segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

360º - O adeus a Mário Soares, a polémica do Novo Banco e o recorde nos Globos de Ouro

360º

Por Miguel Pinheiro, Diretor Executivo
Bom dia!
Enquanto dormia...
Há mais um dirigente político a defender a nacionalização do Novo Banco. João Galamba, porta-voz do PS, explicou o seu ponto de vista ao DN: "O banco já é do Estado [através do Fundo de Resolução], só que é de transição. Eu só quero que o Estado assuma plenamente e de forma normal aquilo que hoje já existe".

No Observador, João Marques de Almeida defendeu que essa é uma má solução, em "Nacionalização do Novo Banco: a opção mais cara para os portugueses": "A 'nacionalização' do Novo Banco seria uma transferência de recursos dos portugueses para os bancos - o Estado ficaria com a parte má".

Mais um dado a acrescentar ao negócio do Novo Banco: sem o aval do Estado, o valor oferecido pela Lone Star pode baixar, escreve o Negócios.

O Sporting venceu o Feirense por 2-1 (apesar dos sustos). Na crónica do jogo, o Tiago Palma explica que "Bas Dost encontrou (por fim) um compincha" em Alan Ruiz: "O que um iniciava, o outro concluía".

A polícia francesa deteve 15 suspeitos de estarem envolvidos no assalto a Kim Kardashian em outubro. Na altura, vários homens vestidos de polícias entraram no quarto da socialite em Paris e levaram joias no valor de dez milhões de euros.


Informação relevante
Hoje começam as cerimónias fúnebres de Mário Soares. O corpo do antigo Presidente da República vai daqui a pouco para a casa do Campo Grande e segue depois para o Mosteiro dos Jerónimos, com uma paragem na Câmara Municipal de Lisboa (aqui, tem o percurso completo). O Observador vai seguir tudo o que acontecer ao longo do dia neste liveblog.

Quer isto dizer que hoje e amanhã (dia do funeral) a circulação em Lisboa vai estar condicionada. Veja aqui os detalhes e as ruas a evitar.

Ontem, houve já muitas pessoas que se quiseram despedir de Mário Soares, como pode ver neste liveblog e nesta fotogaleria.

Ao longo do fim de semana, o Observador publicou quatro textos longos sobre a vida de Mário Soares:

Mais duas mortes marcaram o fim de semana. O médico Daniel Serrão era membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e foi conselheiro do Papa João Paulo II. Guilherme Pinto era presidente da Câmara de Matosinhos e apresentara há dias o seu pedido de renúncia por causa da doença.

Na Índia, António Costa prometeu o que todos os primeiro-ministros prometem - apoios às empresas: “Do Governo português, podem estar certos que vamos dar todo o apoio, quer às empresas portuguesas de exportação para a Índia, quer às empresas indianas interessadas em possuir presença em Portugal”.

A dívida dos hospitais cresceu 27 milhões de euros em 2016. Atenção: 27 milhões por mês. Os dados mais recentes da Direcção-Geral do Orçamento são revelados pelo Público.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, foi muito clara numa entrevista que deu ontem à Sky News sobre as consequências do Brexit: "As pessoas falam frequentemente como se, de alguma forma, nós pudéssemos sair da União Europeia, mas mantendo pedaços [dos direitos] de adesão à UE. (…) Nós vamos sair. Nós estamos a sair. Não vamos continuar a ser um membro da UE”. 

O condutor do camião que avançou contra um grupo de soldados em Jerusalém, matando quatro pessoas, pode ter ligações ao Estado Islâmico. A informação vem do próprio primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Entretanto, foram detidos nove suspeitos.

Esteban Santiago, o atirador que matou cinco pessoas no Aeroporto Internacional de Fort Lauderdale, na Florida, pode ser condenado à pena de morte. Um vídeo entretanto divulgado mostra como tudo começou.


A nossa Opinião

João Carlos Espada escreve "Mário Soares e a liberdade como modo de vida habitual": "Mário Soares tornou habitual a liberdade entre nós. Já não uma causa de combate ou uma promessa de perfeição, mas — simplesmente — um modo de vida habitual que aprendemos a usufruir tranquilamente".

Helena Matos escreve também sobre Soares em "À procura doutro pai": "Enquanto os jornalistas e as elites se despedem daquele que é definido como pai do regime, a grande questão é mesmo essa: será que Portugal vai procurar um novo pai? E para quê?".

E ainda Manuel Villaverde Cabral: "Convivi com Mário Soares durante mais de cinco décadas e o que lhe devo não tem preço. É a liberdade de que gozo, incluindo a de discordar dele, coisa de resto que não creio que lhe tirasse o sono".

Alexandre Homem Cristo escreve sobre a "descrispação" de Marcelo Rebelo de Sousa em "A descrispação é uma treta": "Os portugueses não gostam de chatices. E, no final do dia, talvez lhes seja mais apetecível ter um governo pior que assegure a paz, em vez de um governo melhor que só tenha de enfrentar guerras".

Vasco Pulido Valente também escreve sobre o Presidente da República: "Marcelo não é um produto político, é um produto da RTP e da TVI. Entra dia a dia pela nossa casa adentro, sempre com a mesma fita e futilidade. Um destes dias, o homem acaba a falar sozinho".

André Azevedo Alves pergunta "Uber: economia de partilha ou rentismo?": "Combater um paradigma político de economia extractiva assente em múltiplos processos de rent-seeking exige, infelizmente, bastante mais do que novas plataformas tecnológicas e slogans atractivos".


Os nossos Especiais
Estamos há um ano sem David Bowie. Ana Markl fez uma playlist íntima que dá para qualquer um. Leia, veja e ouça.

"Perigoso e sedutor, uma história do cabelo comprido" tem sido um dos textos mais lidos no Observador nos últimos dias. A Catarina Moura conta detalhes e curiosidades de uma tendência que está de regresso.


Notícias surpreendentes

Nunca houve um filme a ganhar tantos prémios na história dos Globos de Ouro: "La La Land" bateu o recorde ontem à noite com sete nomeações e sete vitórias. Conte lá pelos dedos: melhor filme, melhor realizador, melhor ator, melhor atriz, melhor argumento, melhor banda sonora e melhor canção original. Naturalmente, está também encontrado o favorito para os Óscares deste ano.

Quando é que pode ver o filme em Portugal? Tome nota: 26 de janeiro. Está quase.

Mas não houve mais ninguém a ganhar? Claro que sim: pode ver aqui uma fotogaleria com todos os que levaram um Globo de Ouro debaixo do braço. No cinema, "Moonlight" foi o melhor filme dramático; na televisão, "The Crown", da Netflix, foi a melhor série dramática.

E não houve polémicas? Houve uma: Meryl Streep fez um discurso anti-Trump ao receber o prémio de carreira “Cecil B. de Mille”. “Quando alguém usa a sua posição de poder para amesquinhar os outros, todos perdemos”.

E finalmente: como estavam os vestidos? Sabemos que também quer ver isso: a Sílvia Silva mostra aqui tudo o que andou pela passadeira vermelha (o bom e o muito mau).

E só mais uma coisa: o que é que o Alexandre Borges achou de tudo isto? Ele assistiu disciplinadamente à cerimónia dos Globos de Ouro e explica que a passagem do tempo dá cabo de tudo.

Quando um ilustrador sarcástico se dedica a analisar a cultura "pop" e o consumismo, o resultado é este. No trabalho de Tony Futura há política, arte, crime e economia.

E assim, bem informado, pode começar mais uma semana. Ao longo do dia, vamos seguir todas as notícias no Observador, com natural destaque para as cerimónias fúnebres de Mário Soares.
Até já!
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