terça-feira, 28 de março de 2017

No próximo fim de semana, 1 e 2 de abril Ciclo de Teatro Amador do concelho de Cantanhede com espetáculos na Tocha, Pocariça, Murtede e Cadima

O Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede tem no próximo fim de semana a sua penúltima jornada, com mais quatro espetáculos, todos no âmbito da ação de itinerância que os grupos intervenientes estão obrigados a cumprir para apresentarem as suas produções teatrais noutras comunidades.
É assim que, no sábado, 1 de abril, às 21h30, o Grupo de Teatro “Renascer” (do (CSRCS – Centro Social de Recreio e Cultura da Sanguinheira) sobe ao palco do salão da Junta de Freguesia de Murtede para apresentar uma nova edição do TVG – Televisão Gandaresa, espetáculo constituído por vários sketches que têm como fio condutor uma emissão televisiva com divertidos e diversificados conteúdos: As Lições do Tonecas, Telejornal e Casting dos Cromos são algumas das propostas de uma grelha de programas que também contempla compromissos publicitários.
Também no sábado, à mesma hora, o Grupo de Teatro “Os Esticadinhos” estará na sede da Associação 1.º de Maio da Tocha para representar Henrique V Que Queria Ser o Primeiro, a partir do texto original do dramaturgo brasileiro Emílio Boechat. Esta divertida comédia relata a guerra de poder entre Henrique V, Rei da Escócia, e Luís I, Rei de França, abordando as principais implicações de um processo dessa natureza numa narrativa que dá conta das aventuras e desventuras amorosas próprias da história. Será a Rainha Elisabeth quem por fim assumirá o poder e o governo de Inglaterra, casando posteriormente com o Rei de França, o que conduz à união de ambas as coroas reais.
Ainda no sábado, igualmente às 21h30, o Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima apresenta, na sede da Associação Musical da Pocariça, Um Casamento em Arregalados, adaptação livre de “A Boda”, de Bertolt Brecht, realizada por Maria João Espírito Santo. Trata-se de uma comédia de costumes no contexto da comemoração do casamento de Maria e Jacob juntamente com a família e os amigos mais chegados. Uma festa aparentemente normal com as histórias do pai, a comida da mãe, o flirt da irmã e as intrigas dos amigos, entre outras peripécias.
Finalmente no domingo, 2 de abril, ás 15h30, o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical de Franciscas interpreta no salão da Junta de Freguesia de Cadima o intemporal Auto da Barca do Inferno, adaptação de Dora de Jesus da obra homónima de Gil Vicente, o pai e mestre da dramaturgia nacional. Considerada como uma verdadeira crónica de costumes da sociedade lisboeta do início do século XVI, a peça continua a ser uma oportunidade para, rindo, problematizar temas sempre atuais e inquietantes como sejam o bem e o mal, a morte e a vida ou o ter e o poder.

Sobre o Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima
O Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima (URC) nasceu por iniciativa da direção da URC, no ano 2000. Na sequência da informação recebida por esta associação da realização do II Ciclo de Teatro, promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede, a direção decidiu contactar e convidar algumas pessoas com anterior experiência de palco, em Cadima. É dessa forma que o Grupo de Teatro renasce já que, até meados da década de 1980, se ia fazendo algum teatro na coletividade.
Habitualmente, o grupo não recorre a textos próprios. Farsas são o tipo de peça que mais agrada levar à cena. Contudo, e em virtude das dificuldades em encontrar peças deste cariz, cujo conteúdo agrade aos elementos do grupo, tem levado à cena vários dramas, mas também pequenas comédias. É essencial, qualquer que seja o estilo de peça levada à cena, que o texto transmita uma mensagem.
Em 2008, pela dificuldade já mencionada em encontrar peças, o grupo decidiu não integrar o Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede, mas não deixou de receber um dos grupos que estava nele inserido. No mesmo ano, e para não parar a atividade, realizou uma “soirée” com declamação e teatralização de vários textos em prosa e poesia.
Para além das atuações no Ciclo de Teatro, o grupo tem aceitado convites para apresentar o seu trabalho por parte de coletividades do Concelho e fora deste, designadamente Cordinhã, Caniceira e Canelas, em Vila Nova de Gaia, com as quais tem partilhado enriquecedoras experiências, contributos relevantes para a própria dinâmica que o grupo tem assumido.
No ano 2006, um grupo de teatro da Escola Pedro Teixeira acompanhou o grupo nas suas atuações com uma peça da sua autoria.

