Nuno Gigi, mais conhecido por Yellow G, é um jovem artista que se destaca pelo sentimento com que canta.
O jovem que se tornou um dos artistas com mais visualizações no youtube dentro do seu estilo musical, aceitou responder a esta entrevista onde nos fala do seu percurso musical e dos seus projetos futuros.
Quando é que deste conta que tinhas um gosto particular pelo mundo da música?
Bem antes de mais deixa-me agradecer pelo convite porque foi com todo o gosto que o aceitei!
Comecei a perceber que tinha um gosto por todo este mundo ainda era eu muito pequeno e de uma forma muito natural. Acho que já nasceu comigo mas só comecei a perceber que o que sentia era especial perto dos meus 16 anos.
E quando decidiste que querias dar forma a essa paixão?
Eu começo a fazer música em 2008 com a necessidade de transmitir algo.
As letras que escrevo, o feeling das músicas e até mesmo quando e como é que as músicas são lançadas vão acompanhando o meu estado de espírito da altura.
Apesar de ao longo dos anos ter conseguido que as minhas músicas chegassem a bastante público foi apenas em 2015 que decidi realmente que o que queria fazer para o resto da minha vida era música.
A tua família sempre te apoiou nessa decisão?
Apesar de eu não gostar de partilhar o que faço com a minha família, porque há músicas que faço que são tão pessoais que se torna estranho estar a mostrá-las aos meus pais, a verdade é que os meus pais sempre me apoiaram desde o primeiro momento.
Foram eles que me compraram o meu primeiro material de gravação e que se sujeitaram a todas as horas de gravação que fazia no meu quarto, o que implicava sempre a casa toda estar em silêncio.
Apesar de todo o apoio que sempre me foi dado, este meu sonho sempre foi visto como um hobby até começarem a ver que pessoas amigas e até mesmo desconhecidos iam ter com eles a dizer que gostavam imenso do meu trabalho.
Sentes que o teu género musical é devidamente valorizado em Portugal?
Sim, sem dúvida. Secalhar há uns cinco anos atrás teria respondido de outra forma, mas hoje em dia sinto que o que faço cresceu imenso, a mentalidade das pessoas também evoluiu, apareceu uma nova geração de músicos que trouxeram imensas influências lá de fora e que abriram muitas portas cá em Portugal.
Começamos a ver Hip Hop em séries juvenis, em programas de talento e até na rádio.
O próprio estilo foi-se fundindo com outros e é daí que nasceu o que faço, um Hip Hop que é muito Pop.
Qual o lado “mais negro” de ser músico?
Sinceramente, nunca senti nada negativo que estivesse diretamente ligado ao facto de ser músico. As coisas negativas ou menos positivas que sinto como músico eu iria senti-las noutra profissão qualquer porque os aspetos negativos são meus e não da profissão em si.
Eu, por exemplo, sou uma pessoa muito perfeccionista que busca imenso a perfeição e isso às vezes torna-se muito cansativo mas, lá está, eu iria ser assim em qualquer outra profissão que tivesse.
Porquê “Yellow G”?
O nome Yellow G foi criado um pouco à pressão porque ia fazer a minha primeira música e ainda nem tinha um nome. O G é uma abreviatura do meu apelido “Gigi” , uma abreviatura que os meus colegas de escola faziam sempre e sempre fui conhecido assim pelas escolas que passei.
O significado do Yellow já é um pouco mais complexo e metafórico. Tirando um ano que vivi em Olhão, sempre vivi em Chelas num prédio de cor amarela, que por acaso já foi pintado de outra cor mas é daí que vem o Yellow.
Para mim simboliza o meu nascimento, a minha evolução pessoal e profissional, os meus pais e amigos. É uma forma de levar sempre comigo as pessoas de quem eu gosto e de nunca me esquecer de onde eu vim.
Em que é que te inspiras para construíres as tuas músicas?
Quase todas as minhas músicas nascem de uma necessidade de desabafar um momento da minha vida ou um pensamento que tenho guardado.
As outras que não nascem assim, começo a construi-las, a pensar numa mensagem que quero transmitir mas sempre baseando-me em algo que me aconteceu.
Sou um músico bastante biográfico e, sendo assim, tudo o que faço é tirado da minha vida ou do meu interior.
Que mensagem pretendes transmitir ao público quando as cantas?
Poderia dizer mil e uma coisas mas a verdadeira mensagem que eu tento transmitir com as minhas letras é de que és o único a passar pelo que estás a passar. Apesar de estares a passar um mau bocado neste momento eu também vou demonstrar que tudo irá passar, que tudo não passou de uma batalha para nos tornarmos melhores pessoas.
A coisa mais gratificante que me podes dizer é que as minhas músicas ajudaram-te a ultrapassar algo ou que parecia que só eu é que te compreendia. Sinto que fui destinado a fazer música com esse propósito.
“O que ficou por dizer”?
Uma música que nasceu, mais uma vez, na necessidade de desabafar um pouco e colocar sentimentos no papel.
Honestamente, nunca esperei que fosse uma música que se tornasse viral e que se mantivesse viva passado mais de 3 anos. Uma música que me deu a possibilidade de me encontrar musicalmente e de saber o que queria para o meu futuro.
Foi um tema que marcou claramente um ponto de viragem no meu percurso.
Como tens digerido o carinho por parte do teu público?
Sempre fui uma pessoa muito próxima do meu público porque sinto necessidade de ser assim e não estaria a ser verdadeiro se fosse de outra forma. Eu e o meu público temos uma relação quase como de uma família, ajudamo-nos uns aos outros e sempre irei sentir uma enorme gratidão para com eles porque a verdade é que não era ninguém sem a #yellowfamily.
Para terminar, o que podemos esperar de ti para o futuro?
É já em Setembro que irá sair o meu primeiro álbum, um trabalho mais maduro do que as pessoas estão habituadas, tanto a nível de produção como a nível lírico.
Um álbum em que decidi finalmente me mostrar por completo e estou bastante ansioso por o mostrar.
Terminada esta entrevista resta-me agradecer ao Nuno por toda a sua disponibilidade e, acima de tudo, por ter aceite responder às minhas questões.
Página Oficial: https://www.facebook.com/officialyellowg/
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Youtube: www.youtube.com/yellowg
Cátia Barbosa, aluna de Jornalismo na UC
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