O
fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu este sábado aos líderes
mundiais reunidos em Lima, no Peru, para a cimeira do Fórum para a
Cooperação Económica da Ásia-Pacifico (APEC), que mantenham o
planeta conectado, numa referência direta à eleição de Donald
Trump.
"Para
enfrentar a desigualdade, podemos desconectar, arriscar menos a
prosperidade e ter a esperança de recuperar os postos de trabalho
perdidos. Ou podemos conectar mais e trabalhar mais numa prosperidade
maior e tratar de partilhá-la com todo o mundo", disse
Zuckerberg durante o seu discurso na cimeira de líderes
da Ásia-Pacífico(APEC).
"Não
há dúvida de que o segundo caminho é o melhor. Temos que entender
que esse caminho é também um pouco mais difícil", considerou.
Trump responsabilizou
o livre comércio - que oferece mão-de-obra a menor custo noutras
regiões do planeta - por ter afetado o crescimento dos Estados
Unidos e reduzido os postos de trabalho.
"Desconectar
é relativamente fácil. Mas conectar requer fazer um investimento
maior em infraestruturas e gerar vontade política de tomar decisões
difíceis, de longo prazo", acrescentou Zuckerberg, criador de
uma rede com 1,79 mil milhões de utilizadores ativos e que caminha
para se converter numa empresa de tecnologia.
Zuckerberg,
que chegou a Lima após várias polémicas sobre se a sua rede social
ajudou a difundir notícias falsas que tenham influenciado a vitória
de Trump, ou sobre a sua suposta falta de cooperação para
combater comentários racistas, também abordou rapidamente estes
temas.
"Como
engenheiro, sou realista sobre quão duro isto pode ser [os avanços
tecnológicos]. Podemos ajudar a dar voz às pessoas, mas também
temos que fazer a nossa parte para deter a proliferação do ódio,
da violência e da desinformação", comentou, embora tenha
insistido que o Facebook também é responsável por proteger a
privacidade dos seus utilizadores.
sapo
/ afp
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