O CTCV realizou a primeira cozedura de produtos de porcelana utilizando blends de Hidrogénio e gás natural (50:50), um marco importante para a redução da pegada carbónica da indústria cerâmica.
Os ensaios decorreram no Laboratório Hipocarbónico do CTCV, numa área de investigação dedicada ao desenvolvimento de soluções sustentáveis para processos industriais. Foram realizados no âmbito da Agenda Mobilizadora Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal (ECP), uma iniciativa estratégica que visa promover a sustentabilidade e a competitividade da indústria cerâmica e cristalaria nacional.
Os estudos sobre os materiais de porcelana são efetuados em parceria com a Vista Alegre, e com o apoio da INDUZIR e da PRF e demonstram o compromisso do setor em adotar tecnologias mais limpas e eficientes. Estes estudos têm como objetivo explorar fontes de energia alternativas e descarbonizadas como a combinação de Hidrogénio e gás natural, por forma a permitir uma substancial redução das emissões de carbono, sem comprometer as qualidades técnicas e estéticas da porcelana.
A cozedura foi realizada com sucesso, superando desafios técnicos como os relacionados com a necessidade de geração de uma atmosfera redutora dentro do forno a altas temperaturas. O resultado garante que a porcelana mantém as suas propriedades de resistência, durabilidade e a brancura que a caracteriza, alinhando-se com as exigências do mercado e as normas de qualidade do mercado.
Este resultado é de grande importância para o setor, demonstrando a viabilidade da utilização de Hidrogénio como combustível na produção de porcelana, sem comprometer a sua brancura, uma das características técnicas mais valorizadas neste tipo de produto.
A continuidade desta linha de investigação permitirá à indústria cerâmica progredir no seu processo de descarbonização, ajudando a alcançar os objetivos globais de redução de emissões e facilitando a transição para uma economia de baixo carbono.
* Nuno Nossa
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