O Centro Ciência Viva da Floresta recebeu no dia 25 de janeiro a reunião entre o Ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a Secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Brigadeiro-General Duarte da Costa, e os responsáveis pelas Associações Humanitárias de Bombeiros e respetivos comandantes dos concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, incluindo Sertã e Vila de Rei, que irão juntar-se a Proença-a-Nova, Vila Velha de Ródão, Oleiros, Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Penamacor no processo de reorganização da NUTS III. O encontro, realizado no âmbito da iniciativa Governo Mais Próximo, enquadra-se igualmente num conjunto mais alargado de reuniões que o Ministério está a desenvolver não só com as diversas forças da proteção civil - para aperfeiçoar o modelo de trabalho e a estrutura de proteção civil -, mas também com os autarcas no âmbito das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
No caso dos Bombeiros, o objetivo é perceber quais as suas principais reivindicações e prioridades, de forma a estabelecer uma “hierarquia que seja mais em conformidade com as preocupações e a hierarquia das prioridades das próprias corporações”, referiu o ministro que adiantou que o Ministério da Coesão garante “122 milhões de euros para apoiar os esforços de capacitação e de resiliência dos territórios, quer para os riscos naturais, quer para os incêndios florestais e seu combate”. Ao nível do Plano de Recuperação e Resiliência estão disponíveis 20 milhões de euros, 12,6 dos quais para aquisição de veículos florestais. Para além do financiamento, José Luís Carneiro identificou outros possíveis temas de preocupação dos Bombeiros, como sejam os objetivos de profissionalização ou a valorização do voluntariado, que tem uma “força histórica”. Na sua perspetiva, as Equipas de Intervenção Permanente podem ser reenquadradas de forma a terem uma natureza equivalente aos sapadores florestais, podendo realizar limpezas preventivas como uma nova forma de financiamento das próprias associações humanitárias, até porque já prestam outros serviços às populações como a realização de queimas.
A reestruturação político-administrativa resultante da redefinição das NUTS II e III foi abordada pela Secretária de Estado da Proteção Civil: “Estamos efetivamente a viver um período de viragem importante naquele que é o nosso sistema de proteção civil, temos inúmeros desafios pela frente, quer do ponto de vista da conjetura mais global do sistema, associado às alterações climáticas e a todos os novos riscos que as nossas sociedades foram gerando, quer nos desafios que resultam das nossas próprias opções nacionais, como seja a implementação de um novo modelo territorial de proteção civil”. O presidente da Câmara Municipal de Proença-a-Nova e da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, João Lobo, referiu que a alteração realizada ao nível da CIMBB irá tornar “mais forte” o território, até porque disporá de mais elementos de proteção civil para qualquer ocorrência.
O Ministro da Administração Interna referiu ainda que “de acordo com os dados da proteção civil, nós conseguimos garantir um combate que permite debelar os incêndios até aos 90 minutos em 92,3% das ocorrências, o que significa um nível de eficácia que compara, por aquilo que tenho visto, com os melhores níveis de combate que há em termos europeus”. Os incêndios que não foram debelados nesta fase acabaram por dar origem às grandes ocorrências de 2022: o seu estudo permitirá receber informação para aumentar a eficácia do sistema, trazendo importantes informações e conhecimento para o modelo que se pretende implementar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário