quarta-feira, 21 de setembro de 2016

MARCELO, MARIANA, CAFEÍNA E MASTURBAÇÕES. FORNICANTE PASSOS, O ESGOTO

Hoje há cafeína. Expresso Curto, para mais tarde esquecer. Pedro Candeias é quem serve. Abre com Marcelo na ONU. Falar ou estar calado, naquele aéropago mundial, é o mesmo que não ter lá ido. Mas ali ele tem de falar, ou senão nem ia lá. Pois. Falam, falam, são presumíveis pessoas sábias, mas não dizem que aquelas sessões não passam de masturbações com resultados precoces e nulos que não dão gozo nem resultados positivos para a população mundial. Sábios no aerópago. Masturbações de alto-nível. Pois.
Mariana Mortágua. Outra masturbação, desta vez neoliberal-fascista com morada em Portugal. É a propósito do imposto sobre móveis e imóveis ou lá o que disserem mais. Os neoliberais-fascistas (fascistas porque são eles que estão a abrir as portas ao fascismo da modernidade) andam a vociferar sobre aquilo que nem sabem como vai acontecer, nem o governo ainda sabe como vai deitar cá para fora aquele imposto aos mais ricos. Isso não impede de escutarmos as mais torpes afirmações dos tais fascistas-neoliberais. Desde a senhora presidente ou só maioral do CDS (que nem me recordo do nome e não há pachorra para pesquisar)) até aos mais refundidos e perversos fascistóides com capas de democratas, incluindo os da igual manha “democrática” do PSD, lá estão todos a barafustar sobre o que ainda não se sabe como vai ser desse imposto sobre certos e incertos criminosos que fogem ao fisco iludindo-o e não declarando que afinal são sobejamente ricos para contribuírem com mais impostos. O combate da fuga ao fisco tem de ser ativado de modo a que os mais ricos não possam fazer deste país uma bandalheira e a transparência irá ajudar a isso. É que nos bancos há muito dinheiro sujo e acobertado de que não se tem conhecimento. É crime. Pois. Mas onde estão os criminosos a contas com as leis? Não há. Ou, muito raramente há. Olhem o exemplo do Ricardo Salgado do espírito santo de orelha e todo o corpo de malandragem. Fugiu ao fisco mas depois até teve descontos e mordomias em vez de ser incriminado. A seita é a seita. E a seita é quem mais ordena neste país e no mundo. Esses podem roubar, cometer crimes. Um desgraçado que roube uma lata de salsichas num supermercado vê-se a contas com o juiz e até é condenado (se necessário a prisão). Sabemos que é assim. Não há muito tempo aconteceu com uma idosa no Porto. Acontece com os sem-abrigo e outros pobretanas com a vida desgraçada para benefícios das seitas de dótorese outras dores que nos põem a vida em pantanas.

Mariana Mortágua. Agora dêem-lhe forte e feio, aproveitem. O dia do juízo vai chegar para os que na atualidade roubam, exploram, vigarizam, matam e esfolam se necessário. Tudo impunemente. Justiça forte com os pobres, fraca ou inexistentes com os ricos. Pois. As contas um dia vão ser feitas e é muito provável que não sejam tão brandas e floridas como no dia 25 de Abril de 1974. Depois não se queixem. Certo é que esse dia chegará. Sabemos. Basta ler a história. Depois volta tudo ao mesmo passado uns tempos. Pois. Sacanas por esse mundo fora não faltam.

Bom dia. Se conseguirem encontrar modo de que assim seja. Para já leia o Curto do Expresso, com as devidas cautelas. Nunca fiando. De preferência usem o vosso cérebro sobre o que lêem. Em tudo, não só no Expresso.

Hoje houve cafeína. Nem todos os dias o PG tem publicado. Melhores dias virão. Talvez. Até que a morte nos separe.

A imagem ilustrativa é a obra “Figuras à Beira-mar”, 1931, de Pablo Picasso. Rebaldarias de verão. Pois. Dedicada a José António Saraiva e ao seu livro das fornicações dos políticos. Livro que era para ser apresentado pelo fornicador-mor dos portugueses e da democracia em Portugal, Pedro Passos Coelho... Mas Passos voltou atrás e não apresentou o livro do amigo das quecas de todo o tamanho e feitio. Disse Passos antes, durante a polémica de apresentar aquilo: "Estarei a fazer a apresentação dessa obra. Não sou de voltar com a palavra atrás nem de dar o dito por não dito." Não apresentou. Voltou com a palavra atrás. Afinal o tipo é doente, um mentiroso compulsivo. Um nojo de personalidade. Para o menos bem e para o muito mal. Fornicante Passos Coelho, esgoto. Pois. Leia em baixo, neste Curto.

Inté.

Mário Motta / PG

Bom dia, este é o seu Expresso Curto

Pedro Candeias – Expresso

O que Marcelo disse na ONU, o dito por não dito de Passos e o que ainda se diz de Mortágua

Bom dia,

Sei que é longo, mas peço-lhe que leia porque isto tem uma finalidade (e um fim, prometo) - e também porque deu algum trabalho.

