O julgamento da falsa seita religiosa que era uma fachada para o abuso sexual de crianças foi adiado para o início de 2017. O principal arguido do caso, acusado de 200 crimes de abuso sexual e em prisão preventiva, já foi agredido por diversas vezes por outros reclusos.
Um familiar de Rui Pedro, conhecido como o “guru” da falsa seita religiosa “Verdade Celestial”, que abusava de crianças numa quinta de Brejos do Assa, em Palmela, Setúbal, conta ao Correio da Manhãque o homem “já foi por diversas vezes agredido no estabelecimento prisional de Setúbal”.
“Rui Pedro teve mesmo de ser assistido na enfermaria da cadeia“, refere o diário, revelando que outro dos oito arguidos deste caso também foi agredido por outros reclusos.
O “Mestre dos Espíritos” ou “guru”, como era conhecido este homem de 34 anos que se fazia passar por psicólogo, foi acusado de 200 crimes de abuso sexual sobre menores e adolescentes.
A primeira sessão do julgamento estava marcada para esta terça-feira, mas foi adiada para 10 de Janeiro do próximo ano, depois de uma das arguidas ter renunciado ao advogado, conforme revelou o Tribunal de Setúbal.
“Representante de Deus na Terra”
“A falsa seita foi uma invenção de Rui Pedro, que conseguiu convencer adultos e crianças de que era o representante de Deus na Terra”, refere o Expresso sobre este caso que está a chocar o país.
Nove crianças terão sido violadas por membros deste grupo de arguidos que estão acusados, no total, de mais de 400 crimes de abuso sexual de menores.
“O pretexto da ‘Verdade Celestial’ era apenas um: dominar e abusar mais facilmente dos menores, promover a poligamia e todo o tipo de promiscuidade sexual”, relata um investigador da Polícia Judiciária.
Na acusação do Ministério Público a que o semanário teve acesso, considera-se que Rui Pedro “teve a ideia de criar um esquema que lhe permitisse obter dinheiro e simultaneamente ter relações sexuais com crianças”.
Para propiciar condições para cometer os crimes, dava consultas de psicologia a cinco euros e terá abusado também dos seus dois filhos menores que terão igualmente sido violados por outros elementos da falsa seita.
O despacho de acusação do MP constata que os arguidos “revelavam um total desrespeito pelas crianças” e que justificavam as violações como “actos purificadores”.
Cinco dos oito arguidos, entre os quais está a mulher do “guru” e mãe dos seus dois filhos, aguardam a realização do julgamento em prisão preventiva.
A primeira sessão do julgamento foi marcada para a manhã de 10 de Janeiro de 2017, estando ainda agendadas sessões para os dias 12 e 13 do mesmo mês.
ZAP / Lusa
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