O
Ciclo de Teatro Amador do Concelho de Cantanhede tem no próximo fim
de semana a sua penúltima jornada, com mais quatro espetáculos,
todos no âmbito da ação de itinerância que os grupos
intervenientes estão obrigados a cumprir para apresentarem as suas
produções teatrais noutras comunidades.
É
assim que, no sábado, 1 de abril, às 21h30, o
Grupo
de Teatro “Renascer” (do
(CSRCS – Centro Social de Recreio e Cultura da Sanguinheira) sobe
ao palco do
salão da Junta de Freguesia de Murtede para apresentar uma nova
edição do TVG – Televisão Gandaresa, espetáculo constituído
por vários sketches
que
têm como fio condutor uma emissão televisiva com divertidos e
diversificados conteúdos: As
Lições do Tonecas,
Telejornal
e Casting
dos Cromos
são algumas das propostas de uma grelha de programas que também
contempla compromissos publicitários.
Também
no sábado, à mesma hora, o Grupo de Teatro “Os Esticadinhos”
estará na sede da Associação 1.º de Maio da Tocha para
representar Henrique
V Que Queria Ser o Primeiro,
a partir do texto original do dramaturgo brasileiro Emílio Boechat.
Esta divertida comédia relata a guerra de poder entre Henrique V,
Rei da Escócia, e Luís I, Rei de França, abordando as principais
implicações de um processo dessa natureza numa narrativa que dá
conta das aventuras e desventuras amorosas próprias da história.
Será a Rainha Elisabeth quem por fim assumirá o poder e o governo
de Inglaterra, casando posteriormente com o Rei de França, o que
conduz à união de ambas as coroas reais.
Ainda
no sábado, igualmente às 21h30, o Grupo de Teatro Amador da União
Recreativa de Cadima apresenta, na sede da Associação Musical da
Pocariça, Um
Casamento em Arregalados,
adaptação livre de “A Boda”, de Bertolt Brecht, realizada por
Maria João Espírito Santo. Trata-se de uma comédia de costumes no
contexto da comemoração do casamento de Maria e Jacob juntamente
com a família e os amigos mais chegados. Uma festa aparentemente
normal com as histórias do pai, a comida da mãe, o flirt
da irmã e as intrigas dos amigos, entre outras peripécias.
Finalmente
no domingo, 2 de abril, ás 15h30,
o
Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical de Franciscas
interpreta no salão da Junta de Freguesia de Cadima o intemporal
Auto
da Barca do Inferno,
adaptação de Dora de Jesus da obra homónima de Gil Vicente, o pai
e mestre da dramaturgia nacional. Considerada como uma verdadeira
crónica de costumes da sociedade lisboeta do início do século XVI,
a peça continua a ser uma oportunidade para, rindo, problematizar
temas sempre atuais e inquietantes como sejam o bem e o mal, a morte
e a vida ou o ter e o poder.
Sobre
o Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima
O
Grupo de Teatro Amador da União Recreativa de Cadima (URC) nasceu
por iniciativa da direção da URC, no ano 2000. Na sequência da
informação recebida por esta associação da realização do II
Ciclo de Teatro, promovido pela Câmara Municipal de Cantanhede, a
direção decidiu contactar e convidar algumas pessoas com anterior
experiência de palco, em Cadima. É dessa forma que o Grupo de
Teatro renasce já que, até meados da década de 1980, se ia fazendo
algum teatro na coletividade.
Habitualmente,
o grupo não recorre a textos próprios. Farsas são o tipo de peça
que mais agrada levar à cena. Contudo, e em virtude das dificuldades
em encontrar peças deste cariz, cujo conteúdo agrade aos elementos
do grupo, tem levado à cena vários dramas, mas também pequenas
comédias. É essencial, qualquer que seja o estilo de peça levada à
cena, que o texto transmita uma mensagem.
Em
2008, pela dificuldade já mencionada em encontrar peças, o grupo
decidiu não integrar o Ciclo de Teatro Amador do Concelho de
Cantanhede, mas não deixou de receber um dos grupos que estava nele
inserido. No mesmo ano, e para não parar a atividade, realizou uma
“soirée” com declamação e teatralização de vários textos em
prosa e poesia.
Para
além das atuações no Ciclo de Teatro, o grupo tem aceitado
convites para apresentar o seu trabalho por parte de coletividades do
Concelho e fora deste, designadamente Cordinhã, Caniceira e Canelas,
em Vila Nova de Gaia, com as quais tem partilhado enriquecedoras
experiências, contributos relevantes para a própria dinâmica que o
grupo tem assumido.
No
ano 2006, um grupo de teatro da Escola Pedro Teixeira acompanhou o
grupo nas suas atuações com uma peça da sua autoria.
Sobre
o grupo Teatro Renascer da Sanguinheira
O
Grupo de Teatro Renascer é uma secção do Centro Social de Recreio
e Cultura da Sanguinheira (C.S.R.C.S.), a associação com atividade
cultural (organizada) mais antiga da Freguesia da Sanguinheira,
estreando-se ao público pela primeira vez em 26 de março de 1981.