Vamos lá:

Abrantes, Alvito, Barragem do Pocinho, Batalha, Beja, Belém, Berlim, Bobadela, Bragança, Bruxelas, Calheta, Cascais, Caxias, Chaves, Coimbra, Desertas, Espinho, Estoril, Évora, Freixo de Espada a Cinta, Fronteira, Funchal, Fundão, Ílhavo, Jamor, Lisboa, Lyon, Madrid, Mafra, Maputo, Marrocos, Matosinhos, Moura, Paço do Lumiar, Paris, Pernambuco, Portalegre, Portel, Porto, Porto Santo, Reguengos de Monsaraz, Roma, Santarém, Santa Marta de Penaguião, São Pedro do Sul, Serpa, Selvagens, Sintra, Torres Vedras, Vaticano, Vila Flor, Vila Franca de Xira, Vila Nova Da Rainha e Viseu.

De março para cá, Marcelo Rebelo de Sousa esteve nestes lugares todos (está no site da Presidência) e eu limitei-me a ordená-los alfabeticamente para confirmar o que se suspeitava: há um cartógrafo hiperativo e incansável a viver dentro de Marcelo. Não havia vivalma neste burgo que não conhecesse o Marcelo pré-PR, poucos serão os que não o reconhecerão agora. Um deles é o jovem jornalista francês à procura de respostas europeias paras as eleições norte-americanas.

– Já agora, qual o seu cargo?, perguntou ele

– Eu sou o Presidente da República de Portugal, respondeu Marcelo.

Foi em Nova Iorque – que juntarei à lista da próxima vez que se falar disto –, o vídeo está aqui, aconteceu a horas de se dirigir ao Mundo, e mostra que, além de dormir pouco, ler muito e nunca se perder no caminho, Marcelo tem fair play. Depois de Yoweri Kaguta Museveni, presidente do Uganda e antes de Enrique Peña Nieto, presidente do México, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu à ONU e tomou a palavra das 23h03 às 23h18.

Em quinze minutos, o PR português falou dos refugiados, da ajuda militar nacional à República Centro Africana e ao Mali; apelou ao fim do terrorismo, à prevenção e à solidariedade com os refugiados da Síria (o grande tema da 71ª Assembleia Geral); e lembrou os milhões de falantes do idioma de Camões, citando Vergílio Ferreira: “Da minha língua, vê-se o mar”

E disse, também, que o sucessor de Ban Ki Moon terá de reunir as caraterísticas “e os princípios de Mahatma Gandhi e de Nelson Mandela”, “construíndo pontes e sabendo ouvir, tendo a sabedoria e a capacidade de liderança inatas para tomar posições em que todos se revejam”. Omitiu as duas palavras que não podia dizer, porque não lhe ficava bem dizê-las: António Guterres.

As eleições para a liderança da ONU estão à porta, Guterres está à frente na corrida, e todas as oportunidades, para seduzir e amigar, são de agarrar. E os EUA, segundo Marcelo confessou ao tal repórter francês, são amigos - o que faz de Obama, com muita boa vontade nossa, um amigo.

Ora, o primeiro discurso de Marcelo coincidiu com o último de Obama, que raramente desilude quando lhe põem um púlpito e um público pela frente. Ontem, foi um desses casos e o mérito é dele, mas também de quem escreve o que ele diz: Cody Keenan. “Um mundo em que um por cento da economia controla os outros 99 por cento nunca será um mundo estável. Temos de seguir em frente e não para trás. A solução não pode ser, simplesmente, a rejeição de uma integração global. Há muitas nações, abençoadas pela geografia e pela riqueza, que poderiam estar a fazer mais”.

OUTRAS NOTÍCIAS

Dificilmente encontramos uma nação mais rica e abençoada por Deus, pela Mãe Natureza, pela sorte ou pelo acaso (escolha a opção que mais lhe convier) do que a brasileira. E dificilmente encontraremos noutro lugar um poço de tantas contradições, sendo “poço” a palavra chave, porque também é de petróleo que se fala.Lula da Silva vai ser julgado por corrupção no caso da Petrobras (e da construtora OAS), depois de o juiz Sérgio Moro ter aceitado a acusação contra o antigo presidente do Brasil - Lula não está só, mas acompanhado pela mulher, Marisa Letícia.

Quem não estará só nem acompanhado é José António Saraiva. Segundo o jornal i de hoje, o lançamento do livro “Eu e os Políticos”, da Gradiva, já não vai acontecer “por razões de segurança e para não acicatar os ânimos”. E quando acontecer, já não será apresentado por Pedro Passos Coelho, que alega que “as questões pessoais e privadas” retratadas na obra o fizeram recuar. “Metendo-me na pele de Pedro Passos Coelho, é de facto a atitude mais sensata”, diz Saraiva ao i. Há três dias, PPC garantira o seguinte: “Estarei a fazer a apresentação dessa obra. Não sou de voltar com a palavra atrás nem de dar o dito por não dito”.

