O líder parlamentar do BE diz que a "estratégia mediática" foi aceite pelas duas partes. O Orçamento está a ser negociado com "muitos planos B e C, alternativas às medidas em cima da mesa".
Pedro Filipe Soares explica o processo que levou Mariana Mortágua ao microfone para anunciar a tributação de imóveis acima de 500 mil euros: "Fizemo-lo com o conhecimento do Governo e por isso enquadrada numa estratégia mediática aceite pelas duas partes que estiveram à mesa tanto na elaboração da proposta, quer sobre a forma como tornar pública esta proposta".
Em entrevista à TSF, o líder parlamentar do Bloco de Esquerda defende o processo: "Um debate feito a tempo, antes do debate orçamental, com o envolvimento do PS" e tratado "com toda a seriedade e com respeito das relações".
O Bloco está pela segunda vez a negociar um Orçamento do Estado. Agora sabe "muito melhor" como o processo é feito e reconhece o peso da vertente negocial não só entre partidos e Governo, mas também entre o Executivo e a "conjuntura internacional", personificada na Comissão Europeia.
Com a negociação fortemente centrada no Parlamento, Pedro Filipe Soares diz que o debate "mais exigente", ainda está em curso, "com muita troca de opiniões, com a apresentação de muitos planos B e C, alternativas às medidas que estão em cima da mesa", mas sempre com o objetivo da reposição de rendimentos, "porque é para isso que esta maioria parlamentar foi criada e é para isso que deve servir", diz o dirigente bloquista.
Pedro Filipe Soares admite a divergência com o PS sobre a posição a assumir nas instâncias europeias. Diz que o BE defende uma posição "mais proativa", enquanto os socialistas acreditam que é preciso criar "uma onda de transformação à escala europeia".
Já os bloquistas querem ser "dinamizadores de mudança à escala europeia" e insistem, por exemplo, na necessidade de reestruturar a dívida ou mudar a forma de atuação do Banco Central Europeu (BCE). Ainda assim, Pedro Filipe Soares ainda manifesta expectativa de que seja possível ultrapassar essa divergência "num período mais próximo".
Questionado sobre se o acordo é para manter até ao fim da legislatura, o líder parlamentar do BE cita António Costa: "Cada dia é um dia". Para acrescentar: "Nenhum de nós fez o acordo a pensar quando o vai romper. Mas nenhum de nós poderá ser forçado a manter o acordo se não se sentir bem com ele. Ninguém está, do lado da maioria parlamentar, a pensar como é que isto vai acabar mal, é o contrário: é o que é que nós podemos fazer melhor do que nós esperávamos inicialmente", diz Pedro Filipe Soares.
TSF
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