O
Grupo surgiu da vontade de um conjunto de jovens representar. Iniciou
a sua atividade nessa altura para não mais cessar e levar
continuamente a palco, todos os anos, peças de autores consagrados,
como também algumas escritas por elementos ligados ao grupo, tanto
da Sanguinheira como de outras localidades.
Para
além das peças de teatro, que tem apresentado publicamente durante
os largos anos de existência, os elementos do grupo também
participaram em várias edições da Feira Medieval de Coimbra, como
figurantes, e entre os seus associados encontramos os fundadores da
primeira associação da Freguesia da Sanguinheira (C.S.R.C.S.).
Sobre
o Grupo de Teatro “Os Esticadinhos” de Cantanhede
O
Rancho Regional “Os Esticadinhos” de Cantanhede, fundado em 1935,
conhecido e reconhecido pelos seus pares, mesmo além-fronteiras, de
modo a construir mais uma fonte onde as suas gentes pudessem beber
cultura, formou em 1985 o grupo de teatro “Os Esticadinhos”. Para
a sua génese em muito contribuíram Carlos Garcia, que fazia parte
da direção desta coletividade desde então, e António Francisco,
conhecido por todos como “Chico Carteiro”, o qual durante anos
coordenou as peças de teatro (“Culpa e perdão”; “Malditas
letras”; “Deus, ciência e caridade”; “Marido da minha
mulher”; “Código penal”; “como se vingam as mulheres”;
“Erro judicial”; “Meu marido que Deus o haja”; “Justiça ou
vingança”; “Criado distraído”; “A órfã”; “Que
mulheres”; “Casa de Pais”; “Cavalheiro respeitável”; “Duas
causas”; “Marido de duas mulheres”; “Filho pródigo”; “Tire
daí a menina”; “Filho sozinho”; “Flor da Aldeia”; “Crime
de uma mulher honesta”; “Namoro engraçado”; “Rainha Santa”
e “Processo de Jesus”). A peça “Processo de Jesus” foi
relevante, tendo alcançado um êxito a nível de teatro amador no
concelho. Participaram quatro dezenas de personagens, elementos do
grupo, bem como atores dos grupos de teatro das Franciscas, Murtede,
Sanguinheira e Vila Nova de Outil. Esta peça foi a palco em todas as
localidades referidas e várias vezes na cidade de Cantanhede,
chegando a ser apresentada na cidade de Viseu no ano de 2000.
Em
2003 foi levada a palco a peça “Inês de Castro” encenada por
Dulce Sancho.
Em
2004, passou a coordenar o grupo de teatro Carlos Pacheco, o qual
encenou e levou a palco as peças “Terra Prometida”, “Está lá
fora o Sr. Inspetor”, “Tá tudo Maluco”, “Hotel 69”, “Inês
de Castro e Rainha Santa” e “A Sr.ª Presidenta”. Todas as
peças referidas são originais escritas pelo próprio Carlos Pacheco
e apresentadas no Ciclo de Teatro promovido pelo Município entre os
anos de 2004 a 2011.
Por
ser uma vontade da Direção do Rancho Regional “Os Esticadinhos”
e uma valência de grande importância e expressão cultural e de
lazer, em 2016 foi ativado o Grupo de Teatro “Esticadinhos”, do
qual é responsável Fernando Geria, tendo reunido um grupo de
voluntários maioritariamente “esticadinhos”, movidos pelo
“bichinho do Teatro” e que de uma forma arrojada, mesmo em
contratempo, decidiram participar no XIX Ciclo de teatro do Município
de Cantanhede.
Sobre
o Grupo de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas
Remonta
a largos anos atrás o envolvimento da população das Franciscas nas
atividades das artes de palco, havendo dados que referem
representações de 1931 como uma atividade bem expressiva da
comunidade local, que com grande brio preparava as diversas atuações
públicas. Esta prática manteve-se até 1960, sensivelmente, ao que
se seguiu um período menos ativo.
Mas
a paragem foi meramente pontual, pois a vontade, a arte e o engenho
que caracteriza as gentes das Franciscas não tardou em voltar a
manifestar-se, tendo a atividade teatral sido recuperada por volta de
1970, permanecendo em plena expressão até ao ano de 2002. O Grupo
de Teatro da Associação do Grupo Musical das Franciscas foi um dos
pioneiros no Ciclo de Teatro Amador de Cantanhede que o Município de
Cantanhede iniciou em 1998.
Posteriormente,
por dificuldades várias, voltou a ausentar-se em algumas edições,
mas regressa agora, que está concluída grande parte das obras da
sede social, com motivação acrescida e renovada dos seus corpos
sociais.
Conforme
referem os responsáveis, o grupo volta a aparecer em cena com
pujança e vontade de fazer perdurar o legado cultural herdado de
outros tempos e que se mantém com a predisposição natural da
população das Franciscas para a representação teatral
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