quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Município de Cantanhede promove sexta edição do Prémio Literário Carlos de Oliveira

Prazo de entrega das obras concorrentes termina a 27 de novembro

No próximo dia 27 de novembro termina o prazo de entrega de obras concorrentes à sexta edição do Prémio Literário Carlos de Oliveira, iniciativa promovida pelo Município de Cantanhede para estimular a criação literária no âmbito de uma homenagem a um dos grandes escritores portugueses da segunda metade do século XX. Este concurso terá especial expressão em 2021, ano em que se comemora o nascimento do autor de Uma Abelha na Chuva e Finisterra, efeméride que será assinalada pela autarquia cantanhedense com uma programação vasta e diversificada.

O vencedor do Prémio Literário Carlos de Oliveira será contemplado com uma verba pecuniária de 5.000 euros, integralmente suportada pela Câmara Municipal, que assegurará também os custos decorrentes da edição da obra premiada.

O certame literário é aberto à participação de autores de qualquer dos países de língua oficial portuguesa, que podem concorrer com apenas uma obra, inédita e não editada, em prosa narrativa (conto ou romance). Os originais – mínimo de 120 páginas em formato A4, com o texto processado em letra Times New Roman em corpo 12 e entrelinha a 1,5 espaço –, deverão ser remetidos, até 27 de novembro, para a seguinte morada: Escola Básica Conde Ferreira / Largo Conselheiro Ferreira Freire / 3060-201 Cantanhede

Nos termos do regulamento disponível para consulta em https://www.cm-cantanhede.pt/mcsite/Media/upload/2018/201871716476_RegulamentoPreMioCarlosOliveira.pdf , cada concorrente terá de entregar a obra assinada sob pseudónimo em cinco exemplares devidamente encadernados dentro de um sobrescrito que deverá conter ainda um outro envelope fechado e lacrado, dentro do qual deve estar a identificação e a morada do autor e no exterior, apenas e só, o pseudónimo correspondente.

Constituído por cinco elementos, o júri é presidido pelo vice-presidente da Câmara Municipal, Pedro Cardoso, titular do pelouro da Cultura, e integra o Professor Doutor Osvaldo Silvestre, em representação de Paula de Oliveira, sobrinha do escritor, o Professor Doutor Fernando Baptista, indicado pela Associação Portuguesa de Escritores, o Professor Doutor António Apolinário Lourenço, na qualidade de académico dedicado ao estudo de Carlos de Oliveira, e o Prof. Doutor António Pedro Pitta, a convite do Município.

O resultado do concurso será divulgado durante a primeira quinzena de julho de 2021, e a entrega do prémio será efetuada em cerimónia pública no decurso das comemorações do Feriado Municipal de Cantanhede, em 25 de julho de 2021.

Na última edição, o livro vencedor foi A Epopeia do Espírito Santo, da autoria de António Breda Carvalho, professor da Mealhada com vasta obra literária editada, além de estudos regionais.

Anteriormente, o Prémio Literário Carlos de Oliveira havia sido já atribuído a “A estrambótica aventura do senhor Martius Von Gloeden, o Caçador de Orquídeas” de Carlos Roberto Loiola, escritor e juiz na cidade brasileira de Belo Horizonte, a “Crime e Revolução”, do historiador, escritor e poeta brasileiro Carlos Roberto da Rosa Rangel, a “O Novíssimo Testamento”, do escritor Mário Lúcio Sousa, ex-ministro da cultura de Cabo Verde, e a “Quase Tudo Nada”, de Arsénio Mota, escritor, jornalista, cronista, poeta, ensaísta, tradutor e editor.

Carlos de Oliveira

Carlos de Oliveira nasceu em Belém do Pará, no Brasil, a 10 de agosto de 1921. Regressado a Portugal, juntamente com os pais, aos dois anos de idade, Carlos de Oliveira passou grande parte da sua infância no concelho de Cantanhede, inicialmente na Camarneira e depois em Febres, onde seu pai exercia medicina. A partir de 1933, passou a viver em Coimbra, onde permaneceu durante quinze anos, a fim de concluir os estudos liceais e universitários. Em 1941, ingressou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde teve participação muito ativa nos movimentos intelectuais e políticos com outros jovens, entre os quais Joaquim Namorado, João Cochofel e Fernando Namora.

Depois de ter concluído a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, instalou-se definitivamente em Lisboa, semcontudo deixar de visitar regularmente Coimbra e a Região da Gândara, onde viveu a sua infância e cujo território é o cenário preferencial da sua obra narrativa e também referência constante na sua poesia.

É autor de diversas obras em diferentes géneros literários. Uma Abelha na Chuva (1953), Casa na Duna (1943), Finisterra. Paisagem e Povoamento (1978), Pequenos Burgueses (1948) e Alcateia (1944) são os seus romances mais conhecidos, enquanto na poesia são referência Mãe Pobre (1945), Descida aos Infernos (1949), Terra de Harmonia (1950), Cantata (1960), Sobre o Lado Esquerdo (1968), Micropaisagem (1968) e Entre Duas Memórias (1971). Publicou ainda contos e crónicas, com destaque para A Pequena Esperança (1946) e O Aprendiz de Feiticeiro (1971). Faleceu em Lisboa a 1 de Julho de 1981.

Nenhum comentário:

Postar um comentário