quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Vozes do Norte contra uma “TAP Lisboa”


A decisão da TAP de suspender quatro voos a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro provocou uma onda de revolta entre autarcas e empresários nortenhos, convictos de que se trata de uma medida "altamente prejudicial para as empresas e para a economia" da região.

Apesar da enxurrada de críticas, que chegou inclusive da Galiza, o autarca portuense Rui Moreira garante não estar preocupado.
"Mais uma vez, ficamos a saber que não podemos contar com a erradamente chamada TAP Portugal. Trata-se cada vez mais de uma TAP Lisboa e cada vez menos de uma TAP Portugal", acusa o presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho.
É que, conforme notou o autarca gaiense, Eduardo Vítor Rodrigues, "não estamos a falar de rotas para cidades escondidas no meio de duas montanhas". Em causa, estão as ligações entre Porto e Barcelona (Espanha), Bruxelas (Bélgica) e Milão e Roma (Itália), que serão suspensas a partir de 27 de março. Rotas que a TAP considera "deficitárias" mas que, segundo os eurodeputados Paulo Rangel e Nuno Melo estão "invariavelmente lotadas".
"As forças vivas da região têm que tomar uma posição e fazer valer a sua voz", exige o eurodeputado do PSD Paulo Rangel, ressalvando que, apesar da posição crítica, mantém-se "totalmente a favor da privatização da TAP". Posição partilhada pelo eurodeputado do CDS. "A TAP tem que dar explicações", reclama Nuno Melo.
"Não podemos aceitar que exista qualquer enfraquecimento do Aeroporto Francisco Sá Carneiro", concorda o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Hermínio Loureiro. "É uma decisão que prejudica empresas e população", enfatiza Ricardo Rio, presidente do Eixo Atlântico. Do lado galego, o secretário-geral Xoan Mao chega a comparar a TAP aos Estaleiros de Viana do Castelo e fala numa "lógica de favorecimento do lucro privado". Já o presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Nuno Camilo, lembra outro setor afetado: "O Porto não é só uma cidade de comércio, é uma cidade de turismo e esse turismo traz capitais".
O presidente da Câmara do Porto garante, contudo, não estar preocupado, visto que as cidades em causa "são ligadas através de outros operadores". Para Rui Moreira, o importante é que se mantêm as ligações transatlânticas. Guilherme Pinto concorda: "Não terá um impacto significativo desde que sejam reforçadas as ligações que mais interessam à região".

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