sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Um Pontífice Combativo

São Pio X, Papa de 1903 a 1914, foi canonizado em 1954 e sua festividade litúrgica é celebrada no dia 21 deste mês. Este comentário sobre o Papa santo foi extraído de um discurso de Plinio Corrêa de Oliveira em 30 de maio de 1973.
No processo de canonização de São Pio X, o ‘Advogado do Diabo’1 quis esclarecer por que estava trincada a esmeralda do anel papal, e recebeu a explicação: ficou trincada quando o Papa deu um murro sobre a mesa, num gesto de cólera. Isso parecia reforçar a argumentação contra a canonização.
O anel de São Pio X na mão de prata do relicário que protege seus restos na Basílica de São Pedro
Foram então examinar o motivo dessa cólera, e constatou-se que durante uma audiência o embaixador da Alemanha lhe apresentaria uma sugestão do governo imperial. São Pio X sabia qual era a sugestão, e a reputava insultante à sua dignidade de Vigário de Cristo. Durante a missa que celebrou naquela manhã, pediu a Deus a virtude da cólera. E quando o embaixador alemão lhe fez a sugestão inaceitável, num gesto muito peninsular ele deu um murro sobre a mesa, trincando a esmeralda. Horas depois do fato, ele ainda vibrava de ira santa, indignado com a proposta do embaixador do Kaiser.2
A graça não destrói a natureza, mas a aperfeiçoa e santifica. Os homens combativos pelo bem são os que obtêm a paz para os povos. Lutando contra o erro, combatem os fautores da divisão e do mal, e assim obtêm a verdadeira paz.
Com o destroçamento da heresia modernista, São Pio X, o grande e combativo Pontífice, reconquistou a Cristandade. Deixou a Igreja num período de grande paz, que no Brasil perdurou mais que em outros lugares. O modernismo destroçado pelo Papa ficou encolhido nos seus antros, à espera de melhor oportunidade para obter sucesso.
ABIM
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Notas:
  1. Nos processos de canonização, a Igreja Católica nomeava um “Promotor da Fé” (em latim, Promotor Fidei), cuja função era examinar com ceticismo o candidato à canonização. A obrigação desse perito era procurar falhas na vida do candidato e no processo, assim como levantar objeções e apresentar provas que pudessem eventualmente barrar a canonização. Por exercer tal função, o Promotor Fidei era popularmente conhecido como “Advogado do Diabo” (em latim, Advocatus Diaboli).
  2. Guilherme II, último Imperador alemão e Rei da Prússia de 1888 até sua abdicação em 1918, no final da Primeira Guerra Mundial.

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