- John Horvat II *
Onavio-hospital da Marinha Americana Comfort [foto acima] foi despachado rapidamente para o porto de Nova York a fim de ajudar a cuidar das dezenas de milhares de pacientes de coronavírus que, esperava-se, ocupariam todos os leitos da embarcação. Por garantia, foram adicionados 1.000 leitos àqueles normalmente ali existentes.
Contudo, o navio está deixando o porto com um índice baixíssimo de utilização, pois na cidade de Nova York o temido colapso do sistema de saúde de fato nunca aconteceu. Ventiladores extras de pulmão, que haviam sido providenciados para o Comfort, estão agora disponíveis para outros lugares.
A estadia do navio na zona “quente” da pandemia e sua partida são altamente simbólicas.
Em todo o país, hospitais foram preparados para o anunciado Armagedon e atender assim as sucessivas ondas de vítimas do COVID-19. No entanto, o sistema de saúde desapontou por ter-se preparado para um Armagedon que nunca veio. Agora, muitos hospitais estão despedindo parte de sua equipe médica ou até mesmo indo à falência. A falta de pacientes e o cancelamento de cirurgias não urgentes lhes estão trazendo graves prejuízos financeiros. Tem gente morrendo porque estão adiando cirurgias vitais.
Algo deu seriamente errado com os modelos usados para fazer a projeção da ameaça à saúde pública. Tais modelos não estavam sequer próximos da realidade. O mais citado foi fornecido por uma equipe do Imperial College de Londres, dirigida pelo Prof. Neil Ferguson. Sua projeção acabou sendo usada por um grande número de governos para impor severas medidas de confinamento de seus cidadãos. Esses líderes políticos manifestaram ter mais fé e reverência nessas previsões distorcidas do que nos quatro Evangelhos.
Concomitantemente, os especialistas londrinos,nos quais eles se baseavam, estimaram que morressem nos EUA 2.2 milhões de pessoas. Na realidade, apenas uma diminuta fracção americanos sucumbiu. O principal autor do estudo mais tarde admitiu que as tais previsões bárbaras foram baseadas em milhares de linhas de um código não documentado escrito 13 anos atrás para estabelecer um modelo de pandemias de gripe. Esses modelos iniciais eram não somente erros de cálculo, mas também avaliações baseadas em uma péssima aplicação da ciência. A mídia politizada se aproveitou para espalhar o máximo possível esses cálculos.
Ninguém até hoje foi responsabilizado por um erro tão brutal. Esses cientistas conservam seus empregos, os líderes políticos que com açodamento e sem investigação aceitaram e agiram em função de seus números inflados se mantêm em seus cargos. E a mídia irresponsável continua a fomentar impunemente histeria.
Ao mesmo tempo, líderes políticos ignoraram presunçosamente doutores e cientistas como o Dr. John Ioannidis, da Universidade de Stanford, cujos estudos e compreensão da conjuntura eram bastante próximos da realidade, pois previam que o índice de mortalidade seria bem próximo da gripe de estação. Se lhes tivessem dado atenção, ter-se-ia poupado muito tempo e dinheiro ao sistema hospitalar. O seu conhecimento politicamente incorreto, mas epidemiologicamente correto poderia ter salvado vidas e problemas.
Não satisfeitos com seu desastroso manuseio da crise no campo médico, os líderes governamentais insistiram e decidiram repetir seus erros na economia e na sociedade. As rodas da indústria e do comércio foram obrigadas a parar, na antecipação da pandemia que mataria milhões. Boa parte do mundo ainda está com certa paralisação. Essas decisões foram também baseadas nos mesmos modelos defeituosos e estão provocando um colapso geral.
Decisões governamentais deveriam ser baseadas em dados reais e científicos confiáveis. A continuação do confinamento extremo baseado em previsões defeituosas não é nada menos que suicídio sociopolítico e econômico.
Amplas partes dos EUA com pouco ou nenhum caso do vírus foram tratadas com o mesmo rigor que a cidade de Nova York, centro da epidemia. Empresas e operações estuantes de vitalidade foram simplisticamente divididas em dois grupos: “essenciais” e “não essenciais”. Já sabemos quais foram os critérios duvidosos que determinaram essas decisões muito pouco salomônicas em que muitos estados consideravam as clínicas de aborto, os dispensários de maconha e as lojas de bebidas alcoólicas “essenciais”, mas negavam o mesmo tratamento às igrejas e reuniões religiosas.
Quando as economias modernas integradas param, o mesmo acontece com as cadeias de abastecimento. Partes integrantes do processo com frequência não podem mais ser readaptadas. Quantidades maciças de bens e alimentos têm que ser doados ou jogados fora.
O alcance total da destruição econômica é de dar vertigem. Em março e abril, os mercados perderam trilhões de dólares em valor. Indústrias importantes, como hotelaria e transporte, fecharam as portas. O débito subiu às nuvens. Os gastos governamentais inflaram fora de controle. Dezenas de milhões de pessoas ficaram sem trabalho e recebem ajuda do governo.
O pior é que o mundo dos negócios, desejoso de reabrir, está sujeito aos mesmos caprichos desses mesmos políticos que foram os primeiros a colocá-los na situação que estão. Muitos líderes governamentais estão estendendo o lockdown, numa tentativa oca de evitar humilhação e poder “provar” que os fechamentos eram de fato necessários. Outros funcionários públicos são ideologizados e pouco se preocupam com a calamidade econômica. Eles veem a crise como uma oportunidade de forçar a aceitação de suas agendas socialistas e ecológicas.
O grande perigo não é o vírus, mas o incompetente manuseio da crise. Isso levou a medidas que estão destruindo a ordem socioeconômica. A atitude de fazer qualquer coisa que der na telha está queimando a casa, quando simplesmente uma lanterna teria sido suficiente para iluminá-la e encontrar uma solução para o problema.
Um dia a História vai julgar com grande severidade a culpa de todos aqueles envolvidos em criar o pânico e a histeria geradores da presente crise. Ela condenará severamente aqueles que aberta e despudoradamente usaram a crise para promover suas metas subversivas. Em vários graus, cada um deverá assumir certa quota de responsabilidade por esta calamidade médica e econômica. Eles serão corresponsáveis por todos que pereceram por doença, suicídio, ansiedade, bem como por outras causas indiretas de morte provocadas pelo pânico mundial.
A única saída da crise é pular fora desta rota de suicídio. Agora. Imediatamente. Ninguém pode ser obrigado a cometer suicídio. Assim como o navio-hospital Comfort, urge deixar para trás o porto de Nova York!
ABIM
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* John Horvat II, é vice-presidente da TFP norte-americana, autor do best-seller “Return to Order”. Artigo traduzido do ingles por João Carlos Leal da Costa.
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