segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

360º - Presidente Marcelo. 9 coisas a saber, 8 opiniões para pensar

360º

Por David Dinis, Diretor
Bom dia!
Enquanto dormia

Um terramoto intenso atingiu a costa espanhola, nomeadamente a Andaluzia. O El Pais diz que não há vítimas, mas há danos materiais.

Ainda em Espanha, o terramoto político continua. Sem o apoio do Cuidadanos, o líder do PSOE esteve ontem 20 minutos ao telefone com o homem forte do Podemos. Rezam as crónicas que não correu bem. Rajoy, entretanto, quer propor um "grande pacto" os socialistas. Aqui está a síntese.

O ISIS mostrou um vídeo com os autores dos atentados de Paris. O objetivo: ameaçar todos os países da "coligação", incluindo a Grã-Bretanha.

O Porto ganhou na estreia de Peseiro - mas reza a crónica do Diogo Pombo que "os dragões foram lentos, tímidos no risco e tudo o que fizeram foi assim-assim". Jogando bem fica mais fácil. Assim, não. Ah! E há problemas adicionais para os portistas: na Luz, vingou a regra dos três simples; e em Paços de Ferreira percebeu-se que, se não é líder quem quer, o Sporting quer muito.

As presidenciais
"É o povo quem mais ordena" - e o povo quis Marcelo. Anoite eleitoral foi curta, mas cheia de emoções, e deu vitória à primeira volta. Com 52% dos votos, o Presidente eleito falou para o novo Governo: garantiu que será cooperante, mas "atuante", e pediu que não se ponha em causa a estabilidade financeira pela qual "tantos portugueses se sacrificaram". O discurso com o caderno de encargos está aqui. E os primeiros 12 desafios do novo chefe de Estado neste link.

Marcelo e Costa. Virá aí uma coabitação tranquila? A pergunta que todos fazem foi o mote da Liliana Valente ontem à noite. Ela ouviu o que disse o primeiro-ministro, anotou ainda os recados do Largo do Rato. E cruzou tudo com o que se passou na campanha. Convém ler o texto, para saber o que aí virá. (A par deste outro, onde se lê como PSD e CDS clamaram vitória).

Junte-se a isto, mais uma pitada de instabilidade interna. É que a divisão do PS, e a derrota para Marcelo, deixaram o partido nervoso. Houve quem dissesse que "não se aprende com os erros", também que é preciso "refletir". A noite socialista foi assim.

E foi assim porque Sampaio da Nóvoa não passou do milhão de votos (Foi bonito, pá. Mas não não chegou, conta o João Pedro Pincha na crónica da noite). E porque Maria de Belém nem 200 mil conseguiu (A hecatombe no fim de um caminho "difícil", como escreve o Miguel Santos).

Não foi, porém, a única derrota da noite. A mais clara foi até a do PCP. E Jerónimo que disse? Que não quis “uma candidata assim mais engraçadinha” para ter mais votos. Como perceberá pela minha crónica (A política, D.M. - Depois de Marcelo), podem vir aí tempos interessantes na Soeiro Pereira Gomes - e não só.

A candidata "engraçadinha" (vai linda a coabitação PCP/BE, vai mesmo) era Marisa Matias, a autora do melhor resultado de sempre do Bloco em presidenciais“As sementes desta campanha darão frutos”, disse ela ontem. Mas pode um partido de esquerda celebrar quando Marcelo venceu à primeira? Reflexões precisam-se, resume a Sara Otto Coelho, que esteve lá.

No meio da lista ficou o fenómeno Tino. E nós, respeitando os seus 150 mil votos, registámos as frases inesquecíveis que levaram Tino aos 3,3%.

Chegado aqui, há algumas leituras que lhe recomendo vivamente.
Informação relevante
Breves notas, só para não perder o essencial do que se passou no fim de semana.

OE 2016. Costa diz que negociou “intensivamente” com a Comissão. O primeiro-ministro garantiu ao Financial Times que houve "semanas de conversas intensivas" com a Comissão, para negociar o draft de OE. Garante que está tudo ok com Bloco e PCP. E mostra o documento como prova de que se pode reverter a austeridade responsavelmente. Eis a síntese da entrevista.

