Azancot de Menezes, Secretário-Geral do Partido Socialista de Timor-Leste evidência as semelhanças entre o que se passa nos territórios ocupados do Sahara Ocidental e o passado não muito distante deste jovem país, e encorajam o Parlamento a enviar uma resolução à ONU em defesa de um referendo no Sahara Ocidental.
O Sahara Ocidental, como foi no passado Timor-Leste, é um território não-autónomo, nos termos da Resolução 1514 das Nações Unidas (1960).
Em 1975, com a retirada da colónia espanhola, o território foi invadido e anexado ilegalmente pelo regime de Marrocos e o povo saharaui tem sido barbaramente torturado e assassinado pelas forças de ocupação. A população em geral, e muito particularmente as mulheres, são torturadas, agredidas, violadas, presas, desaparecidas, exiladas e brutalmente discriminadas pelo facto de serem mulheres saharauis.
O regime de Marrocos, principalmente com a conivência de França, trabalha nos bastidores da ONU contra a autodeterminação do Sahara Ocidental. Com o consentimento desta organização internacional, vários países com interesses económicos no território exploram os enormes recursos naturais (pesca, fosfatos e petróleo) que pertencem ao martirizado povo saharaui e pactuam de forma hipócrita e criminosa com a violação dos direitos humanos ao serviço do regime de Marrocos.
Tal como aconteceu com Timor-Leste, no passado invadido e anexado pelo regime indonésio de Shuarto, e tal como houve um genocídio e o povo timorense foi barbaramente massacrado e violado, acontece precisamente o mesmo no território não autónomo do Sahara Ocidental.
O Jornal Tornado quis saber a opinião do Secretário-Geral do Partido Socialista de Timor (PST) em relação à situação vivida pelo povo saharui e às prisões registadas em El Aauin.
Segundo M. Azancot de Menezes, Secretário-Geral do PST, as notícias mais recentes divulgadas por organizações de activistas dão conta que «a violação dos direitos humanos persiste no território ocupado e atingiu proporções muito graves e preocupantes esta semana, em El Aauin, capital do Sahara Ocidental, com a realização de dezenas de prisões, torturas e desaparecimentos de activistas que lutam pelo referendo».
Na opinião deste dirigente político timorense “todos nós, independentemente da nossa filiação partidária, por uma questão de solidariedade entre povos, devemos exigir a realização do referendo já aprovado pela ONU em 1992, há 25 anos (!), para que o povo saharaui possa escolher entre a autodeterminação ou anexação a Marrocos”.
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“Esta exigência é totalmente fundamentada, até porque o Tribunal de Justiça da União Europeia, em Dezembro do ano passado, emitiu uma sentença reconhecendo que o Sahara Ocidental não pertence ao Reino de Marrocos, inclusivamente, Espanha acatou com essa decisão!”.
“A constituição do nosso país, no seu Artigo 10º, refere claramente que a República Democrática de Timor-Leste deve ser solidária com a luta dos povos pela libertação nacional, pelo que, o Estado de Timor-Leste deve continuar a manter-se firme e coerente na defesa dos legítimos interesses do povo do Sahara Ocidental”.
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O Secretário-Geral do PST, profundamente indignado com a onda de prisões, torturas e desaparecimentos em El Aauin, defendeu que o Parlamento Nacional de Timor-Leste, por uma questão de solidariedade internacional e coerência, devia, por unanimidade, “aprovar e enviar à Assembleia Geral das Nações Unidas e ao Parlamento Europeu uma resolução urgente de condenação às prisões ocorridas esta semana em Aaluin e à violação dos direitos humanos praticadas pelo regime de Marrocos, reclamando à ONU que organize a realização de um referendo urgente para que o povo saharaui possa exercer o seu direito à autodeterminação e independência”.
Nas fotos: M. Azancot de Menez, Secretário-Geral do Partido Socialista de Timor-Leste / Uma cidadã sahauri em foto normal e depois de presa e torturada pelas forças repressoras do torcionário rei Hassan II.
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