo da atuação das forças de segurança, foram já detidas 90 pessoas por violação das normas do estado de emergência.

As situações relacionam-se com violação do confinamento obrigatório, outros incuprimentos ou resistência.

Desde o início da entrada em vigor do estado de emergência, foram também encerrados 1633 estabelecimentos por incumprimento das regras.

A Polícia de Segurança Pública e a Guarda Nacional Republicana têm levado a cabo ações de fiscalização, vigilância e sensibilização da população.
Quadro internacional
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 905 mil pessoas em todo o mundo. Morreram quase 46 mil.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde admitia na quarta-feira "estar muito preocupado com a rapidez da propagação das infecções".

Nos Estados Unidos, mais 884 doentes com Covid-19 morreram em 24 horas. São já mais de cinco mil os doentes falecidos.

De acordo com o último balanço, conhecido esta madrugada, mais de 215 mil pessoas foram infetadas naquele país.

Fonte: RTP https://www.rtp.pt/noticias/mundo/covid-19-a-situacao-ao-minuto-do-novo-coronavirus-no-pais-e-no-mundo_e1217577/?utm_source=rtpnoticias&utm_medium=notificacao&utm_campaign=desktop

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