O
Ministério Público de Itália decidiu abrir uma investigação criminal à unidade
italiana da BT, depois das irregularidades contabilísticas identificadas.
O
procurador-geral de Milão, Fabio de Pasquale, anunciou a abertura de uma
investigação criminal à unidade italiana da BT, revelando que a investigação
está focada nas suspeitas de "contabilidade falsa e manipulada",
escusando-se a adiantar mais informação, de acordo com o Financial Times.
O jornal adianta que Fabio de Pasquale é um dos
procuradores com mais destaque em Itália, tendo liderado processos de corrupção
pública nos anos 90, contra Silvio Berlusconi, ex-primeiro-ministro, e contra a
petrolífera italiana Eni sobre alegada corrupção na Nigéria.
O Financial Times acrescenta que não se sabe se a
investigação está a ser realizada sobre pessoas específicas, a empresa ou
outras entidades, sendo que, realça o mesmo jornal, a abertura de processos de
investigação criminal é muito comum em Itália não sendo certo que leve a
qualquer acusação.
"Estamos muito desapontados com as práticas
impróprias que descobrimos na unidade italiana", afirmou o presidente
executivo, Gavin Patterson, na terça-feira através de um comunicado, citado
pela imprensa internacional.
Os problemas nas contas da unidade italiana foram
identificados em Outubro, mas o valor de perdas foi agora actualizado, tendo o
grupo triplicado o montante. O grupo teve de triplicar o valor de provisões
inicialmente estipulado em 145 milhões de libras. A revisão das contas vai
também ditar uma queda das receitas do terceiro trimestre, bem como do EBITDA
em 120 milhões de libras, revelou a operadora de telecomunicações.
"Levámos a cabo investigações extensivas naquela
unidade e estamos comprometidos em assegurar as melhores práticas em todo o
grupo BT para benefícios dos clientes, accionistas, funcionários e todos os
outros parceiros", acrescentou Gavin Patterson no mesmo comunicado.
O grupo reviu também em baixa as suas estimativas para
o conjunto de 2017, prevendo que as receitas ajustadas estabilizem, em vez de
crescerem tal como tinha sido previsto em Outubro. A empresa reduziu também os
objectivos para o EBITDA.
A contribuir para a revisão esteve a deterioração das
perspectivas "para o sector público do Reino Unido" bem como para os
mercados internacionais.
Estas notícias levaram as acções a afundarem 20% na sessão de ontem. Hoje sobem 1,63% para 307,95 pence.
Estas notícias levaram as acções a afundarem 20% na sessão de ontem. Hoje sobem 1,63% para 307,95 pence.
Fonte: Jornaldenegocios
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