O Governo brasileiro determinou hoje o afastamento de funcionários públicos acusados de terem agilizado irregularmente a concessão da reforma da ex-Presidente Dilma Rousseff, que foi destituída do cargo no final de Agosto.
Em comunicado, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário informou que determinou ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que está ligado à pasta, "a imediata abertura de sindicância e procedimento administrativo disciplinar para apurar responsabilidades" de três funcionários e outros eventuais envolvidos.
Um deles é Carlos Gabas, que foi ministro da Previdência Social no governo de Dilma Rousseff.
Foi igualmente determinado "o afastamento do exercício dos cargos de origem dos servidores mencionados para que, conforme a legislação vigente, não possam interferir no andamento das investigações", lê-se na nota.
A revista "Época" avançou hoje que Dilma Rousseff teve apoio dos funcionários para obter o benefício social num tempo recorde, no dia seguinte ao do seu afastamento.
O tempo médio de espera para um brasileiro conseguir a reforma é de 74 dias, mas no Distrito Federal onde o pedido foi deferido a demora chega a 115 dias, de acordo com a revista.
Segundo a publicação, o cadastro da ex-chefe de Estado foi alterado 16 vezes dentro da sede do INSS num mesmo dia para regularizar os registos do trabalho dela.
A revista adiantou ainda que não há registo de agendamento no sistema de INSS para que Dilma Rousseff ou alguém em seu nome fosse atendido a 01 de setembro e que Carlos Gabas foi recebido diretamente pelo chefe de uma agência do INSS em Brasília para formalizar a reforma da ex-Presidente.
Segundo a revista, Dilma Rousseff e Carlos Gabas disseram que não houve nenhum privilégio ou tratamento diferenciado e que o agendamento tinha sido feito meses antes.
Dilma Rousseff foi definitivamente afastada do cargo a 31 de agosto por irregularidades orçamentais, num polémico processo que dividiu a população, mas já se encontrava temporariamente afastada desde 12 de maio.
Lusa
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