segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Soares, Mário Soares (& o que a escola deve ensinar sobre ele)

Enquanto dormia
 
David Dinis, Director do Público
Bom dia!
Os Globos de Ouro foram uma La La Land, batendo recorde de estatuetas numa só noite. Entre as mulheres, Isabelle Huppert levou o prémio de melhor actriz, mas foi Meryl Streep quem marcou a cerimónia: a actriz arrasou Donald Trump, que depois foi para o Twitter responder zangado.
Falando em Trump, talvez ele retalie contra a Rússia. O chefe de gabinete do futuro Presidente disse à Fox News que Trump já aceitou o relatório que responsabiliza Putin pelos ataques informáticos à sua adversária presidencial.
A polícia francesa deteve 16 pessoas pelo assalto a Kim Kardashian em Paris.
O Sporting ganhou, mas sofreu. E a lesão de Adrien também não deixa os leões descansados para o que aí vem. Em Espanha, o Barcelona já é terceiro (e Messi evitou a derrota no último minuto).
Morreu Peter Sarstedt. O nome talvez não lhe diga muito, mas quase aposto que a música que o tornou famoso sim: "Where do you go to, my lovely".

Soares, Mário Soares

O país cumpre o primeiro de três dias de luto, pela morte de Mário Soares. O dia começará com um cortejo fúnebre que vai percorrer as ruas de Lisboa, com o Governo a chamar uma "multidão" para uma última homenagem (que o PÚBLICO acompanhará em directo aqui, onde já explicamos por onde ele vai passar e que ruas estarão cortadas). 
A melhor homenagem que lhe podemos fazer é o tema do Editorial que hoje lhe dedicamos aqui no PÚBLICO. Porque é hora de olharmos para os manuais escolares e pensarmos o que queremos ensinar aos nossos filhos sobre a nossa história moderna. E porque nenhum país se constrói sem partir de uma forte e orgulhosa memória colectiva. Afinal, "como é que os livros da escola devem falar de Mário Soares?". A pergunta é ainda mais relevante quando estamos na era em que os ódios e boatos entram em copy paste nas redes sociais - também sobre ele, do pior modo possível, como sublinha o Pedro Guerreiro.
Sobre Soares, e porque desde sábado que lhe prestamos homenagem, deixo-lhe aqui uma síntese do que temos escrito sobre ele:
O funeral de Soares é amanhã. E alguns líderes mundiais começaram a confirmar presença. António Costa, como já saberá, estará na Índia, optando por manter a visita oficial. Verdade: também houve um dia (dramático) em que Soares manteve uma visita oficial.
As outras notícias do dia (uma síntese)
A dívida dos hospitais cresceu 27 milhões ao mês. A indústria farmacêutica é a mais penalizada, mas só às empresas de dispositivos médicos o Estado deve actualmente quase 300 milhões de euros, conta a Alexandra Campos. Um dos maiores especialistas do sector, Pedro Pitta Barros, diz que o problema está nos orçamentos iniciais.
Os restaurantes não vão baixar os preços. O presidente da Aresp, que representa o sector, diz numa entrevista ao PÚBLICO que a baixa do IVA deu para respirar oxigénio, mas que isso não chega para aliviar os consumidores.
Os socialistas rendem-se à nacionalização do Novo Banco. No DN, três deputados do PS defendem que o Estado deve assumi-lo, mesmo que temporariamente, para o vender quando for vantajoso. Enquanto isso, o Lone Star parece admitir uma nova proposta: deixa cair o aval que pedia ao Estado, baixando o preço final pelo banco, explica o Negócios.
António Costa promete facilitar os negócios com a Índia. A visita oficial prossegue, apesar do luto por Soares.
Dois nomes grandes do Norte que desapareceram: ontem também perdemos Daniel Serrão e Guilherme Pinto.

Hoje acontece
  • Angela Merkel faz o primeiro discurso do ano, dedicado ao futuro da Europa.
  • A Europa conhece a sua taxa de desemprego (não se esperando melhorias face aos 9,8% do mês de Novembro).
  • Portugal põe os olhos nos juros da dívida, que já passaram os 4% a 10 anos. São 4% de “whatever it takes”, como diz o Ricardo Cabral, no Tudo Menos Economia.

Para fechar, coisas boas do dia

Ronaldo pode receber mais um prémio FIFA, para o melhor jogador do mundo. O Augusto Bernardino aposta que, a partir daqui, Ronaldo vai ocupar outro lugar no campo. Mas Fernando Santos também tem uma boa hipótese de sair com um sorriso da cerimónia.
Ricardo Araújo Pereira e Bruno Nogueira levam políticos, líderes religiosos, actores e músicos para o palco do São Luiz para ver no que dá. Pode ter piada, diz a Alexandra Prado Coelho, que falou com eles e concluiu que o humor se discute.
Fecho com humor, porque era assim que Mário Soares encarava a vida. Com aquele sorriso, com aquela alegria de viver. Façamos, então, a última homenagem ao nosso maior. Hoje é o dia, amanhã virá outro. O PÚBLICO aqui estará para lhe contar.
Até já!

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