Sobre o grupo Teatro Renascer da Sanguinheira
O Grupo de Teatro Renascer é uma secção do Centro Social de Recreio e Cultura da Sanguinheira (C.S.R.C.S.), a associação com atividade cultural (organizada) mais antiga da Freguesia da Sanguinheira, estreando-se ao público pela primeira vez em 26 de março de 1981.
O Grupo surgiu da vontade de um conjunto de jovens representar. Iniciou a sua atividade nessa altura para não mais cessar e levar continuamente a palco, todos os anos, peças de autores consagrados, como também algumas escritas por elementos ligados ao grupo, tanto da Sanguinheira como de outras localidades.
Para além das peças de teatro, que tem apresentado publicamente durante os largos anos de existência, os elementos do grupo também participaram em várias edições da Feira Medieval de Coimbra, como figurantes, e entre os seus associados encontramos os fundadores da primeira associação da Freguesia da Sanguinheira (C.S.R.C.S.).

Sobre o Grupo de Teatro “Os Esticadinhos” de Cantanhede
O Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede, fundado em 1935, conhecido e reconhecido pelos seus pares, mesmo além-fronteiras, de modo a construir mais uma fonte onde as suas gentes pudessem beber cultura, formou em 1985 o grupo de teatro “Os Esticadinhos”. Para a sua génese em muito contribuíram Carlos Garcia, que fazia parte da direção desta coletividade desde então, e António Francisco, conhecido por todos como “Chico Carteiro”, o qual durante anos coordenou as peças de teatro (“Culpa e perdão”; “Malditas letras”; “Deus, ciência e caridade”; “Marido da minha mulher”; “Código penal”; “como se vingam as mulheres”; “Erro judicial”; “Meu marido que Deus o haja”; “Justiça ou vingança”; “Criado distraído”; “A órfã”; “Que mulheres”; “Casa de Pais”; “Cavalheiro respeitável”; “Duas causas”; “Marido de duas mulheres”; “Filho pródigo”; “Tire daí a menina”; “Filho sozinho”; “Flor da Aldeia”; “Crime de uma mulher honesta”; “Namoro engraçado”; “Rainha Santa” e “Processo de Jesus”). A peça “Processo de Jesus” foi relevante, tendo alcançado um êxito a nível de teatro amador no concelho. Participaram quatro dezenas de personagens, elementos do grupo, bem como atores dos grupos de teatro das Franciscas, Murtede, Sanguinheira e Vila Nova de Outil. Esta peça foi a palco em todas as localidades referidas e várias vezes na cidade de Cantanhede, chegando a ser apresentada na cidade de Viseu no ano de 2000.
Em 2003 foi levada a palco a peça “Inês de Castro” encenada por Dulce Sancho.
Em 2004, passou a coordenar o grupo de teatro Carlos Pacheco, o qual encenou e levou a palco as peças “Terra Prometida”, “Está lá fora o Sr. Inspetor”, “Tá tudo Maluco”, “Hotel 69”, “Inês de Castro e Rainha Santa” e “A Sr.ª Presidenta”. Todas as peças referidas são originais escritas pelo próprio Carlos Pacheco e apresentadas no Ciclo de Teatro promovido pelo Município entre os anos de 2004 a 2011.
Por ser uma vontade da Direção do Rancho Regional “Os Esticadinhos” e uma valência de grande importância e expressão cultural e de lazer, em 2016 foi ativado o Grupo de Teatro “Esticadinhos”, do qual é responsável Fernando Geria, tendo reunido um grupo de voluntários maioritariamente “esticadinhos”, movidos pelo “bichinho do Teatro” e que de uma forma arrojada, mesmo em contratempo, decidiram participar no XIX Ciclo de teatro do Município de Cantanhede.

Sobre o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas
Remonta a largos anos atrás o envolvimento da população das Franciscas nas atividades das artes de palco, havendo dados que referem representações de 1931 como uma atividade bem expressiva da comunidade local, que com grande brio preparava as diversas atuações públicas. Esta prática manteve-se até 1960, sensivelmente, ao que se seguiu um período menos ativo.
Mas a paragem foi meramente pontual, pois a vontade, a arte e o engenho que caracteriza as gentes das Franciscas não tardou em voltar a manifestar-se, tendo a atividade teatral sido recuperada por volta de 1970, permanecendo em plena expressão até ao ano de 2002. O Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas foi um dos pioneiros no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede que o Município de Cantanhede iniciou em 1998.
Posteriormente, por dificuldades várias, voltou a ausentar-se em algumas edições, mas regressa agora, que está concluída grande parte das obras da sede social, com motivação acrescida e renovada dos seus corpos sociais.
Conforme referem os responsáveis, o grupo volta a aparecer em cena com pujança e vontade de fazer perdurar o legado cultural herdado de outros tempos e que se mantém com a predisposição natural da população das Franciscas para a representação teatral


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