segunda-feira, 14 de março de 2016

AUTORIDADES SEM RASTO DE EMPRESÁRIO RAPTADO EM BRAGA


 
Um empresário da construção civil foi raptado esta sexta-feira à noite em Braga e ainda não foi localizado. A família não encontra explicação para o crime.
Paulo Fernandes, de 42 anos, emigrado em França, foi raptado na zona de Lamaçães junto à garagem do seu prédio, por dois homens encapuzados que o agrediram e meteram à força num carro, levando-o com eles. Segundo o JN, o homem ainda terá tentado pedir ajuda ao irmão através do telemóvel.
A vítima estava acompanhada pela filha de oito anos, que pediu socorro numa farmácia próxima.
O caso está a ser investigado pela Unidade Nacional contra Terrorismo da Polícia Judiciária do Porto. De acordo com o Jornal de Notícias, a PJ está a explorar várias possibilidades, quase todas relacionadas com os negócios da vítima: extorsão de dinheiro, cobrança de dívida ou tentativa de silenciamento.
O empresário da construção civil, imigrado em França, vinha a Portugal de duas em duas semanas para ver a filha.
João Paulo Fernando Fernandes trabalha atualmente em Bordéus, com um irmão, como subempreiteiro numa firma da construção civil. Nessa qualidade, e porque não concorre a grandes obras, a empresa não tem conflitos, nem dívidas, de acordo com fontes do JN.
Fontes próximas da família não conseguem avançar com uma explicação para o rapto, e descrevem que o empresário “tem uma vida estável, sem dívidas de monta, nem inimigos e não frequenta meios marginais. Divorciado, não se lhe conhecem problemas amorosos, “nem se mete em confusões”.

Insolvência

Desde 2012, Paulo Fernandes tem pago aos credores da insolvência da empresa de colocação de ar condicionado que possuía, mas um gerente bancário da cidade afirma ao JN que “hoje, tem mais a haver do que a pagar”.
Apesar disso, não possui dinheiro ou bens que possam sustentar um pedido de resgate.
No entanto, o processo de insolvência da empresa do pai, a Sociedade de Construções JM Fernando Fernandes, originou uma queixa no Ministério Público (MP), por suspeita de burla na venda de bens que estavam em nome da família, nomeadamente casas e terrenos.
A queixa prendia-se com um alegado abuso de confiança de um mediador e da empresa compradora, que terá ficado com os bens a preço muito abaixo do de mercado.
Segundo o JN, estaria em causa uma verba superior a um milhão de euros, mas o caso – no qual Paulo Fernandes era a principal testemunha – foi arquivado pelo MP e fontes ligadas ao processo adiantam que “não faz sentido tentar silenciar alguém num processo que findou”.
De acordo com o Diário de Notícias, a maior parte dos raptos em Portugal não costuma ultrapassar os dois ou três dias. Os raptos de civis para exigir somas de dinheiro são raros, ao contrário do que acontece na Venezuela, que tem uma enorme comunidade portuguesa, em Moçambique ou no Brasil.
ZAP

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