Mariana Mortágua também diz que nada mais dirá sobre o imposto IMM (roubei o acrónimo ao Filipe Santos Costa), enquanto outros vão dizendo das suas. António Costa não escorrega na expressão “Ministra-sombra-das-Finanças”, assegura que, no OE, não haverá qualquer medida “de tributaçao do património que penalize o investimento ou afete os rendimentos das famílias”, e que é cedo para falar de assuntos que não estão fechados. Assunção Cristas acha que Costa fechou a boca ao Bloco de Esquerda e o Jornal de Negóciosacha o mesmo. Já hoje de manhã, em entrevista publicada à TSF, Pedro Filipe Soares, líder parlamentar dos bloquistas, veio revelar que nao, que Mortágua e o BE não apresentaram o tal imposto IMM à revelia do PS. Faz tudo parte de “uma estratégia mediática”. Afinal, garantiu Soares, havia um plano e não foi sem querer; mas de propósito.

Mesmo a propósito, a Rosa Pedroso Lima escreveu no Expresso Diário que nada disto é novo. “Mariana Mortágua não está a inventar a pólvora, mas o BE passou a carregar as armas”. A taxa suplementar de 0,5% de IMI para o património acima dos €500 mil, o fim dos benefícios fiscais e das isenções a Estado, Igrejas ou colégios particulares – enfim, todas estas medidas fazem parte da agenda bloquista há anos. A diferença, é que o BE, agora, está no poder.

Agora, os que podem mais – e os que podem menos. Neste segundo artigo da série de trabalhos sobre o estudo “Desigualdade do Rendimento e Pobreza em Portugal: 2009-2014”, a Raquel Albuquerque diz-nos que “o rendimento dos 5% de portugueses mais ricos é 19 vezes maior que os dos 5% mais pobres”. E como estamos nós na Europa? Em média, houve um agravamento de 0,4 pontos na União Europeia - em Portugal, foi de 0,8 pontos.

Vamos às manchetes de hoje:

O Público traz uma fotografia de Marcelo na ONU a rasgar a primeira página, mas a notícia em destaque é sobre os biocombustíveis que farão “subir o preço do gasóleo e da gasolina em janeiro”. No Jornal de Notícias titula-se que “dezenas de câmaras vão reduzir o IMI” e que “um quarto dos fumadores começa aos 13 anos”. E no Diário de Notícias escreve-se que os “refugiados em Portugal [são] controlados por polícias e secretas”.

FRASES

“Os Skittles são doces, os refugiados são pessoas”. A Mars Inc. a repudiar mais uma idiotice do Clã Trump. É que o filho de Donald escrevera este tweet: “Se vos der uma taça de Skittles e vos disser que comendo três vocês morreria, comeriam na mesma? É o que se passa com os refugiados”.

“É uma vitória para todos nós, sobretudo para o futebol feminino. É uma vitória que o futebol feminino português merece. É com orgulho que chegámos a este patamar” Mónica Jorge, diretora para o futebol feminino da FPF, a propósito do triunfo da seleção nacional diante da Irlanda que apurou Portugal para o playoff de acesso ao Euro2017, a disputar na Holanda.

“Em suma, uma decisão de suspender fundos da União Europeia para Portugal teria um impacto direto e negativo sobre os cidadãos, as empresas e a economia como um todo” De: Mário Centeno, Ministro das Finanças. Para: Quem-manda-nisto-tudo.

“Estou muito triste, mas o mais importante é o bem-estar dos nossos filhos” Brad Pitt – e é escusado dizer que não sabe do que se fala aqui. Porque o assunto fez com que a CNN, a TIME ou o El País fossem por este caminho.

O QUE ANDO A LER

O que eu gostaria de andar a ler era isto, mas enquanto não me chega às mãos, percorro o ecrã com este longform escrito, fotografado, filmado e editado pelo João Santos Duarte. É a história de um homem que morreu, mas não está morto, e que continua a jogar beisebol como os miúdos do bairro em que nasceu. Chama-se o “Sonho Premonitório de um Defunto” e basta clicar aqui para entrar no imaginário dos venezuelanos onde ainda cabe Hugo Chávez. E também a pobreza, a fome, a injustiça e a desesperança. “Quando até já nem o teu cabelo está em segurança, o que é que isso diz de um país?”

Convido-o também a ler “A Vida Como Ela É”, de Nelson Rodrigues, um conjunto de textos que este escritor brasileiro foi escrevendo no jornal “Última Hora”. Lá vai encontrar ritmo, a ironia, o sarcasmo, o humor e o cinismo (e o génio) de Nelson, um contador de histórias curtas e simples que se auto-resume assim: “Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. O buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico”.

E eu sou (e sempre fui) um fã.

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