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O
serviço SOS-Criança sinalizou em 2015 menos casos de crianças desaparecidas,
uma diminuição do número de raptos parentais e um aumento de situações de rapto
transfronteiriço.
Em
2015, chegaram ao IAC, através da linha europeia gratuita 116 000, 35 novos
casos de desaparecimentos, menos sete face a 2014, na maioria raparigas,
acentuando-se a tendência do ano anterior, adiantam os dados divulgados à
agência Lusa a propósito do Dia Internacional das Crianças Desaparecidas (25 de
maio).
A
maioria das situações referia-se a crianças portuguesas, mas também houve casos
de crianças estrangeiras (17%), o que revela um aumento destes casos
comparativamente a 2014.
Segundo
o coordenador do SOS-Criança, Manuel Coutinho, foram reportados três casos de
crianças sírias, um caso de uma criança espanhola, um de uma francesa e outro
de uma croata.
Apesar
e ter havido uma diminuição de casos, o também secretário-geral do IAC
considera que estes dados “são sempre preocupantes”.
“Basta
existir uma situação de desaparecimento para que essa situação já seja grave
demais”, disse Manuel Coutinho, observando que ainda há 16 casos por
recuperar”.
“No
final de 2015, 45% das crianças desaparecidas continuavam desaparecidas e isto
é uma situação complicada, apesar de percebermos que a maior parte dos
desaparecimentos são relacionados com fugas”.
Segundo
os dados, 57% das situações reportadas (20) referem-se a fugas de casa e de
instituições.
Houve
ainda nove casos de rapto parental, menos três do que em 2014, e cinco
situações de rapto transfronteiriço, que foram comunicados a Portugal por
outras linhas europeias de crianças desaparecidas.
Na
maioria dos casos (11), os menores tinham entre os 14 e os 16 anos, seguidos
dos que tinham mais de 16 anos (6). Foram também assinalados seis casos de
crianças com idades entre os quatro e os seis anos.
Em
cinco casos as crianças tinham menos de três anos e em quatro tinham entre os
11 e os 13 anos. Em três situações a idade não foi especificada.
Manuel
Coutinho disse à Lusa que o IAC também está preocupado com a situação das
crianças migrantes não acompanhadas: “Sabemos que entre os muito milhares de
adultos que se deslocam de uns países para os outros, há efetivamente muitas
crianças que vêm sozinhas”.
Estas
crianças são registadas nas fronteiras, mas muitas vezes perde-se o seu rasto
“e isso é muito preocupante”, frisou.
Lisboa
foi o distrito que apresentou o maior número de desaparecimentos (15), seguido
de Setúbal (5), Santarém (3), Porto (2), Braga (2). Houve ainda um caso em
Aveiro, Castelo Branco, Leiria, Açores e Madeira.
São
sobretudo os familiares (19) que sinalizam os casos, seguido dos profissionais
(13). Três apelos foram feitos pela comunidade.
Relativamente
à situação jurídica dos pais, o IAC refere que em 11 casos estavam divorciados,
em quatro separados e noutros quatro viviam em união de facto.
Os
dados apontam que a iniciativa do desaparecimento coube sobretudo à criança
(43%). Em 22% dos casos a criança estava acompanhada por um dos progenitores e
em três pelo namorado.
A
duração do desaparecimento varia entre as 48 horas e uma semana, acompanhando a
tendência do ano anterior.
A
maioria dos casos chegou ao conhecimento do SOS-Crianças através da linha
telefónica (22), enquanto 11 casos foram reportados por e-mail e dois via
apartado.
Para
assinalar a efeméride, o IAC realiza no dia 31 de maio a IX Conferência
Crianças Desaparecidas, que irá dedicar uma “atenção especial” às crianças
refugiadas, que se estima serem mais de 1,5 milhões.
Fonte:
Lusa
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