É bom começar o dia com esperança: o Papa recebeu Nicolás Maduro no Vaticano, apadrinhando um encontro com a oposição. O objectivo de Francisco é que as duas partes tentem encontrar uma saída para a grave crise política e institucional que o país atravessa. O Wall Street Journal diz que já há bons sinais.
Menos feliz é o que está a aconteceu no Paquistão: um ataque a uma academia de polícia fez pelo menos 59 mortos e centenas de reféns. Pelo menos 200 foram já libertados.
No futebol, anote esta frase de Pinto da Costa: "Aqueles que fazem enterros prematuros ao FC Porto vão falir como armadores". E também esta nota sobre a investigação ao Benfica: não há arguidos, nem indícios de corrupção à vista. Mais do que provavelmente não haverá acusação. Quanto ao Sporting, bem, ontem foi apanhado pelo Braga no terceiro lugar da Liga, consolidando o pior Outubro de Jorge Jesus desde que chegou aos grandes de Lisboa.
Já que falo do Sp. Braga, deixo-lhe a manchete desta manhã do PÚBLICO: a academia do clube avançou sem licenças e sem luz verde ambiental: já foram abatidos 63 sobreiros sem a autorização do ICNF; e estão a ser erguidos vários edifícios sem a devida licença da câmara.
O tema do dia
É a história de um ministro sob pressão: Mário Centeno vai passar pelo Parlamento, para responder aos deputados sobre o Orçamento de 2017. Como ontem recusou mandar alguns dados, alegando que eles “têm uma margem de erro assinalável”, é muito provável que a sessão seja quentinha (o PSD até já pediu uma conferência de líderes extra). Para ajudar à polémica, a UTAO sublinhou a ausência de informação e deixou um outro aviso: as medidas do Orçamento não chegam para satisfazer Bruxelas, sobretudo porque não dão provas de uma consolidação estrutural.
Mas Centeno está sob pressão também por causa do novo presidente da Caixa. É que a líder do Bloco veio falar do salário de António Domingues como "um incómodo nacional" (o DN diz que o BE "vai fazer qualquer coisa, mas não sabe o quê"; e o Negócios aposta que tudo ficará na mesma). O PSD vai pôr lenha na fogueira, apresentando um diploma para limitar salários, obrigar à apresentação de informações e criar um período de nojo para todos os gestores públicos (notícia do PÚBLICO). E, como se não bastasse, Domingues tem o Tribunal Constitucional à perna, para que apresente em cinco dias a sua declaração de rendimentos - porque há outra lei, ainda em vigor, que o obrigará a isso. E se dúvidas existirem, o assunto subirá a plenário do tribunal.
Se tudo isto é a polémica política, ainda há o problema prático: diz o Negóciosque o plano de Domingues para a CGD é urgente, porque os prejuízos exigem uma capitalização rápida. E ainda precisa de luz verde de Bruxelas, porque não há plano sem autorização final da Comissão Europeia.
E o que é que há mais?
A primeira das nossas reportagens nos EUA. "Há uma Lisbon perdida no Maine e de costas voltadas para as eleições", conta-nos o felizardo do Alexandre Martins, que passou uns dias no ponto mais oriental dos Estados Unidos (com um nome que faz a ponte com o outro lado do Atlântico). Ironia a duplicar: Stephen King, que ali andou no liceu, inspirou-se no ambiente — as lojas vivas, as ruas cheias de gente — para 11/22/63. Hoje, esta terra de nome injustificável sucumbe ao “vende-se” e “arrenda-se”.
A reportagem do Alexandre serviu-nos de pretexto para um trabalho alargado, pensando sobre o que se está a passar pelos Estados Unidos. Aqui está uma entrevista que explica como nenhum destes candidatos entusiasma os partidos; um texto da Rita Siza, questionando se os republicanos conseguirão resistir a Trump; e esta análise de Tiago Moreira de Sá, explicando isto: a América branca sente-se roubada.
Por cá, ainda marcam a actualidade os novos impostos, desde logo com a previsível correcção de uma benesse (involuntária, acreditemos) para as offshore. Para quem tenha património, vale a pena olhar para a notícia do Negócios desta manhã: o preço das casas não subia tanto há oito anos.
Fala-se ainda dos problemas no aeroporto de Lisboa. Hoje contamos-lhe que não são um exclusivo nosso (três dos argelinos detidos tentaram entrada ilegal em Paris), mas são problema pela falta de polícia (menos 100 PSP em 12 anos) e pela mensagem que passa de fragilidade.
Assim como se fala do caso dos Comandos: o Correio da Manhã faz um relato do que se terá passado naquele dia trágico, embora sem nos dizer de onde veio a informação. A tese é que houve erro médico.
Registe também os problemas com o mau tempo, esta noite, sobretudo no Algarve. Assim como o dinheiro da UE que vem defender Lisboa das cheias (e que contente ficou Fernando Medina).
Porque nem tudo são más notícias, o JN faz manchete com os donativos aos bombeiros, que dispararam este ano (50 vezes mais do que em 2015).
Hoje é importante...
Em Espanha, o Rei recebe Mariano Rajoy, fechando as consultas sobre o novo Governo. Aqui no PÚBLICO, o Jorge Almeida Fernandes escreveu sobre o tema, antevendo um governo frágil, apenas ancorado na guerra que o Podemos está a declarar ao PSOE. E há um calendário para que Rajoy use a "bomba atómica".
Mais logo, a selecção feminina de futebol tem aquela hipótese de chegar ao seu primeiro Europeu. Boa sorte, raparigas!
Na expectativa estão também os escritores Valério Romão e Gonçalo M. Tavares, finalistas do prémio literário francês Femina 2016. Também estamos a torcer por eles.
Só mais um minuto...
Para lhe falar da ascensão e queda de uma estrela. Lady Gaga parecia destinada a competir com os melhores no mundo da pop. Hoje, Joanne confirma-o, parece apenas desorientada. A sentença é do Vítor Belanciano - e a avaliar pelo sucesso da história, há muita gente a concordar.
Sobre a outra noite, escreveu a Joana Amaral Cardoso, que passou uma madrugada a ver quem chorou e quem sobrou em The Walking Dead. Aviso: esta notícia contém spoilers sobre o primeiro episódio da sétima temporada.
Comecei com esperança, termino da mesma maneira - apontando-lhe a história maravilhosa desta bebé que nasceu duas vezes. É tão bom ver um final feliz.
É agora que vamos ao dia. Aproveite-o bem, aproveite-o todo. Quando tiver um minuto, passe por aqui. Estaremos sempre à espera da sua companhia.
Até já!
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