A
produção tradicional de esteiras de bunho, pela frossense Natália
de Jesus, foi certificada pelo IEFP – Instituto de Emprego e
Formação Profissional. A Carta de Unidade Produtiva Artesanal e o
Cartão de Artesão foram entregues à artesã pelo Presidente da
Câmara Municipal, António Loureiro, a semana passada.
O
processo de certificação junto do IEFP teve início após a
participação de Natália de Jesus na oficina “Apoios ao
Artesanato”, que decorreu em maio, na Incubadora de Empresas de
Albergaria-a-Velha. A equipa do CLDS Albergaria Integra'T, que
organizou a ação, preparou toda a documentação inerente ao
processo e, em setembro, a artesã de Frossos foi a primeira
participante da oficina a ver a sua atividade certificada.
Natália
de Jesus tem 73 anos e aprendeu a fazer esteiras com a mãe ainda
criança. Em meados do século XX, as esteiras de bunho eram o
“ganha-pão” de muitos habitantes de Frossos. Eram usadas para
cobrir o milho, quando este se encontrava nas eiras, para proteger
peças de grande porte no transporte de longa distância ou
simplesmente para servir de camas. Atualmente, as esteiras são
utilizadas como decoração, sendo vendidas no mercador tradicional.
Natália
de Jesus possui um terreno na zona lagunar da Pateira de Frossos,
onde recolhe o bunho, que depois é selecionado e seco. O bunho
(Schoenoplectus lacustris) é uma erva nativa da Europa, comum em
áreas húmidas e alagadiças. As esteiras são feitas em casa num
tear de pedras, ou “Burro”, cuja particularidade é ter pedras
nas pontas dos fios que entrelaçam o bunho. A artesã é presença
habitual em feiras, exposições e certames e gosta de trabalhar ao
vivo para difundir o saber, a tradição e a identidade cultural da
terra onde nasceu.
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