Uma nova pesquisa alega ter encontrado provas de que um planeta embrião se fundiu com a Terra e que desta colisão nasceram tanto a lua como o nosso planeta.
Uma das teorias sobre a formação da lua é de que ela foi produzida depois de um pequeno planeta, chamado Theia, colidir com a Terra, cerca de 4,5 mil milhões de anos atrás.
Theia teria simplesmente “arrancado” um pedaço do nosso planeta – então em formação -, projetando a lua para a sua órbita atual e continuando o seu caminho pelo espaço.
Agora, um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA), publicado na revista Science, sugere que Theia nunca nos deixou.
A equipa analisou sete rochas lunares trazidas de volta à Terra pelas missões Apollo, assim como seis rochas vulcânicas tiradas do manto da Terra.
Os cientistas procuravam por isótopos de oxigénio contidos nas rochas, ou seja, estavam a contar o número de protões e neutrões nos átomos de oxigénio.
Isto é importante porque as rochas de cada corpo planetário no nosso sistema solar têm uma “impressão digital” de isótopos de oxigénio que pode ser usada para descobrir a sua proveniência.
Por exemplo, mais de 99,9% do oxigénio na Terra é O-16, o que significa que cada átomo contém oito protões e oito neutrões. Mas há também pequenas quantidades de O-17 e O-18 na Terra, e é a relação entre O-16 e O-17 que os cientistas podem usar para descobrir de onde as rochas – e outras substâncias – vieram.
Nova teoria
Se Theia tivesse simplesmente batido de raspão contra a Terra e produzido a lua, como previsto anteriormente, o nosso satélite natural seria composto principalmente de rochas deste planeta embrião. Logo, as rochas da Terra e da lua teriam diferentes taxas de isótopos de oxigénio. Mas isso não se verificou.
Pelo contrário, as conclusões suportam uma hipótese proposta em 2012 de que Theia e a Terra se envolveram numa colisão frontal e acabaram por fundir-se. Theia ter-se-ia “misturado” com a Terra e a lua, e por isso a composição de ambas é parecida.
“Não encontramos qualquer diferença entre isótopos de oxigénio da lua e da Terra”, disse o investigador Edward Young.
Não sabemos muito sobre Theia, mas acredita-se que o embrião planetário foi semelhante em tamanho à Terra, ou a Marte. Young explica que há evidências de que Theia estava a crescer, e se tivesse sobrevivido ao acidente ter-se-ia tornado um planeta completo.
Se confirmada, esta hipótese vem mudar a nossa compreensão de como a Terra se formou e evoluiu, e poderá ainda fornecer algumas dicas sobre de onde a nossa água veio – uma colisão frontal com Theia teria provavelmente despojado a Terra de água.
Se for este o caso, a água pode ter sido trazida de volta ao nosso planeta dezenas de milhões de anos mais tarde, por pequenas colisões com asteroides.
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