Em “braço de ferro” com o Governo de Filipe Nyusi, para manterem benefícios fiscais de 2004, as açucareiras em Moçambique aproveitaram a pandemia da covid-19 para ganhar dinheiro com o açúcar nacional cujo quilo chegou aos 90 meticais.
Quando o primeiro doente com o novo coronavírus foi diagnosticado em Moçambique o quilo do açúcar castanho custava 60 meticais, decorrido 1 mês um dos únicos produtos alimentares de produção efectivamente nacional disparou para 90 meticais.
O Ministério da Indústria e Comércio informou ao @Verdade que o aumento do preço não se trata de especulação dos retalhistas mas o custo aumentou nas açucareiras em funcionamento no nosso país motivado pelo término da isenção de pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) que as fábricas beneficiaram desde 2004, como parte das medidas fiscais do Governo para revitalização da indústria.
O @Verdade apurou acabou a 31 de Dezembro de 2019 a isenção do IVA na transmissão do açúcar, da aquisição de matérias-primas, produtos intermediários, peças, equipamentos e componentes, efectuadas pela indústria nacional do açúcar e da transmissão de bens e prestação de serviços efectuadas no âmbito da actividade agrícola de produção de cana-de-açúcar e destinadas à indústria.
Uma fonte relevante do sector explicou ao @Verdade o aumento repentino das últimas semanas está mais relacionado com a pandemia da covid-19 que gerou uma “procura muito acima do normal” pelo açúcar nos mercados internacionais levando os “traders” a direccionarem o produto nacional para exportação, onde estão a obter maiores margens de lucro, originando uma menor disponibilidade em Moçambique, consequentemente os preços aumentaram.
No entanto a fonte explicou ao @Verdade que com o início, na semana passada, da nova época de produção de açúcar em Moçambique o preço do açúcar castanho vai baixar mas só até os 75 meticais por quilo.
Paradoxalmente o antigo ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, havia iniciado uma “guerra” às protecções que a indústria açucareira beneficia particularmente à sobretaxa que é imposta ao açúcar importado que torna o preço do açúcar nacional 30 por cento mais caro para os moçambicanos.
Fonte: Jornal A Verdade, Moçambique
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