quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Escravatura nas culturas sazonais no Alqueva

Resultado de imagem para Escravatura nas culturas sazonais no Alqueva
A denúncia é do presidente da câmara da Vidigueira no Público. Ao jornal, a Autoridade para as Condições de Trabalho revela que vai reforçar a fiscalização.
O presidente da Câmara Municipal da Vidigueira conta a história de um grupo de 80 a 100 pessoas que vivia numa oficina; e outras 30 a dividir um único apartamento. Homens e mulheres dividiam o mesmo espaço, com um só chuveiro e apenas uma sanita.
Manuel Narra assume a "revolta e indignação" e fala em "redes mafiosas que alimentam novas formas de escravatura". São pessoas que chegam, sobretudo, da Ásia, de países como o Bangladesh, a Índia, o Nepal ou o Paquistão. O salário é baixo, mas é dele que ainda são descontados o alojamento e a alimentação.
Na segunda-feira, o presidente da câmara da Vidigueira reuniu-se com várias instituições e não escondeu a preocupação. Manuel Narra disse que "o que está a acontecer, neste momento, é mau, mas vai piorar nos próximos tempos".
O autarca pede ao governo que legisle no sentido de que a câmaras possam agir, por exemplo, no que diz respeito ao alojamento, para evitar "as situações degradantes que se têm observado".
A situação já está entregue à Autoridade para as Condições de Trabalho, a uma equipa nacional de combate ao trabalho não declarado. O coordenador, Carlos Graça, diz que a Vidigueira, "infelizmente não é caso único" e, ao Público, revela um outro. Em Serpa, também no Alentejo, 55 pessoas estavam alojadas num T3 e "alguém" recebia 1530 euros por mês pelo aluguer da casa.
Carlos Graça sublinha que estas pessoas "estão a ser escravizadas" e condena a forma de agir das empresas que contratam mão-de-obra estrangeira em condições "degradantes". "É um fenómeno que está longe, mesmo muito longe de ser controlado".
O responsável pela ACT deixa também um aviso: "a capacidade produtiva do Alqueva" vai continuar a crescer, por isso, ainda vai ser necessária mais mão-de-obra. Carlos Graça estima que esse crescimento seja de "mais 35% nos próximos anos".
Perante este cenário, o Público relata que a Autoridade para as Condições de Trabalho vai avançar com uma equipa de intervenção de dez inspetores, em todo o país.
Fonte: TSF

Nenhum comentário:

Postar um comentário