O presidente do Eurogrupo, Jeroen
Dijsselbloem, disse hoje, em Bruxelas, que a aplicação de sanções a Portugal
por défice excessivo é uma "possibilidade séria devido à situação atual do
país".
"As sanções são absolutamente uma
possibilidade, estão nas nossas regras e regulamentos, e quando olhamos para a
situação atual em Portugal e Espanha há razões sérias para considerar a sua
aplicação, mas iremos ouvir da Comissão o porquê da decisão", declarou
Dijsselbloem, à entrada para o Conselho de Ministros das Finanças da zona euro
(Eurogrupo).
Para o presidente do Eurogrupo, o
Governo de António Costa pode evitar as sanções se assegurar "que o
orçamento se mantém dentro dos limites", salientando ser este "um
trabalho difícil", assegurando poder dizê-lo "por experiência".
O tema não está na agenda do Eurogrupo
de hoje, mas Dijsselbloem admitiu a possibilidade de receber informação do
ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre a situação orçamental portuguesa.
"Mas uma decisão formal só será
tomada no próximo Ecofin, no mês que vem, quando falarmos das recomendações
específicas para os países", lembrou.
A Comissão Europeia adiou, no da 18,
para o início de julho uma decisão sobre eventuais sanções a Portugal e Espanha
por défice excessivo em 2015, mantendo-se Portugal sob Procedimento por Défice
Excessivo (PDE).
O comissário europeu dos Assuntos
Económicos, Pierre Moscovici, indicou que Bruxelas decidiu propor que seja dado
"mais um ano e apenas mais um ano", a Portugal para colocar o seu
défice abaixo dos 3,0% do Produto Interno Bruto (PIB).
Na conferência de imprensa de
apresentação das decisões tomadas esta quarta-feira pelo executivo comunitário
no quadro do Semestre Europeu de coordenação de políticas económicas Moscovici
salientou que "este não é o momento certo, económica ou
politicamente" para avançar com sanções".
Fonte: Lusa
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J. Carlos
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