Comunicação
Interpessoal | isenção e imparcialidade do IPST
Estamos
pela segunda vez em Viana do Castelo para a realização da VI
Convenção Nacional de Dadores de Sangue e Medula Óssea como indica
o cartaz oficial.
Ainda
tenho na minha consciência bem vivos os acontecimentos que se
registaram na II Convenção no dia 22 de Setembro de 2012 neste
mesmo auditório. Bem me esforço para esquecê-los, contudo, sinto
que é impossível, porque deixaram marcas tendo em conta que senti o
ferrete da traição cravar-se nas minhas costas (possivelmente não
foram só nas minhas, mas, em mais alguém que confiou demasiado em
quem não devia), e as feridas levam tempo a sarar.
Por
vezes nas minhas reflexões dou comigo a pensar no que tem mais
valor: a atitude ou o gesto? “Nossas atitudes escrevem nosso
destino” escreveu Zíbia Gasparetto.
“Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem nossa opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá” de autor desconhecido.
“Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem nossa opinião. Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá” de autor desconhecido.
“Que
as nossas palavras, nossos gestos, nossas acções enquanto
dirigentes associativos façam a diferença na vida das pessoas.
Porque essa vida só tem sentido se for realmente para fazer o bem”
assim escreveu Taci Goes.
É
preciso «falar a mesma linguagem» para receber certas mensagens,
como Freud indicou numa das suas máximas: «Aquele cujos lábios se
calam, fala com os dedos; transpira traição por todos os poros da
pele» Dicionário de psicologia prática de Ludwig Knoll.
Nós
dirigentes associativos, diariamente nos envolvemos numa comunicação
interpessoal, nomeadamente com os funcionários do IPST, mais em
concreto os dos centros regionais de sangue, e quantas vezes nos
apercebemos que as decisões administrativas que são tomadas
transpiram a parcialidade e interesse pessoal nos assuntos a decidir.
Por
isso decidi compartilhar este assunto convosco por via desta
comunicação tendo por base o Código
de Procedimento Administrativo
e Lei Geral do
Trabalho na Função Pública,
cujos preceitos legais aplicáveis são os que transcrevo
textualmente, considerando a sua pertinência:
-
Começamos pelo Artigo 9.º do Código
do Procedimento Administrativo
(CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 4/2015 de 7 de Janeiro, diz-nos
que a « A
Administração Pública deve tratar de forma imparcial aqueles que
com ela entrem em relação, designadamente, considerando com
objectividade todos e apenas os interesses relevantes no contexto
decisório e adotando as soluções organizatórias e procedimentais
indispensáveis à preservação da isenção
administrativa e
à confiança nessa isenção. ».
(sublinhado meu).
Quanto
à Lei Geral do
Trabalho na Função Pública,
conhecida por LTFP, aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014 de 20 de
junho, dá-nos a conhecer os deveres gerais
de isenção e imparcialidade
a começar pelo Artigo 73.º n.ºs 1 e n.º 2 als. b) e c),
respetivamente:
« 1
– O trabalhador está sujeito aos deveres previstos na presente
lei, noutros diplomas legais e regulamentares e no instrumento de
regulamentação colectiva de trabalho que lhe seja aplicável.
2
– São deveres gerais dos trabalhadores:
b)
O dever de isenção;
c)
O dever de imparcialidade;
d)
O dever de informação;
h)
O dever de correção;
4
– O dever de isenção consiste em não retirar vantagens, diretas
ou indirectas, pecuniárias ou outras, para si ou para terceiro, das
funções que exerce.
5
– O dever de imparcialidade consiste em desempenhar as funções
com equidistância relativamente aos interesses com que seja
confrontado, sem descriminar positiva ou negativamente qualquer
deles, na perspectiva do respeito pela igualdade dos cidadãos».
“A
opinião pública é a pior de todas as opiniões” assim escreveu
Chamfort, ainda assim, o que assistimos na relação que mantemos com
os Centros Regionais de Sangue e Transplantação? Somos muitas das
vezes tratados sem consideração, ao ponto de nos sentirmos usados e
gozados. BASTA.
“A
imprensa pode causar mais danos que a bomba atómica. E deixar
cicatrizes no cérebro” frase de Noam Chomsky – Linguísta. Os
colegas devem estar recordados das declarações do
presidente do Instituto Português do Sangue quando falou em
terrorismo por parte das organizações e defendeu um novo modelo
para as dádivas, numa entrevista à RTP no dia em 08 Abril, 2012 em
que se registou uma quebra na ordem dos 50%.
Naquela
data, os jornais e televisões com o apoio do ministério da saúde e
do ainda presidente do IPST passaram para a sociedade mentiras, ódio,
ganância, inveja, desconfiança, medo, maldade, imputando aos
dirigentes de algumas associações o fracasso das suas iníquas
medidas legislativas, quando decidiram retirar a isenção das taxas
moderadoras aos dadores de sangue nos hospitais públicos e
limitando-as nos ditos centros de saúde.
Na
ânsia de alcançar em sete linhas o louvor de um jornal qualquer
praticaram-se todas as acções, até as inimagináveis como tivemos
a oportunidade de ouvir nas televisões e ler em alguns jornais. «O
homem é um ser multi-sensorial. Algumas vezes verbaliza».
Birdwhistell.
Os
apelos que são feitos pelo IPST em algumas épocas do ano, com
reflexos de angústia, preocupação, bem podem ser evitados, caso o
referido instituto dê crédito às opiniões | sugestões dos
dirigentes associativos, e a cooperação se converta numa realidade…
Por
fim, uma palavra no que diz respeito à saída do Dr. Hélder
Trindade, na minha opinião devia ter saído pela porta do mais
profundo reconhecimento público, assim não o entendeu. Escolheu a
mais apertada, não deixando saudades, por isso passe bem e que nunca
lhe falte a saúde, nem volte a chamar de terroristas a quem dá tudo
o que pode em prol de uma causa que o senhor não soube defender como
era seu dever.
Joaquim
Carlos
Presidente
da Direcção da ADASCA
Aveiro,
1 de Outubro de 2016
NB:
Nós estamos atentos às movimentações de certos ditos senhores que
deambulam de norte a sul do País, fazendo crer aos outros aquilo
quem nem os próprios acreditam. É o que temos. É indesmentível
que, todos tiraram proveito da realização destas Convenções,
principalmente os que não concordaram com a realização da
primeira Convenção em 2011 em Aveiro, tendo a ADASCA com anfitriã.
Aguarda-se
que se faça justiça, justiça objectiva, imparcial, tendo por base
os adjectivos que foram usados na famigerada carta aberta, com
o intuito de denegrir o bom nome e imagem de outros,
e foi entregue
a diversas entidades e colocada a circular por meio de algumas redes
sociais.
J.
Carlos
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