A
anunciada visita do papa Francisco a Fátima, em 2017, constitui uma
oportunidade para a hotelaria regional e nacional, mas não para a
daquela cidade, habitualmente repleta no mês de maio, afirma um
representante dos hoteleiros.
"[A
visita do papa] é uma grande oportunidade, não propriamente para a
hotelaria de Fátima, que está habituada a estar completa nessa
noite, mas para toda a hotelaria regional e boa parte da hotelaria
nacional", disse à agência Lusa Alexandre Marto Pereira,
vice-presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima (Aciso).
Ao
contrário, a visita papal não tem reflexos na ocupação das seis
mil camas existentes nos hotéis de Fátima: "Não há quartos
como tradicionalmente nunca há nestas noites de 12 de maio. A noite
de 12 para 13 de maio está sempre completa", argumenta.
A
"novidade e a notícia", destaca Alexandre Marto Pereira,
são os hotéis da região "até às portas de Lisboa"
estarem lotados ou a caminho de estar.
"Isso
é que não é normal. Diria que a 70, 80 quilómetros daqui ou a
meia hora, 40 minutos [de viagem] de Fátima está tudo completo,
tendencialmente completo", afirma, adiantando que há turistas e
visitantes que na ausência de alojamento na Cova de Iria "vão
dormir a Lisboa", mas que procuram, agora, refeições em Fátima
para esse período.
Alexandre
Marto Pereira, que detém o pelouro da hotelaria na Aciso e é
empresário hoteleiro, sustenta que a vista do papa Francisco
constitui, para Fátima e para o país, uma oportunidade também a
nível mediático.
"Há
1.200 milhões de católicos no mundo e centenas ou milhares de
órgãos de comunicação social de inspiração católica vão
acompanhar a vista e deslocar-se a Portugal. É uma oportunidade
fortíssima para poder promover todo o país utilizando a alavanca de
Fátima. Há algumas origens em que Fátima é mais conhecida do que
o próprio país ou é pelo menos uma das marcas mais conhecidas do
país, junto com Lisboa e Porto", alegou.
Questionado
sobre se Fátima necessita de mais hotéis, Alexandre Marto Pereira
recusa essa necessidade, adiantando que mais do que construir novas
unidades ou ampliar as existentes, os empresários estão a apostar
na requalificação do parque hoteleiro "para ir ao encontro de
um público cada vez mais internacional e cada vez mais exigente".
"Fátima
continua a ter uma taxa de ocupação muito baixa, bem abaixo dos 40%
e torna-se óbvio que há um excesso de camas. Para estas noites [de
12 e 13 de maio] sim, seria preciso muito mais, mas um hotel não se
torna viável por ocupar três ou quatro noites de multidões,
torna-se viável tendo taxas de ocupação mais estáveis ao longo de
todo o ano e é um investimento que faz sentido a longo prazo",
defendeu.
Embora
argumentando que Fátima tem uma sazonalidade menor do que, por
exemplo, certos destinos de veraneio em Portugal, a sazonalidade
existe e tem de ser combatida.
"Não
deixa de ser um problema, mas consegue-se combater com um esforço de
captação de pessoas para meses mais fracos e promoção do destino
nessas datas eventualmente a preços mais baixos, isso é inevitável.
E também com outros eventos, que não concorrendo com o Santuário
de Fátima possam ser captados, como eventos desportivos, reuniões
de empresas e congressos", disse.
Já
sobre a questão dos preços, recusa que estes `disparem` por alturas
das maiores peregrinações, embora admita que no 13 de maio "são
mais altos" e que as flutuações de preços decorrem da
procura.
"Mas
em dezembro são extremamente baixos, o nível médio de preços em
Fátima é extremamente baixo e dos mais baixos de Portugal e mantém
as unidades hoteleiras no limiar da rentabilidade", sublinha.
O
responsável da Aciso nota, no entanto, que os preços para maio de
2017, a exemplo dos meses de maior procura em cada ano, são
negociados com os operadores turísticos "muitos meses ou até
anos antes".
"A
enorme maioria dos hoteleiros negoceia com os operadores uma operação
ao longo do ano que tem como contrapartida a entrega de capacidade
para essas datas. E não é um preço especulativo, proibitivo",
garante Alexandre Marto Pereira, cifrando o acréscimo em mais 30%.
Sobre
o impacto da visita do papa na cidade, o vice-presidente da
associação empresarial defende que Fátima "é dos destinos
portugueses aquele que está melhor preparado para lidar com
multidões", ao nível logístico e de segurança.
"Não
conheço nenhuma outra cidade em Portugal e poucas no mundo que
consigam, com uma base populacional tão pequena de cerca de 15 mil
pessoas, de repente, receber um milhão de pessoas em dois ou três
dias", alegou.
Fonte:Lusa
Os
dadores de sangue do exterior podem comparecer nesta sessão de
colheitas, identificando-se junto dos seguranças à entrada,
mediante o Cartão de Cidadão ou do Cartão Nacional de Dador de
Sangue.
Mais
informações no site www.adasca.pt
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