sábado, 21 de maio de 2016

Suspeitos do rapto e morte em Braga todos em prisão preventiva

Imagem:jn.pt
Os sete suspeitos de envolvimento no rapto e assassínio do empresário bracarense João Paulo Fernandes ficaram todos em prisão preventiva

Assim decidiu, esta madrugada de sábado, o juiz de instrução criminal da Comarca de Guimarães. Entre os arguidos encontra-se um advogado, Pedro Bourbon, até esta quinta-feira número dois e secretário-geral do Partido Democrático Republicano (PDR), liderado pelo eurodeputado António Marinho e Pinto.

O advogado suspeito foi o único a prestar declarações sexta-feira à tarde, no Tribunal de Guimarães, reafirmando "inocência" e apresentando como alibi uma alegada reunião com António Marinho e Pinto na data e hora daqueles crimes, a 11 de março, cerca das 20.30 horas.

Entretanto, o eurodeputado António Marinho e Pinto afirmou ao JN "não confirmar nem desmentir" tal encontro, algures na região Sul, por não ter consigo a sua agenda em papel.

Pedro Bourbon, de 41 anos, advogado com escritório em Braga, é oriundo de uma das famílias mais conceituadas da cidade dos arcebispos, um meio ainda conservador, onde a sua detenção e a de seus dois irmãos, esta terça-feira, provocou um grande escândalo.

A decisão vai ao encontro do que o Ministério Público solicitara, sexta-feira à tarde, para que os sete arguidos ficassem não só em prisão preventiva, como separados em diferentes cadeias, para não comunicarem diretamente entre si. Estão indiciados pelo rapto e morte do empresário João Paulo de Araújo Fernandes, de 41 anos, a 11 de março. O empresário da construção civil foi raptado e agredido à frente da filha, de oito anos, que ficou sozinha, nas imediações da garagem do prédio do apartamento onde residia, em Lamaçães, Braga.

Escutas telefónicas da Polícia Judiciária revelaram que depois do rapto o empresário terá sofrido múltiplas agressões e o homicídio revestiu-se de "requintes de malvadez".

A PJ apreendeu armas, gorros, algemas, automóveis e mais de 250 mil euros aos sete suspeitos.

Além do ex-braço direito de António Marinho e Pinto no PDR, ficaram hoje em prisão preventiva dois dos seus irmãos, o advogado Manuel Bourbon e o economista Adolfo Bourbon. Outro suspeito do crime, Emanuel Marques Paulino, terapeuta de medicinas alternativas, mais conhecido por "Bruxo da Areosa", que era o responsável pelo PDR em Gondomar, também ficou em prisão preventiva. O "Bruxo da Areosa" é o padrinho dos dois filhos do até aqui número dois de António Marinho e Pinto no Partido Democrático Republicano.

Com o "Bruxo da Areosa" ficou preso preventivamente o seu colaborador e cunhado, Luís Filipe Gonçalves Monteiro, bem como Hélder Fernando Rocha Moreira, o dono de uma garagem onde os dois Mercedes usados nos crimes foram escondidos, em Baguim do Monte, Rio Tinto, nos arredores do Porto. Um dos outros presos preventivos é o "segurança" Rafael José Esteves Cardoso da Silva, num total de sete detidos. Em preventiva ficou também ainda outro arguido, o advogado Nuno José Lourenço, o responsável pelo PDR em Gaia.

O advogado Rodrigo Santiago, que defende Pedro Grancho Bourbon, anunciou já que irá recorrer da prisão preventiva daquele político, para o Tribunal da Relação de Guimarães.


Fonte: JN

Comentário: já que não é possível aplicar a pena capital em Portugal, porque não aplicar a pena perpétua? O sentimento de impunidade com que se praticam crimes bárbaros, como este, justificava-se a aplicação da prisão perpetua. Em que sociedade vivemos nós afinal?

J. Carlos

Nenhum comentário:

Postar um comentário