Entrei no restaurante, com prévia marcação, e fiquei revoltado. Estava cheio, sem o espaço exigido entre mesas. Disse da minha insatisfação. As regras não estavam a ser cumpridas e eu não estava disponível para correr riscos. Perante o meu mau estar, que manifestei, o responsável do espaço disse-me, curto e grosso: “chame a polícia!”. Fiquei incomodado e decidi exercer o meu dever de cidadania. Liguei a um posto da PSP. “Não é da nossa competência, somos um posto de turismo”. Perante a minha insistência, o agente tranquilizou: “Vou mandar aí um carro”. Aguardei. Não apareceu.
Como pode um cidadão contribuir para que sejam responsabilizamos os prevaricadores? As autoridades tem que assumir o seu (importante) papel na vigilância, sobretudo daqueles que estão obrigados a regras que a todos protegem. Estaremos mais confiantes com a certeza de que temos autoridades que nos protegem.
A temida segunda vaga da pandemia está aí. Mais de mil casos por dia.
O presidente Marcelo disse que temos desde já que começar a pensar no Natal, na habitual confraternização de famílias para a ceia de Natal. É um alerta sério. Nas entrelinhas, está a dizer-nos que a pandemia está para durar.
Não devemos deixar a normalidade (possível...) do nosso dia a dia. O comércio, a restauração, as fábricas tem que funcionar. As pessoas tem contas para pagar.
Hoje estamos muito melhor preparados. Sabemos como evitar o contágio. Temos que não baixar os braços no combate à pandemia.
EDUARDO COSTA, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional.
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