O Orçamento, na prática, passa por um aumento de impostos sobre o consumo - especialmente sobre o petróleo. Imagino que já conheça as linhas gerais, caso contrário basta carregar aqui.

A Oi respondeu a Isabel dos Santos“Oferta da Unitel para compra do BFA é inválida”, disse a empresa numa resposta ao comunicado da Unitel. É caso para dizer que a guerra está para lavar e durar com um pedido de indemnização da Oi no valor de 1,8 mil milhões de euros pelo meio, anota o Luís Rosa.

A empresa parceira do ex-sócio de Miguel Macedo está a ser investigada por corrupção em Espanha. A informação das autoridades espanholas chegou um dia antes da acusação dos Vistos Gold.

As taxas moderadoras vão baixar até dois euros. E a nova tabela entra em vigor em abril.

O Governo quer reduzir o preço dos manuais escolares em setembroAs negociações com as editoras estão em curso, diz o Económico.

O The Lisbon MBA é o único português no ranking do Financial TimesÉ o 15º melhor da Europa e o 40º melhor do mundo.

Os nossos Especiais

Quando não havia Presidentes: os 7 reis mais influentes da História de Portugal. Não fizeram campanha, não pediram votos, não foram eleitos - e, em vez de uma máquina partidária, tinham uma espada. O João Ferreira faz a lista dos monarcas que marcaram a história.
 
O turbulento ano da Grécia de Tsipras. Os gregos exigiram mudança e ela chegou. Precisamente um ano depois de ser eleito, Alexis continua primeiro-ministro, o Syriza é um partido mais ao centro e a austeridade é ainda maior. O Nuno Martins recorda-nosa história de um ano fascinante, numa fotogaleria que (ainda) me deixa de boca aberta.

Quatro meses depois de chegar à Alemanha, Issam desespera: “Já não consigo aguentar isto”. O João de Almeida Dias conheceu Issam em setembro na Sérvia. Chegou à Alemanha poucos dias depois, com a esperança de uma vida em paz. Vive numa casa com 50 homens e espera. Hoje, já pondera voltar para trás.

James Rodríguez. O menino que está deixar de ser bonito e ninguém sabe porquê. Antes era decisivo, golos e assistências a saírem-lhe do pé esquerdo. Mas James Rodríguez murchou. Lesão, discotecas, fuga da polícia e poucos minutos, tudo lhe acontece. Até Zidane se chateou com ele. O Diogo Pombo conta a história.
 
Notícias surpreendentes
Não foram a votos, mas estão eleitas: as residenciais 2016. No dia de reflexão, deixámos cair o "p" e mostrámos 10 residenciais - tantas como os candidatos que disputaram eleições este domingo - onde se pode dormir de norte a sul do país. A Raquel Salgueira Póvoas garante que há coisas boas para todos os gostos.

Aqui também há para todos os gostos - mas o tema é outro: são 62 das imagens mais poderosas da História, uma galeria fotográfica onde estão algumas das imagens mais poderosas da História da humanidade - nossa a história mais vista nos últimos dias (tirando as presidenciais, que ontem também fizeram história). A verdade é que vivemos tempos interessantes - já o dizia a maldição chinesa.

Com tantas coisas a acontecer, com tantos momentos para registar e recordar, o mais certo é que lhe apareça a tal mensagem no telemóvel: "memória cheia". Contando com isso, pensando em si, preparámos-lhe o guia que deve seguir para libertar mais memória (e não, não é em sentido figurado).

É assim que chegamos a segunda-feira, na convicção de que terminou o ciclo eleitoral mais longo das últimas décadas. Quer isto dizer que tudo vai acalmar? O melhor é ficarmos atentos. Será essa a nossa maior missão daqui para a frente. Conte connosco, vá passando por cá. Em qualquer dos casos, há sempre boa informação para dar - e uns sorrisos para distribuir. 
Tenha um dia produtivo, tenha um dia feliz.
Até já! 
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