quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Declare “guerra” às comissões bancárias. Algumas são fáceis de evitar

CGD cria novas comissões e nem os clientes de longa data (como os mais idosos) escapam. O banco público foi notícia esta semana, no Negócios, por más razões. “Inventou” novas comissões e agravou outras já existentes. Os novos valores, que pode conhecer aqui, entrarão em vigor nos próximos meses. Infelizmente, este tem sido o caminho seguido por praticamente todos os bancos e, pior ainda, não é expectável que esta prática termine nos tempos mais próximos. Entre as “novidades” da CGD está a cobrança de um euro pela actualização aos balcões das emblemáticas cadernetas, a partir de Maio. Quem tem dificuldades em utilizar os meios electrónicos, ou as máquinas de actualização automática das agências, não pode dirigir-se ao funcionário do balcão, com quem até tinha uma relação de longos anos, sob pena de sair com menos um euro. Fazer transferência de dinheiro ao balcão ou por telefone (com operador) para outros bancos também passou a custar mais. E pedir comprovativo de saldos ou outras certidões (passou de 35 euros para 55 euros) só mesmo se for necessário. Tudo isto está a acontecer numa altura em que a CGD, à semelhança de outros bancos, está a encerrar dezenas de balcões e a dispensar centenas de trabalhadores. E ainda numa altura em que a maioria dos bancos cobra valores equivalentes ou ainda mais elevados. O que podem fazer os clientes para contrariar esta situação? Para alguns, como os mais idosos, restam poucas alternativas. Ainda assim, pode valer a pena olhar para alguns concorrentes, como o jovem Banco CTT, se existir algum balcão próximo. Esta instituição assegura serviços bancários essenciais e não está a cobrar comissões na abertura e gestão de contas de depósito à ordem, e nas transferências nacionais, entre outras.

Tem a certeza de que precisa de mais do que um cartão de crédito e outro de débito? Há comissões que podem e devem ser evitadas. Como escreve João Raposo - no livro Onde pára o meu dinheiro? - ter muitos cartões de crédito na carteira já não é sinónimo de pessoa importante. Pode mesmo reflectir alguma desorganização na gestão das suas contas ou até desequilíbrio financeiro (cartões que servem para pagar saldos de outros cartões...). O custo destes produtos tem aumentado em todos os bancos e a CGD vai voltar a actualizar (maioritariamente para cima) a anuidade de algumas dezenas de cartões de crédito, de débito (vulgarmente designados de multibanco) e dos pré-pagos. Estas alterações entram em vigor em Maio, e são extensivas a várias operações, como os levantamentos de dinheiro a crédito (cash advance). Mas há ainda mais surpresas negativas: exceder o limite de crédito dos cartões vai custar 15 euros e o pagamento do saldo do cartão ao balcão 10 euros, entre outras. Faça uma gestão prudente das suas finanças e fique apenas com os cartões de que efectivamente precisa.
Alerta “vermelho” para os pequenos accionistas do BCP. O aumento de capital do BCP entrou em contagem decrescente e os accionistas terão de decidir se querem ou não participar. Os que não quiserem, devem aproveitar para vender os direitos inerentes às suas acções, que têm valor, e cuja negociação decorrerá entre amanhã e o próximo dia 30. Os accionistas que ficarem totalmente à margem do aumento de capital vão agravar as suas perdas.
 

As dúvidas dos accionistas do BPI. A Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo maior accionista do BPI, o Caixabank, a 1,134 euros, pode reduzir substancialmente o número de acções dispersas em bolsa: não é positivo para os pequenos accionistas porque reduz o número de negócios, normalmente sinónimo de menor valor. A decisão de manter ou vender não é fácil. Os accionistas não são obrigados a vender nesta fase, mas podem vir a sê-lo no futuro. Isto porque o accionista espanhol, que já controla 45,6% do BCP, diz que tem a intenção de manter o banco em bolsa, mas também salvaguarda que, se atingir os 90% dos direitos de voto, procederá à compra das restantes acções, o que levará à saída de bolsa, como pode confirmar aqui, no ponto 22 e 23. A leitura do prospecto não é aliciante, mas alerta para alguns riscos que devem ser avaliados. As ordens de venda podem ser dadas até 7 de Fevereiro.

Fonte: Público

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