sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Excursão da ADASCA 2016 ao Auquamuseu de Vila Nova de Cerveira | Dia 10 de Setembro

O concelho de Vila Nova de Cerveira surge em plena Idade Média, no entanto os vestígios histórico-arqueológicos e patrimoniais remetem-nos para tempos mais ancestrais.

É hoje certo que a ocupação das margens do rio Minho tem início na Pré-História, sendo já vários os vestígios detetados no concelho, passando por seixos talhados e gravuras rupestres. Contudo, uma das principais descobertas foi o tesouro da sepultura da Quinta de Água Branca, pertencente à Idade do Bronze e cujo espólio está integrado nos tesouros do Museu Nacional de Arqueologia.

Com o passar dos tempos, a presença do Homem foi-se intensificando pelo que ao longo da Idade do Ferro e Romanização parece haver um aumento demográfico. Se, numa primeira fase, os castros surgem nas colinas e cumes com apetência defensiva, numa segunda fase encontramos ocupações de vale e com grande proximidade aos rios, Minho e Coura. O melhor exemplo deste movimento pode ser encontrado no Aro Arqueológico de Lovelhe, cuja ocupação se estende desde o séc. I A.C. ao séc. VII D.C. Apesar de não estar tão estudada a mina romana do Couço do Monte Furado é igualmente um exemplo do incremento da exploração dos recursos do território.

É durante o processo de reconquista, e após as invasões árabes, que Vila Nova de Cerveira ganha expressão territorial como Terras de Cervaria. O rio Minho passa a assumir, em definitivo, o papel de fronteira através da edificação de pontos fortificados. Foi assim erigido o Castelo de Cerveira com a missão de patrulhar e defender, fosse contra as investidas árabes, fosse contra as normandas.

Não obstante, o Tratado de Alcanices, assinado em 1297, colocou fim aos confrontos e contribui para a estabilidade geográfica e política, assistindo-se a um renovado esforço de repovoamento da região. Deste modo, surgia a “Vila Nova” de Cerveira com a atribuição da Carta de Foral por D. Dinis, em 1321, e a construção de um novo Castelo, destinado a proteger a vila em desenvolvimento.

As fronteiras continuaram no entanto a ser palco de confrontos e disputas entre portugueses e espanhóis que culminam no séc. XVII com as Guerras da Restauração. Para proteção da Vila, o Governador de Armas do Minho manda construir duas fortificações, a Atalaia do Alto do Lourido e o Forte de Lovelhe.

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Nesta mesma altura, o Castelo Medieval é reforçado com a redefinição e ampliação do sistema de defesa através da construção de uma plataforma voltada ao rio vocacionada para bater a vizinha fortaleza de Goian. As muralhas são alargadas para envolver o burgo.

As aventuras cerveirenses na defesa do território e na construção da sua identidade continuaram no tempo e no espaço, o Forte de Lovelhe, por exemplo, construção temporária, acabou por desempenhar um papel fundamental na resistência das tentativas de união ibérica e durante as Invasões Francesas, ao impedir essas tropas, sob o comando do General Soult, de efetuarem a pretendida travessia do Rio Minho, no dia 13 de Fevereiro de 1809.


O início do séc. XIX marca a estabilização da fronteira e traz a paz a estas terras. O Castelo e as Fortalezas transformam-se em património histórico, assumindo-se como símbolo da identidade do Concelho e das suas Gentes.


Excursão da Anual da ADASCA, 10 de Setembro de 2016
J. Carlos


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