O ex-secretário da Justiça Diogo Lacerda Machado, próximo de António Costa, e o ex-ministro Mário Lino estarão a ser investigados no âmbito das suspeitas em torno do negócio da TAP para a compra da brasileira VEM.
A Polícia Judiciária levou a cabo buscas na TAP, durante esta sexta-feira, no âmbito da investigação despoletada em 2013, por suspeitas de crimes de administração danosa, participação económica em negócio, tráfico de influências, burla qualificada, corrupção e branqueamento de capitais.
Em causa está o negócio de compra da VEM, uma empresa brasileira de manutenção e de engenharia, que foi adquirida pela TAP em 2007, num negócio considerado ruinoso para a companhia de aviação portuguesa.
Entre os suspeitos do processo estarão Diogo Lacerda Machado, ex-secretário de Estado da Justiça quando Costa era ministro da Justiça, descrito pelo JN como um “amigo” do primeiro-ministro.
Numa reportagem da revista Sábado, de Fevereiro deste ano, refere-se que o advogado de 54 anos e o governante conhecem-se desde os tempos da Faculdade e que são “tão próximos” que o primeiro “foi padrinho de casamento do agora primeiro-ministro”.
O JN ainda recorda que Costa o “foi buscar para negociar a TAP com o consórcio Gateway” no processo de reversão da privatização da companhia de aviação.
Diogo Lacerda Machado era na altura, e é ainda hoje, administrador da Geocapital, empresa privada detida por Stanley Ho, que esteve directamente envolvida no negócio de compra da VEM.
O negócio avançou em 2005, com a TAP a anunciar a aquisição da VEM (Varig Engenharia e Manutenção) e da Varig Log (Varig Logística) por 62 milhões de dólares numa parceria com a Geocapital que foi baptizada como Aero LB.
Mas, logo no início de 2006, a Varig Log foi comprada por uma empresa brasileira e o consórcio ficou apenas com a VEM, pela qual pagou 24 milhões de dólares, além de ter que assumir um passivo de 100 milhões de dólares.
No acordo entre a TAP e a Geocapital haveria uma cláusula que obrigava a primeira a comprar a parte da segunda na VEM, “caso o negócio da Varig falhasse”, conforme reporta o Jornal de Negócios.
E como foi esse o caso, a TAP teve que pagar à Geocapital 21 milhões de dólares e ainda “um prémio de 20%, ou seja, mais 4,2 milhões de dólares”, afiança o mesmo jornal económico.
O JN salienta que Diogo Lacerda Machado “se livrou de empresa brasileira sem futuro e ainda recebeu um prémio da transportadora”.
No caso do ex-ministro Mário Lino está em causa, diz o Correio da Manhã, a autorização dada pelo ministério que tutelava, o das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, à compra da VEM por parte da TAP, contra um parecer do Ministério das Finanças.
Situação que tornaria o negócio juridicamente nulo, realça o jornal.
ZAP
Comentário: então não foi tudo limpinho?
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