Governo põe fim às cantinas sociais (& Sampaio da Nóvoa sobre Marcelo)

David Dinis, Director do Público

Bom dia!

Trump proibiu o financiamento de grupos pró-aborto. O Presidente continuou a sua presidência-relâmpago, retomando uma orientação que remonta aos tempos de Ronald Reagan. Isto depois de ter dado início ao desmantelamento do comércio global (tal como o conhecemos). As primeiras 72 horas deste Presidente foram mesmo loucas.

A China está a abdicar dos direitos humanos. A denúncia de um grupo de ex-ministro inclui, por exemplo, a tortura de advogados, diz o The Guardian.

As conversações pela paz na Síria começaram mal: os representantes de Assad lamentaram a “insolência” dos rebeldes no arranque da cimeira russa. Mas não é ainda improvável que saia de Astana um princípio de paz (a questão é qual).

A Fórmula 1 tem novos donos. A Liberty Media celebrou a aquisição dos direitos do Campeonato do Mundo de Fórmula 1. E tirou Bernie Ecclestone do cargo de director-executivo. O preço da operação foi, sim, uma loucura.

As notícias do dia

Começo pela nossa manchete: o Governo vai acabar com as cantinas sociais, trocando-as por um sistema alternativo de apoio alimentar. Na base da decisão está um relatório da Segurança Social que aponta muitos erros na distribuição de refeições - e o facto de a política ter sido criada pelo Governo anterior. A Ana Cristina Pereira explica o estudo. E ainda como vai funcionar o novo sistema de cabazes básicos.

Agora a entrevista de Catarina Martins ao PÚBLICO. Esta segunda parte é mais política - e porventura mais importante. A líder do Bloco diz que "seria um erro tremendo antecipar eleições". Reconhece que, "neste contexto", as propostas do BE (e PCP) são sociais-democratas. Explica a ambição do partido e as pastas que preferiria num Governo. E ainda anota uma linha vermelha nas autárquicas.

A aposta de Catarina Martins na estabilidade é uma prenda para Marcelo, que faz hoje um ano venceu as presidenciais. A outra prenda vem de Sampaio da Nóvoa, hoje entrevistado também pelo PÚBLICO. Diz o ex-candidato que Marcelo "reabilitou a Presidência". E só lhe faz uma crítica: "Nem sempre foi equidistante" e convém também tratar bem Passos Coelho (ora veja bem a ironia disto). 

Sobre o ano 1 de Marcelo, a Leonete Botelho falou com amigos de Soares, que anotam as semelhanças entre os dois presidentes. E a Maria Lopes fez as contas para saber quem foi o protagonista das notícias nas TV's. E a resposta é... Já agora, outra adivinha, via DN: quem é que se diz "o primeiro habituado às críticas"? Mas porque isto de unanimismos é coisa pouco democrática, o João Miguel Tavares faz as honras da crítica aqui: "A nova PPP: Parceria Presidente Primeiro-ministro".

Costa ganhou um problema uninominal: vai perder um deputado, zangado por ter sido preterido nas autárquicas. Nas contas parlamentares, menos um representa menos uma solução para aprovar diplomas.

A TSU é um problema por resolver. E esta manhã o Negócios dá conta de uma resposta do PSD aos patrões, que tinham mandado cartas a Passos a protestar pelo voto contra. O argumento do partido é... libertar a Concertação da "chantagem" do Governo, justifica Marco António Costa. O Governo está já preparado para aprovar alternativas.

Um novo acordo à esquerda, para desempregados. O Governo vai fixar já este ano os 421 euros do IAS como o limite a partir do qual o corte no subsídio de desemprego não se aplicará.

Empregos à vista no Montijo? O plano para o novo aeroporto inclui as grandes companhias aéreas, para além das low cost.

Registe ainda um alerta da DECO: recebeu quase 30 mil famílias em situação limite, no ano passado. E outro, diferente, da ASAE: há problemas escondidos em muitos talhos. 

Para ler e saborear (via Fugas)

Vamos comer esta fotografia? E pergunta a Francisca Gorjão Henriques: quando um prato absolutamente fenomenal (ou não tão fenomenal assim) chega à mesa, o que se faz? Come-se? "Não, primeiro fotografa-se", responde-nos ela. A moda invadiu as redes sociais e dá likes em catadupa mesmo aos amadores. Assim sendo, ela foi ouvir os profissionais. E saiu este retrato.

E quem disse que a farinha não tem valor? A Alexandra Prado Coelho não o disse - e até descobriu uma padaria-moagem, mesmo em Lisboa, onde um jovem padeiro de 21 anos usa cereais para o trigo barbela ou o centeio verde para fazer pães diferentes e saborosos. E a receita?

Hoje acontece

• O Supremo Tribunal britânico decide esta manhã quem é que pode decidir a saída do Reino Unido da UE: o Governo ou o Parlamento - o que pode atrasar todo o processo. A decisão deve explicar também o papel da Escócia e País de Gales no Brexit.
• Em Itália, os juízes vão decidir sobre a validade da nova lei eleitoral - aquela que levou ao referendo e à demissão de Renzi. 
• O Parlamento Europeu pronuncia-se sobre o acordo de livre comércio assinado com o Canadá, que quase foi bloqueado por uma região belga.
• Vamos ficar a saber quais são os nomeados para os Óscares - com La La Land no topo dos favoritos.
• E a Gulbenkian leva a Paris a obra de um português. Como diz o Sérgio C. Andrade, é um grão das artes de Ângelo de Sousa à conquista da Europa.

Só mais um minuto...

O novo episódio de Star Wars já tem título. E também tem data de estreia.

A outra guerra de estrelas vai dar uma série. A turbulenta relação entre Bette Davis e Joan Crawford terá duas outras estrelas nos respectivos papéis principais. E que bela história que elas dão.

Adeus a Gorden Kaye, o René de Alô, Alô! A resistência francesa nunca esquecerá aquele café - e nós também não.

Despeço-me precisamente com a banda sonora que nos deixou presos à televisão durante 81 belos episódios, celebrando as boas memórias e a história que nos junta. Despeço-me também com a promessa de muitas e importantes notícias ao longo do dia, que pode acompanhar aqui - sem atrasos e com garantias de boa memória, esse bem tão precioso no jornalismo.

Tenha um dia bom. E feliz.
Até já!