As pessoas com mais de 40 anos podem ter um melhor desempenho profissional se trabalharem apenas três dias por semana.
Economistas da Universidade de Melbourne, na Austrália, analisaram os hábitos laborais de três mil homens e 3.500 mulheres com mais de 40 anos, associando-os aos resultados de testes de capacidade cerebral.
A equipa de investigação concluiu que o trabalho em tempo parcial mantém o cérebro estimulado e evita a exaustão e o stress, e pedem que isso seja levado em consideração pelos diversos países em que a idade mínima da reforma tem aumentado. Em Portugal, a idade da reforma é 66 anos e dois meses.
O estudo usou dados de um censo australiano conduzido pelo Instituo de Economia Aplicada e Pesquisas Sociais, também ligado à Universidade de Melbourne.
Participantes fizeram testes em que liam palavras em voz alta, recitavam listas de números de trás para a frente e precisavam ligar letras a números com limite de tempo.
Em termos gerais, participantes que trabalhavam cerca de 25 a 30 horas por semana tenderam a obter os melhores resultados.
“O trabalho pode ser uma faca de dois gumes. Estimula a atividade cerebral, mas ao longo de demasiadas horas e numa série de funções pode causar fadiga e stress, o que pode potencialmente danificar as funções cognitivas“, escreveram os pesquisadores.
Colin McKenzie, um dos economistas envolvidos, afirma que trabalhar longas horas é mais prejudicial ao cérebro do que ficar sem trabalhar: pessoas que trabalhavam cerca de 60 horas por semana apresentaram uma atividade cognitiva menor do que as pessoas desempregadas.
No entanto, trabalhar menos de 25 horas por semana também causou redução de habilidade cognitiva.
Não houve grandes diferenças entre homens e mulheres em termos do número ideal de horas de trabalho, mas para a equipa a carga horária laboral ideal pode variar em diferentes países.
“A Austrália, por exemplo, tem quatro semanas de férias anuais, algo maior que o Japão”, que tem 10 dias”. Em Portugal, os trabalhadores têm direito a 22 dias úteis de férias anuais.
ZAP / BBC
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