domingo, 26 de março de 2017

Banca está a cobrar comissões indevidas aos clientes, acusa Deco


Associação de Defesa do Consumidor alerta que cobranças de comissões bancárias por manutenção de contas ou pela taxa de crédito à habitação são indevidas.
A associação para a defesa dos consumidores Deco acusa o setor bancário de cobrar comissões aos clientes sem a efetiva prestação de qualquer serviço e de pretender compensar as perdas da intermediação financeira com a atividade de comissionamento, noticia a Lusa.
Estamos a assistir a uma transferência da atividade bancária, da intermediação financeira – isto é, compra e venda de dinheiro, que foi a atividade que deu origem aos bancos -, para uma atividade de comissionamento”, disse o economista Nuno Rico, da Deco/Proteste, em declarações à Lusa.
O economista assinala que em resultado da lei de 2015, que estabeleceu os requisitos da cobrança de comissões, a mesma só pode ser cobrada quando existe a prestação de um serviço, caso contrário esta cobrança é ilegal.
As comissões e despesas cobradas pelas instituições de crédito têm de corresponder a um serviço efetivamente prestado”, refere o diploma de 2015, citado pela Lusa.
Contudo, Nuno Rico aponta que o problema reside na ausência de definição pela lei portuguesa do que é um serviço bancário.  Esta falha na lei leva a que instituições como o Banco de Portugal, e outros responsáveis, “assistir passivamente” à cobrança de comissões pelos bancos mesmo quando não é prestado, efetivamente, um serviço ao cliente, acusa.
A cobrança pelos bancos de uma comissão de manutenção de conta é também indevida, defende o economista da Deco. Nuno Rico sublinha que a existência de uma conta bancária não constitui um serviço bancário, uma vez que o acesso aos produtos bancários está intrinsecamente dependente duma.
Não podemos esquecer que, quando abrimos uma conta e pomos lá o nosso dinheiro, estamos a disponibilizar o nosso capital ao banco, para que o possa usar em diferentes fins, como vender esse capital a outras pessoas e ganhar dinheiro com isso”, disse Nuno Rico.
A Deco salienta ainda que relativamente às comissões pelo processamento de prestações, como as do crédito à habitação, não faz “sentido nenhum” que o cliente pague para lhe ser cobrada uma prestação de crédito, e que essa cobrança ” é apenas uma forma de os bancos arrecadarem receitas”.

 

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