Nos últimos três anos, figuras como Fernando Rosas, Daniel Oliveira, Fernanda Câncio e Rui Tavares trouxeram a questão da escravatura para a ordem do dia, com um objectivo político. Contra essa postura, «adoptada pela extrema-esquerda», o historiador João Pedro Marques apresenta uma tese rigorosa que indica que o padre António Vieira não foi um apologista da escravatura, que a escravatura não foi uma criação dos portugueses da era dos Descobrimentos, e apresenta as razões pelas quais Portugal não deve pedir unilateralmente desculpa por esses factos passados. Esta e outras conclusões para descobrir no livro Combates Pela Verdade, Portugal e os Escravos. A obra, publicada pela Guerra e Paz, Editores, chega às livrarias de todo o país no próximo dia 19 de Maio.
Em Abril de 2017, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitou a ilha de Gorée, no Senegal, uma ilha que está simbolicamente associada ao tráfico transatlântico de escravos. As declarações que a esse respeito então fez desencadearam uma verdadeira tempestade de críticas e foram pretexto para um debate público que já dura há três anos.
O especialista de renome mundial em história da escravatura João Pedro Marques confrontou continuada e persistentemente essa «visão simplista, penitente e culpabilizadora que quis alterar a narrativa histórica e o ensino, e que exige compensações para os que se dizem descendentes de escravos». Agora, o historiador publica Combates Pela Verdade, Portugal e os Escravos, livro que reúne as suas intervenções neste debate.
A tese agora publicada sublinha que os africanos já vendiam escravos entre si e ao mundo muçulmano, quando os portugueses chegaram às costas de África; que Lisboa não teve, ao contrário do que se diz, um grande papel no comércio da escravatura; que Portugal não foi a maior potência esclavagista do mundo; que o padre António Vieira não foi um apologista da escravatura; e que o tráfico transatlântico que levou milhões de negros para as Américas não foi imposto aos africanos, mas resultou, isso sim, da sua colaboração com os europeus.
Essa colaboração é uma das razões pelas quais Portugal não deve pedir unilateralmente desculpa por esses factos passados. Mas há outras razões para não o fazer, razões que se explicam detalhadamente neste livro.
Segundo o autor «é importante perceber que um aparentemente inócuo pedido de desculpas pelo longínquo passado, se acaso fosse obtido, seria o primeiro passo para que os auto-denominados descendentes de escravos viessem a exigir a Portugal e aos outros países que tiveram colónias nas Américas — e que, convém não o esquecer, foram os primeiros a abolir a escravatura —, compensações e indemnizações de vária ordem».
Empenhado na defesa da verdade histórica, que deu o mote para título do livro, João Pedro Marques reitera a importância de «perceber que a História é uma coisa séria que não se faz com emoções e ideias politicamente correctas, mas sim com factos. Por isso, por uma questão de verdade histórica, é imprescindível contrariar a visão da extrema-esquerda para repor uma perspectiva historicamente informada e verdadeira do que foi a relação dos portugueses com a escravatura».
Combates Pela Verdade, Portugal e os Escravos chega às livrarias de todo o país no próximo dia 19 de Maio, marcando o regresso da Guerra e Paz às publicações, depois do período de confinamento profiláctico. O livro pode ser encomendado desde já, através de pré-compra, no site oficial da editora.
Este é o segundo ensaio de João Pedro Marques publicado pela Guerra e Paz, Editores, antecedido por Escravatura, Perguntas e Respostas, de 2017.
Combates Pela Verdade, Portugal e os Escravos
João Pedro Marques
Não-Ficção / História
192 páginas · 15x23 · 14,90 €
Nas livrarias a 19 de Maio
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